
Uma tromba d’�gua espalhou preju�zos e deixou praticamente ilhado o munic�pio de Francisc�polis, no Vale do Mucuri. Em uma regi�o tradicionalmente marcada pela seca, a chuva trouxe transtorno e assustou a popula��o, surpreendida pela tempestade incomum na regi�o. O volume previsto para 15 dias caiu em menos de duas horas, entre 2h e 4h, na madrugada de domingo. “A chuva foi curta, mas muito intensa. Assustou muita gente”, afirmou o soldado Rharumy Vieira Rodrigues, do destacamento de Pol�cia Militar do munic�pio.
Na cidade, h� destro�os por todos os lados. Ontem a popula��o contava os preju�zos e tentava se refazer da destrui��o. O Rio Santa Cruz, que corta todo o munic�pio, transbordou e atingiu principalmente casas que ficam �s margens. De acordo com coordenadora do Centro de Refer�ncia de Assist�ncia Social (Cras), Fl�via Ramos dos Santos, 113 fam�lias tiveram que deixar as casas inundadas. “� um n�mero consider�vel para um munic�pio com menos de 6 mil habitantes”, disse.
O prefeito Edilson �lves dos Santos (PDT) informou que foi decretado o estado de calamidade p�blica. “A tempestade veio brava. � uma calamidade. O acesso est� muito dif�cil para os munic�pios vizinhos, as escolas est�o fechadas e as pontes ca�ram”, disse o prefeito, que estava em Belo Horizonte no dia da tempestade. “Cheguei � capital no domingo � noite. Vim para o encontro da Associa��o Mineira dos Munic�pios. Na madrugada, recebi diversos telefonemas informando sobre a calamidade”, disse.
De acordo com ele, ainda n�o � poss�vel avaliar a extens�o da destrui��o e quanto ser� necess�rio para reconstruir as pontes. Ele pretende se encontrar ainda hoje com o governador Alberto Pinto Coelho e solicitar ajuda para reconstruir o munic�pio.

As quatro pontes da cidade, duas no centro e duas na �rea rural, foram destru�das devido � for�a das �guas, interrompendo liga��es com acomunidade rural de Laranjeiras e com os povoados de Ant�nio Ferreira e Norete. A situa��o mais preocupante � a da ponte no Centro, que liga Francisc�polis a Malacacheta. “Fiquei muito assustada com a intensidade da chuva. N�o � algo costumeiro. Abalou a cidade por completo”, afirmou Fl�via dos Santos.
O munic�pio n�o est� completamente isolado porque os moradores improvisaram um atalho. “O caminho � por dentro do rio. O medo � que chova mais e fiquemos ilhados”, diz a coordenadora do Cras. Depois de dois dias fora de casa, as fam�lia voltavam �s suas moradias na tarde de ontem.
Por�m, como a �gua tomou conta do interior das im�veis, os moradores foram obrigados a abandonar seus pertences. “As ruas ficaram alagadas. Fam�lias perderam geladeiras, guarda-roupas e todos os utens�lios dom�sticos”, informou a representante da prefeitura. Os moradores ainda ter�o muito trabalho pela frente, para retirar toda lama e os destro�os. Eles ainda temem novas tempestades que pode piorar a situa��o. “O n�vel da �gua baixou, mas pode chover forte a qualquer momento e ent�o n�o teremos onde passar ”, pontuou Fl�via.

Chuva concentrada e preju�zo
Pancadas isoladas de chuva, com ventos de at� 70 quil�metros por hora, t�m causado danos em cidades mineiras. Nessa ter�a-feira, pelo segundo dia consecutivo, Patos de Minas, no Alto Parana�ba, enfrentou fortes rajadas de vento com quedas de �rvores. No Norte e nos vales do Jequitinhonha e Mucuri, os temporais devem dar uma tr�gua at� a sexta-feira, j� que a frente fria que estava sobre a �rea come�a a se dissipar pelo Sul da Bahia. Mas a chegada de um novo sistema promete mais tempestades para s�bado e domingo.
De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, do Instituto ClimaTempo, o registro de chuvas fortes em determinadas cidades se deve os n�cleos de converg�ncia. Nuvens caracter�sticas causam pancadas r�pidas, com granizo e rajadas de vento. Ruibran explica que nessas situa��es o volume pluviom�trico n�o � intenso. “S� em dezembro devemos ter chuvas cont�nuas.”
Ontem, moradores de S�o Gon�alo do Rio Abaixo, na Regi�o Central, contabilizavam os estragos que um desses fen�menos provocou na segunda-feira. Houve queda de �rvores e telhados foram arrancados e jogados a longa dist�ncia. Motoristas que circulavam na �rea enfrentaram problemas na BR-381, altura do km 423. Duas faixas no sentido Jo�o Monlevade ficaram fechadas devido � queda de uma �rvore.
Em Patos de Minas, a ventania de ontem foi menor do que na segunda-feira, mas ainda assim deixou um rastro de estragos. Uma paineira de grande porte caiu na Avenida Parana�ba e esmagou um ve�culo. O Corsa, rec�m-adquirido por uma mulher, foi destru�do pelo tronco da �rvore. Um poste tamb�m foi atingido e danificou a rede el�trica.
Por sorte n�o houve feridos, mas sem�foros na regi�o ficaram desativados e policiais foram deslocados para controlar o tr�nsito. Os galhos da �rvore de grande porte tamb�m danificaram o teto do pr�dio da sede do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/MG). V�rias pessoas foram ao local acompanhar os trabalhos de retirada da �rvore pelo Corpo de Bombeiros. (Landercy Hermerson)