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Estado de Minas

L�der de assentamento � assassinado a tiros na Regi�o Norte de Minas

A autoria do crime ainda � investigada pela Pol�cia Civil, mas os trabalhadores apontam como principal suspeito um homem que seria 'gerente' de um fazendeiro da regi�o


postado em 23/10/2014 19:20 / atualizado em 24/10/2014 09:53

Ser� enterrado na manh� desta sexta-feira, em Pedras de Maria da Cruz, Regi�o Norte de Minas, o corpo de Cleomar Rodrigues de Almeida, de 49 anos, um dos l�deres da Liga Camponesa dos Trabalhadores Pobres do Norte de Minas. Ele foi assassinado a tiros na noite dessa quarta-feira, numa “tocaia”. A autoria do crime ainda � investigada pela Policia Civil, mas os trabalhadores apontam como principal suspeito um homem que seria “gerente” de um fazendeiro que vive em conflito com os sem-terra na regi�o.

O clima tenso na regi�o envolvendo fazendeiros, trabalhadores sem-terra e comunidades tradicionais foi discutido durante audi�ncia p�blica realizada em Pedras de Maria da Cruz, no dia 9 de outubro, organizada pelo Minist�rio Publico Federal. Cleomar Rodrigues participou da audi�ncia e refor�ou a den�ncia contra um fazendeiro, acusado de fechar as cancelas de uma estrada que d� acesso ao assentamento de sem-terra Unidos com Deus, venceremos e � comunidade tradicional de vazanteiros de Cara�bas.

 

A a��o impedia a passagem do ve�culo que faz o transporte escolar das crian�as da �rea, distante 12 quil�metros da sede do munic�pio. Com isso, para ir at� a escola na cidade, 32 crian�as do assentamento e da comunidade tradicional foram obrigadas a percorrer o Rio S�o Francisco, na balsa da prefeitura, enfrentando os riscos da travessia.

Cleomar Rodrigues foi morto por volta das 19h de quarta-feira, pr�ximo a uma cancela, na estrada rural que d� acesso ao assentamento Unidos com Deus. O sem-terra pilotava uma moto e retornava da cidade, onde foi comprar mantimentos. Ele foi atingido por um tiro de uma espingarda calibre 12.

Na tarde de quarta-feira, um outro morador do assentamento, identificado como Jos� Gon�alves, de 48, foi agredido com uma facada na cabe�a, quando pescava numa lagoa marginal do Rio S�o Francisco. Ele foi socorrido e atendido em um hospital de Janu�ria. O agressor de Jos� Gon�alves seria um homem conhecido por “Marquinho”, que tamb�m � apontado pelos trabalhadores sem-terra como suspeito do assassinato de Cleomar Rodrigues.

Marquinho � gerente de uma fazenda localizada entre o assentamento de sem-terra e a cidade de Pedras de Maria da Cruz. Durante a audi�ncia p�blica realizada em Maria da Cruz no dia 9 de outubro, os trabalhadores alegaram que o dono da propriedade, que seria um m�dico residente em Belo Horizonte, ordenou que o homem trancasse com cadeado uma cancela na estrada que liga o assentamento � cidade, impedindo a passagem dos sem-terra e agravando o conflito. Nessa quinta-feira, o em.com.br tentou contato com o delegado de Homic�dio de Januaria, Elg�cio Coutrim Lima Filho, respons�vel pela investiga��o do caso, mas ningu�m retornou as liga��es.

A mulher de Cleomar, Valdira Ferreira Coimbra, de 47, disse que o l�der da Liga Camponesa foi assassinado por causa da “luta pela terra”, ressaltando que o fato de nada ter sido levado dele refor�a que realmente foi uma “tocaia”. “Perdi o meu marido e o sangue dele foi derramado na estrada. Mas o movimento pela terra n�o vai acabar”, disse Valdira, que pede justi�a. A mulher conta que Cleomar, al�m de liderar as atividades da Liga Camponesa, era um “homem trabalhador” e que tamb�m assumiu os seis filhos que ela teve com o primeiro companheiro “como um verdadeiro pai”.


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