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Estado de Minas

Novos espa�os para pr�tica de skate estimulam atividade em Belo Horizonte

Em Contagem a situa��o ainda � prec�ria e jovens improvisam em pra�a por falta de pista oficial


postado em 11/10/2014 06:00 / atualizado em 11/10/2014 06:54

Lívia, Bruna, Tayna e Bárbara na Praça da Jabuticaba, em Contagem: skatistas cobram melhorias no local(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
L�via, Bruna, Tayna e B�rbara na Pra�a da Jabuticaba, em Contagem: skatistas cobram melhorias no local (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Cada vez mais o skate estar� presente nas cenas urbanas de Belo Horizonte. Cerca de R$ 1 milh�o foi investido pela prefeitura na pista de half-pipe (em formato de U) no Parque das Mangabeiras, uma das mais modernas da Am�rica Latina. “BH tinha parado na d�cada des 1980 sem investimento no esporte, perdendo praticantes. O skate sobreviveu gra�as aos mais fissurados, que n�o deixaram a chama apagar”, comenta o skatista Cleiber Alessandro Silva, de 42, o Binha – representante mineiro da Confedera��o Brasileira do Skate.

Consultor t�cnico de skate, Binha garante que outras tr�s pistas no formato bowl (piscina) j� est�o em fase de inaugura��o no Parque Lagoa do Nado, na regi�o de Venda Nova. Ele aposta que, em cinco anos, a nova gera��o de skatistas mineiros estar� formando campe�es. “Aqui tem o m�nimo que a gente precisa, mas os skatistas da cidade v�o arrebentar”, acredita ele, lembrando que o Rio de Janeiro tem mais pistas de skate, por exemplo. Segundo Binha, o skate poderia ser uma voca��o natural da cidade sem praia, por n�o concorrer com o surfe e outros esportes radicais � beira-mar.

Em Contagem, na Grande BH, a situa��o ainda � prec�ria. Por falta de uma pista oficial, os skatistas improvisam obst�culos na Pra�a da Jabuticaba. “S� precisaria de algumas adapta��es. Cansamos de batalhar junto � administra��o municipal”, protesta Hygor Maia, de 35. Ele conta que, depois que retomou o skate, ap�s uma d�cada parada, foram embora as dores, tristezas e a solid�o. “Acertar uma manobra dif�cil rende uma semana de felicidade ou at� mais”, jura.

Primeira gera��o
Primeira pista da capital, o Bowl do Parque Julien Rien, no Bairro Anchieta, foi projetada pelo ent�o skatista Alan Magnani, que estava se formando em engenharia civil. Com 57 anos e ainda atuante, Alan e a turma da primeira gera��o de skatistas de BH tinham o h�bito de subir a p� a Avenida Afonso Pena at� o alto. Atingiam a Avenida das Agulhas Negras, logo abaixo do Instituto Hilton Rocha, lugar onde quase n�o havia tr�nsito. Na �poca, a loja Elon Esportes patrocinava no lugar a instala��o de uma rampa de tr�s metros em plena via, para del�rio dos chamados ‘primitivos’. Entre eles estava o pr�prio Alan, o irm�o dele, Bruce, o m�sico John Ulhoa, da banda mineira Pato Fu, e outros corajosos precursores.

At� o fim do m�s, imagens desta hist�ria v�o estar no clipe de m�sica do novo disco do Pato Fu, al�m de document�rio. Alguns trechos j� podem ser vistos no YouTube, com grava��es em Super 8 das evolu��es dos ent�o garotos, desafiados a inventar as manobras e at� o pr�prio skate. Quando n�o eram trazidos de fora, importados dos Estados Unidos, os skates podiam ser encontrados em supermercados ou, em �ltimo caso, fabricados com as rodas de pl�stico aproveitadas dos patins.

Alan conta que em 1977, com 18, 19 anos, "caiu na besteira" de seguir com um colega para o Rio de Janeiro, conferir in loco a pista do Bairro Campo Grande. Ficaram uma semana por l�, enlouquecidos. J� retornaram a BH com a ideia fixa de construir uma pista de concreto. Na ocasi�o, o Parque Julien Rien, perto da casa dele, estava em reforma. O candidato a engenheiro apresentou a papelada com a sugest�o e o projeto foi aceito. A pista levou cerca de um ano para ficar pronta. Depois dessa, ele projetaria outras, inclusive um em Sabar�. Depois de tanto tempo, a pista do Anchieta foi reinaugurada.

Tr�s perguntas para...

John Ulhoa, Guitarrista, compositor da banda Pato Fu e skatista

1- Com quantos anos voc� come�ou com skate?

Aos 9. Isso j� faz milhares de anos (risos). Em 1975, posso ter ganhado um skate de presente de Natal. A coisa toda estava sendo inventada, assim como as manobras. Hoje, os skates s�o verdadeiras obras de arte, de estilo e de atitude de vida.

2- O skate surgiu em fun��o da m�sica?

� o contr�rio. S� estou na m�sica por causa do skate. Aos 14, 15 anos, comprei uma guitarra para aprender a tocar o som que eu achava que tivesse a ver com o skate. Muitos amigos fizeram a mesma coisa, mas para alguns a m�sica acabou ganhando maior import�ncia. Eu puxava a orelha deles , mandava voltar para o skate. Mas acabou acontecendo comigo tamb�m!

3- Foi dif�cil retomar?

Fiquei 17 anos sem andar. O que me fez voltar foi a inaugura��o da pista no Parque dos Mangabeiras, que � um lugar legal, mais fam�lia e com uma pista mais f�cil de andar. � diferente do bowl do Anchieta, que � do tipo moedor de carne e precisa de muito treinamento. Mesmo assim, no in�cio eu andava uma vez e ficava 15 dias morto. Depois, comecei a sair menos morto. J� quebrei ombro e punho, mas o m�dico disse que o skate est� sendo �timo para a minha sa�de – quando n�o me manda pro hospital. � verdade. O skate � uma esp�cie de superpoder que eu tinha esquecido que possu�a.

Gloss�rio

Skate: carrinho, board

Shape: madeira do skate

Truck eixos: que ficam embaixo do skate

Street: estilo com manobras que usam objetos da cidade como obst�culos

Half-pipe: rampa de skate em formato de tubo cortado ao meio

Bowl:
constru��o de concreto no formato de uma piscina

Freestyle: modalidade do skate praticada no piso sem obst�culos_

Dropar: descer a pista com o skate

Hang up levar um tombo

Ollie: primeira manobra do street, consiste em conseguir tirar o skate do ch�o.


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