
Quando os jarg�es “Agora vai” e “T� ligado n�o” entoavam nas casas de shows, a pista de dan�a tremia. Era DJ Paulinho quem chegava para bombar nas noites de Belo Horizonte. Nas boates da Zona Norte ou da Zona Sul, ele era estrela do funk. Mas, na noite dessa segunda-feira, o som feito pelo jovem Jo�o Paulo de Moura Rocha, de 27 anos, emudeceu. Ele morreu na porta de casa, no Bairro Santa M�nica, em Venda Nova, ao ser alvejado por nove tiros. Nessa ter�a, no enterro do artista, conhecido e reconhecido nacionalmente, havia algumas interroga��o. Todos queriam saber os motivos e o autor do crime contra algu�m tido como tranquilo, sem inimizades e contr�rio a qualquer tipo de confus�o. A Pol�cia Civil abriu inqu�rito e trabalha com cinco hip�teses para o assassinato.
Amigos, familiares, produtores, m�sicos, MC’s, f�s e empres�rios. Gente de todas as classes sociais, que, al�m de BH, vieram de S�o Paulo, Florian�polis (SC) e do Esp�rito Santo, passaram pelo Cemit�rio Bosque da Esperan�a, no Bairro Jaqueline, tamb�m em Venda Nova, para prestar as �ltimas homenagens ao DJ. Cerca de 1 mil pessoas acompanharam o cortejo, procurando respostas para o que ocorreu. A noite de BH perdeu um de seus maiores expoentes, pr�ximo de MCs famosos e de jogadores de futebol, como os atacantes J�, do Atl�tico, e Bernard, atualmente na Ucr�nia. J� a fam�lia de Paulinho, de origem humilde, perde o ente querido que batalhava h� cerca de 10 anos para se destacar na profiss�o que escolheu. A mulher, Thais Meire de Souza Morais, passou o vel�rio inteiro ao lado do caix�o e precisou ser amparada durante o sepultamento, �s 17h.

A empres�ria Eliane Viau, da Elite Eventos, conheceu o DJ quando ele apenas “Paulinho”. “� um menino que cresceu na m�sica, foi DJ do MC Biju e despontou para a carreira solo”, contou a amiga da fam�lia. O talento e a fama o levaram a cruzar os mares para tocar nos Estados Unidos, Portugal, Fran�a e Inglaterra. “Os familiares e amigos ter�o de se ajudar para juntar os pedacinhos.” Amiga de Paulinho havia mais de 20 anos, Luciana Guimar�es, de 31, cresceu com o DJ no Bairro Cana�, onde moram os parentes dele at� hoje. “Era uma pessoa muito querida, nunca teve problema com ningu�m. Entrava em todas as favelas de BH para fazer shows”, disse, se lembrando dos tempos em que a m�e de Paulinho vendia panos de prato para sustentar os filhos.
Promoter do bar Churrasquinho do Manoel, na Pampulha, onde Paulinho tocava havia seis anos e comandava a festa �s quinta e aos domingos, Thiago Vin�cius Cordeiro Martins, o Tatu do Churrasquinho, diz que as noites de BH n�o ser�o mais as mesmas. “Ele revolucionou o mercado do funk na capital mineira. Foi o primeiro a usar microfone e se comunicar com o p�blico. Ele fazia tudo diferente dos demais”. O dono da casa, Juca Stanislau, disse que o DJ fazia de cinco a seis shows por noite em todas as casas noturnas de BH. “Estamos consternados e preocupados com a viol�ncia � noite e a falta de seguran�a, principalmente na Zona Norte, que fica desprovida de policiamento depois das 3h.”
INVESTIGA��ES O Departamento de Homic�dios e de Prote��o � Pessoa (DHPP) abriu ontem inqu�rito e deixou as investiga��es por conta do delegado Marcelo Manna, da Delegacia de Homic�dios de Venda Nova. O DJ n�o tem passagens pela pol�cia. O chefe da DHPP, delegado Wagner Pinto informou que a corpora��o trabalha com cinco hip�teses para o assassinato, mas n�o revelou nenhuma, alegando risco de prejudicar as apura��es. Ele disse que a pol�cia est� de posse das imagens dos circuitos TV instalados nos im�veis pr�ximos ao local do crime, mas negou que j� hajam suspeitos. “Todas as pe�as est�o se juntando.”