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Estado de Minas

Capela interna da Igreja de S�o Jos�, em BH, ser� reinaugurada em dezembro

Ela poder� ser aberta � visita��o p�blica, fato in�dito numa hist�ria de mais de 100 anos


postado em 10/11/2014 06:00 / atualizado em 10/11/2014 07:37

Na biblioteca, algumas imagens da capela aguardam a restauração(foto: Beto Magalhães/EM/DA Press)
Na biblioteca, algumas imagens da capela aguardam a restaura��o (foto: Beto Magalh�es/EM/DA Press)
O piso de pinho-de-riga, molhado pela primeira camada de sinteco, espelha a nobreza do lustre de cristal, os tons das pinturas das paredes e a tela retratando Jerusal�m. Ainda fechado e com a luz solar filtrada pelas janelas de vidro, o espa�o sagrado transmite aconchego e leva � reflex�o, mesmo vazio. No fim da obra de restauro, o orat�rio privado do convento dos mission�rios redentoristas, conhecido tamb�m como capela dos padres da Igreja de S�o Jos�, no Centro de Belo Horizonte, tem data para ser reinaugurado, 8 de dezembro, e uma novidade. Embora acess�vel apenas aos integrantes da congrega��o, a joia centen�ria futuramente poder� receber visitantes, com agendamento, adianta o vig�rio paroquial Fl�vio Campos: “Fizemos dois testes com estudantes universit�rios e do ensino m�dio para avaliar os impactos e foi muito tranquilo”.

Constru�do em 1900, antes mesmo de a Igreja de S�o Jos� abrir as portas, o orat�rio teve escondidas em suas paredes durante d�cadas as pinturas esbo�adas pelo italiano Carlos Oswald (1882–1971) e executadas em 1932 pelos irm�os Goretti (Victorio, Giulio e Gino), tamb�m italianos e primos de Santa Maria Goretti, a jovem m�rtir canonizada pelo papa Pio XII em 1950. Sem poder pisar no templo por enquanto, padre Fl�vio aponta, na lateral, as ins�gnias e letra em latim do canto Te Deum: “Portanto, te pedimos, socorre os Teus servos que redimiste com sangue precioso”.

Os olhos atentos buscam cada detalhe das pinturas parietais, feitas diretamente sobre o reboco das paredes e grande moda em BH nas primeiras d�cadas do s�culo 20. Algumas imitam lambris, os revestimentos de madeira, e outras copiam com perfei��o cortinas de franjas e arremates rebuscados nas pontas. Mas o grande destaque est� na tela, colada na parede do fundo, de autoria de Carlos Oswald, pintor, desenhista e gravador que residiu no Bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ), e foi respons�vel pelo desenho final do Cristo Redentor, �cone m�ximo da capital fluminense. “Assim que as imagens retornarem ao nosso altar, teremos um efeito bonito, como se fosse em terceira dimens�o”, orgulha-se padre Fl�vio.

Outro destaque, desta vez envolvendo alta tecnologia, est� na sequ�ncia da via-cr�cis, reproduzida digitalmente da existente na Igreja de Santo Afonso, no Rio de Janeiro, pintada por Carlos Oswald. “Foi uma t�cnica sofisticada, usando pigmentos minerais, e as gravuras foram postas diretamente sobre a tela e da� na parede. As originais n�o existiam mais, apenas resqu�cios, e achamos melhor tomar esta provid�ncia”, revela o vig�rio paroquial.

Abrindo um �lbum, padre Fl�vio mostra um retrato dos anos 1930, muito �til para balizar a interven��o conduzida pela especialista Maria Regina Reis Ramos, do Grupo Oficina de Restauro. Em janeiro, Marrege – como � mais conhecida – fez as prospec��es e encontrou as pinturas originais sob tr�s camadas de tinta. No m�s seguinte, come�ou o servi�o. A restauradora tamb�m foi a respons�vel pela recupera��o executada entre 2010 e 2013 do interior da igreja, a qual considera “a mais bonita da capital”, com pinturas parietais feitas pelo alem�o Wilhelm Schumacher entre 1911 e 1912.

Padre Flávio Campos mostra foto do interior da capela em 1930(foto: Beto Magalhães/EM/DA Press)
Padre Fl�vio Campos mostra foto do interior da capela em 1930 (foto: Beto Magalh�es/EM/DA Press)


DESCOBERTAS 
Satisfeito com o resultado da interven��o, padre Fl�vio fala sobre as descobertas que empolgaram a equipe, entre elas a l�mpada do Sant�ssimo Sacramento. A pe�a ficou muito tempo esquecida no por�o da igreja e recebeu um banho de n�quel. “Olhando aqui da porta, ela parece nova, mas � muito antiga, certamente da �poca em que o convento foi erguido, h� 114 anos”, afirma o redentorista, explicando que a l�mpada substituiu uma de metal pintada de branco e inadequada ao ambiente.

“Este � um patrim�nio da Par�quia S�o Jos� e tamb�m de Belo Horizonte. Fizemos quest�o de recuper�-lo e empregar na obra o dinheiro da pr�pria congrega��o, cerca de R$ 110 mil”, diz o padre. Do lado de fora do orat�rio, a t�cnica da Oficina de Restauro Patr�cia Tavares trabalha no altar pintado pelo padre redentorista Carlos Timmermans (1879–1927). Nas d�cadas de 1980 e 90, a mesa foi usada na capela-mor da Igreja de S�o Jos�. Tamb�m aguardando a hora de retornar ao orat�rio est�o as imagens de madeira de Santo Afonso, fundador da congrega��o dos redentoristas; S�o Clemente, S�o Geraldo, S�o Jo�o Evangelista e Maria Sant�ssima. O acervo veio do ateli� Ferdinand Stuflesser, da regi�o do Tirol, na �ustria.

FACHADA
Ao mesmo tempo em que executam as obras no orat�rio, os padres conduzem a restaura��o da parte externa da igreja – ela ter� de volta o desenho e as cores originais da fachada e laterais, conforme o projeto de Edgard Nascentes Coelho, de maio de 1901, quando Belo Horizonte ainda se chamava Cidade de Minas. Os recursos desta vez somam R$ 1,4 milh�o e chegam de campanhas desenvolvidas na comunidade, como ocorreu durante a recupera��o do interior do templo, que tem visita di�ria de cerca de 2 mil pessoas. Devido ao in�cio da esta��o chuvosa, os servi�os foram interrompidos, mas a campanha para terminar a fachada continua a todo vapor.


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