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Estado de Minas

M�e de beb� salvo por gari promete festa de 1 ano do filho com homenagem ao her�i

Beb� de 2 meses engasga com o leite e m�e sai desesperada em busca de socorro pela rua, onde encontra o gari e bombeiro civil Gileadi Manass�s, que consegue fazer o salvamento


postado em 19/11/2014 06:00 / atualizado em 19/11/2014 07:12

Coletor da SLU e o encontro tão esperado: Gileadi se emociona e beija o bebê Davi depois de salvá-lo (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press )
Coletor da SLU e o encontro t�o esperado: Gileadi se emociona e beija o beb� Davi depois de salv�-lo (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press )

Naquela tarde de 3 de novembro, o mundo deixou, por alguns instantes, de ser ca�tico. Congestionamentos flu�ram, vizinhos foram solid�rios e at� os c�es pararam de latir para abrir passagem a uma m�e desesperada. �ngela de Oliveira Gon�aves de Melo pedia ajuda para salvar seu beb� Davi, de 2 meses, engasgado com o leite. Por milagre, os anjos j� estavam a caminho da Rua Edimburgo, no Bairro Jardim Europa, em Venda Nova. O escolhido para a miss�o era um querubim de fei��es barrocas, cabelos em cacho e um tanto sujismundo, batizado como Gileadi Manass�s, de 30 anos. O nome b�blico significa ‘b�lsamo que cura’.

Em vez de asas, o anjo veio correndo, dependurado na carroceria de um grande caminh�o, que parece ter o dom de tornar as pessoas felizes. Coletor de lixo da Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU) h� quatro anos, Gileadi � tamb�m bombeiro civil. Ele apareceu no momento certo e no lugar certo. Naquele hor�rio, por volta das 13h, j� deveria estar no quarteir�o de cima. “Gileadi foi um anjo que Deus mandou s� para salvar o meu filho. Sei de muitas dessas hist�rias que n�o t�m final feliz. Fa�o quest�o de agradecer a essa maravilhosa equipe da SLU. Sei de muita gente que v� os lixeiros trabalhando nas ruas e n�o d� nada por eles”, diz a m�e, emocionada.

Enquanto �ngela se derrama em elogios e choro, contando a �ntegra da hist�ria, Gileadi abstrai todo o falat�rio. Esquece de ser celebridade e ignora as perguntas da entrevista quando finalmente consegue pegar Davi no colo. Ergue a crian�a no alto, como se fosse um trof�u. Davi retribui o gesto, fazendo bolhas de cuspe na boca. Os dois se olham com cumplicidade. “Davi � um guerreiro. T�o pequeno e j� venceu o gigante da morte”, compara a m�e, evang�lica da igreja quadrangular. O coletor da SLU, que � batista, concorda com a mulher.

�ngela torna a repetir a hist�ria do sufocamento do beb�. Tenta rever os detalhes, identificando onde ela poderia ter falhado. Volta a contar que havia amamentado Davi, p�s para arrotar dando tapinhas nas costas e o deitou de bru�os no ber�o, como toda vida fez com o mais velho, Gustavo, de 7 anos. Como o beb� parecia dormir, aproveitou a deixa para fazer a mudan�a dentro do mesmo lote. De vez em quando, dava uma espiada para ver se estava tudo bem. Davi continuava dormindo. Por volta das 13h, o sobrinho dela veio visitar o beb� e, a pedido de �ngela, tentou carregar o beb�. “Mas ele j� estava roxo, com o rostinho inchado, escorrendo um leite pelas narinas. Arranquei-o do ber�o e sa� gritando: ‘Meu Deus, meu filho est� morto!’”, conta ela, que pensou em bater na casa geminada de uma tia, mas seguiu uma voz interior que a mandou pedir socorro em dire��o � rua.

O ENCONTRO

Diante do desespero da m�e, o caminh�o da SLU parou para acudir. O motorista foi o primeiro a descer. Com o sufoco, o outro coletor saiu correndo para chamar o colega, com forma��o em primeiros socorros. Gileadi j� estava descendo a rua. “Quando cheguei, o beb� j� estava no colo do Gil (motorista). O primeiro procedimento dele foi correto, abaixando o corpo do nen�m para tr�s. No desespero, por�m, o colega ficou sacudindo em vez de dar in�cio aos tapas de salvamento”, diz. Com seguran�a, ele esclarece que � necess�rio, no caso de beb�s, medir quatro dedos abaixo da nuca e, neste local, dar tapinhas ritmados com a ponta dos dedos nas costas, nunca com a palma da m�o. “Depois de algumas tentativas, Davi conseguiu dar uma respirada, explica o bombeiro civil, pai de quatro filhos, a mais velha com 12 anos.

“Quando vi meu filho naquela situa��o pedi miseric�rdia a Deus”, diz a m�e. A m�e n�o se desgruda mais do filho. Por onde vai, leva junto Davi, no carrinho.

Para o anivers�rio de 1 ano, �ngela faz planos de decorar a festa com motivos da SLU. O reencontro entre Gileadi e Davi deu-se nessa ter�a-feira � tarde, depois que a assessoria da SLU avisou sobre o salvamento. “Ningu�m entra para a profiss�o de coletor sem gostar muito. Todo coletor � feliz. S� assim para lidar com o lixo, que j� n�o � coisa boa, e ainda correr no m�nimo 16 quil�metros por dia.”


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