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Estado de Minas

Comerciantes da Savassi denunciam disparada da viol�ncia e amea�am fechar as portas

Lojistas reclamam de infra��es praticadas por criminosos disfar�ados de moradores de rua


postado em 27/09/2014 06:00 / atualizado em 27/09/2014 07:16

Comerciantes da região relatam arrombamentos em sequência e clima de intranquilidade (foto: Fotos: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
Comerciantes da regi�o relatam arrombamentos em sequ�ncia e clima de intranquilidade (foto: Fotos: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)

Comerciantes da Savassi, uma das �reas mais nobres de Belo Horizonte, decidiram baixar as portas em protesto contra a falta de seguran�a e a presen�a na regi�o do que definem como criminosos disfar�ados de moradores de rua. Data e hor�rio do protesto, que foi decidido em reuni�o na quinta-feira e deve durar uma hora, ainda ser�o marcados. Novo encontro para debater o tema com a Pol�cia Militar est� previsto para 21 de outubro, na C�mara dos Dirigentes Lojistas (CDL), quando empres�rios pretendem cobrar provid�ncias para o clima de medo.

�s 13h50 de ontem, dois ladr�es em uma moto dispararam tiros na conflu�ncia das Rua Alagoas e Ant�nio de Albuquerque, durante uma saidinha de banco. Houve p�nico e v�rias pessoas buscaram prote��o em uma loja de bijouterias. “Trancamos a porta, com medo de o bandido entrar”, disse a vendedora Giovana Santos. N�o foi uma ocorr�ncia isolada: somente no per�metro formado pelas avenidas Crist�v�o Colombo, Get�lio Vargas e Rua Tom� de Souza, percorrido ontem pela equipe do Estado de Minas, pelo menos seis comerciantes relataram ter sido v�timas de arrombamentos ou de tentativas na �ltima semana. Um dos crimes ocorreu �s 16h de domingo, na Tom� de Souza, entre Rua Pernambuco e Avenida Get�lio Vargas: os ladr�es aproveitaram a comemora��o de torcedores durante o jogo Cruzeiro x Atl�tico para arrebentar a porta de a�o de um brech�, usando um p�-de-cabra.

Um grupo de moradores de rua montou acampamento na Tom� de Souza com Pernambuco e o local virou ponto de vendas e de consumo de drogas, segundo denunciam lojistas. “Um bando de rapazes dorme no local. Alunos de uma escola pr�xima saem da aula ao meio-dia e entram em caixas de papel�o para usar drogas com eles”, denuncia Ana Fernandes, dona do brech� arrombado. “Contratei vigia durante a noite. H� pedintes que entram nas lojas e ficam exigindo coisas, em tom de amea�a. Um deles, de t�o drogado, achou que um dos vendedores fosse um manequim”, comentou.

Na madrugada de quarta-feira, ladr�es arrebentaram a porta da loja de biscoitos de Maria Aparecida Costa Leite, na Avenida Crist�v�o Colombo com Rua Tom� de Souza, mas n�o conseguiram entrar, por haver um degrau impedindo a passagem. Na quinta-feira anterior, tentaram arrombar uma loja de artesanato vizinha. Na mesma madrugada, entraram na farm�cia ao lado e levaram dois monitores de computador. “� gente se refugiando na loja o dia todo, com medo de moradores de rua. Eles est�o criando for�a, se enraizando na Savassi”, reclama o gerente Crist�v�o Henrique Moreira. Segundo ele, o policiamento piorou depois da Copa da Mundo.

Os crimes s�o mais frequentes quinta-feira � noite, segundo Crist�v�o, quando acontece uma feira de alimenta��o na Rua Tom� Souza. “A Savassi � um deserto de madrugada. N�o tem policial, n�o tem nada. Os moradores de rua tomaram conta de tudo. Ficam intimidando a gente na feirinha e at� tomam comida das m�os das pessoas”, reclama a gerente de farm�cia Regina C�lia Costa. Gerente de livraria no quarteir�o fechado da Rua Pernambuco, Ivan Carlos Oliveira tamb�m se queixa da aud�cia de andarilhos e reclama que a PM retirou, h� tr�s meses, a base m�vel que ficava na Pra�a Diogo de Vasconcelos.

“Est� terr�vel aqui. A gente s� escuta que roubaram uma loja aqui e outra l�. Estamos fechando as portas �s 6 da tarde, com medo de assaltos”, disse a vendedora Giovana Santos, ainda assustada com o disparo de um tiro em frente � loja em que trabalha. “Bala perdida n�o escolhe v�tima. Voc� pode estar passando na rua e morrer”, disse a colega dela, Bruna Cotta.

Frequentadores da Savassi denunciam ação de criminosos infiltrados entre a população de rua e reclamam também de questões como a limpeza urbana e a iluminação insuficientes(foto: Fotos: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
Frequentadores da Savassi denunciam a��o de criminosos infiltrados entre a popula��o de rua e reclamam tamb�m de quest�es como a limpeza urbana e a ilumina��o insuficientes (foto: Fotos: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)

LISTA DE QUEIXAS
Pesquisa feita no in�cio do semestre pela CDL, que entrevistou 202 comerciantes da Savassi, aponta que as principais queixas dizem respeito � falta de estacionamento (30%), presen�a de moradores de rua (21,16%), falta de limpeza urbana (10,93%), de ilumina��o (7,21%), de seguran�a e policiamento (7,21%). O comandante do 1º Batalh�o da PM, tenente-coronel Helbert Figueir�, reconhece que as reclama��es sobre a presen�a de moradores de rua e a sujeira deixada por eles diante de lojas cresceram muito este ano.

Os empres�rios t�m recorrido � PM para relatar inc�modo, mas a corpora��o atua somente em situa��es de crime. “O excessivo n�mero de moradores de rua causa apreens�o, mas temos uma limita��o em rela��o a eles: se h� evid�ncia de crime, intervimos. No entanto, o encaminhamento deles quem faz � a prefeitura”, disse.

Grandes eventos na Savassi tamb�m t�m representado problemas. Segundo o tenente-coronel, “esse tipo de acontecimento tem alterado o contexto de p�blico e seguran�a”. “Toda vez que h� evento, recebemos den�ncias de um n�mero excessivo de delitos que fogem ao padr�o”, afirmou, citando roubos, principalmente de celulares. Apesar disso, o oficial sustenta n�o haver registro que aponte aumento da criminalidade na Savassi.

O comandante da 4ª Companhia do 1º Batalh�o da PM, major Marcelus de Castro Machado, respons�vel pelo policiamento na �rea, disse que a quest�o dos moradores de rua est� sendo avaliada pelo setor de intelig�ncia. Ele explicou que a base m�vel que antes ficava na Pra�a Diogo de Vasconcelos est� sendo levada para outros locais estrat�gicos, definidos a partir de levantamento estat�stico.

A coordenadora do Comit� de Pol�ticas para a Popula��o de Rua da Prefeitura de Belo Horizonte, Soraya Romina, disse que essa parcela da popula��o tem acesso a vagas em abrigos, albergues, rep�blicas, entre outros servi�os, mas que o poder p�blico n�o pode fazer a retirada compuls�ria deles das vias p�blicas, sob pena de infringir a lei. “Quando o poder p�blico oferece abrigo, um servi�o, h� regras para tudo e essas pessoas t�m dificuldade com normas”, afirmou Soraya.

 

 


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