
O Rio S�o Francisco trilha um novo curso na sua hist�ria. Depois de enfrentar a pior seca em um s�culo, que fez sumirem nascentes e deixar o fundo � mostra, o Velho Chico reage bem �s primeiras chuvas fortes da primavera e d� sinais de vida em Pirapora, no Norte de Minas. Segundo o secret�rio municipal de Planejamento e Meio Ambiente, C�lio C�zar Wanderley de Almeida J�nior, o leito subiu at� 70 cent�metros nos �ltimos dias, resultado, principalmente, das �guas que ca�ram sobre as cabeceiras do afluente Rio Abaet�. “O aspecto agora � outro, em alguns trechos as pedras est�o cobertas, num cen�rio bem diferente de antes”, disse o secret�rio.
Mesmo longe do panorama ideal, C�lio C�zar diz que j� d� para comemorar a mudan�a no chamado rio da unidade nacional. “Podemos dizer: Viva S�o Pedro!”, afirmou, lembrando que o S�o Francisco est� come�ando o processo de recupera��o. “Acho que os momentos de ang�stia passaram, aquele medo todo se dissipou. Vamos esperar pelo maior volume de chuvas este m�s para fazermos uma an�lise melhor da situa��o, afinal, pode parar de chover de repente”, ponderou. Para satisfa��o dos ribeirinhos e das autoridades do meio ambiente, o dia de ontem correspondeu �s expectativas e nuvens carregadas se mantiveram no c�u.
Tendo a hist�rica Ponte Marechal Hermes como moldura, o “entorno” das famosas lajes do S�o Francisco volta a se encher, formando piscinas naturais. De acordo com informa��es da Prefeitura de Pirapora, a vaz�o do rio se mant�m em 140 metros c�bicos por segundo. Para que ele volte ao seu ritmo natural (500 metros c�bicos por segundo), ser� preciso chover 30% acima da m�dia hist�rica dos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. O secret�rio recorda que, em janeiro, a vaz�o chegou a 600 metros c�bicos por segundo.
Al�m da cheia no Rio Abaet�, que des�gua 60 quil�metros antes de Pirapora, outro curso d’�gua da Bacia do S�o Francisco d� mostras de vitalidade. Trata-se do Rio das Velhas, que atravessa a Grande BH e se encontra com o S�o Francisco em Guaicu�, depois de Pirapora. O secret�rio destaca que as chuvas na Regi�o Central do estado tiveram outra consequ�ncia vital para os recursos naturais, que foi acabar com o “efeito esponja” ao longo dos rios. Dessa forma, com a recarga das nascentes e sem o ressecamento do solo, o leito se torna cont�nuo.
Tr�s Marias
De acordo com informa��es da Cemig, o volume registrado no reservat�rio de Tr�s Marias, na Regi�o Central de Minas, � de 4,81%, tamb�m muito distante dos meses de seca, quando baixou para 2,18%. T�cnicos explicam n�o haver altera��es na libera��o de �gua da represa para o Rio S�o Francisco, mantendo-se em 120 metros c�bicos por segundo.
A esperan�a em Pirapora � semelhante � verificada na semana passada no Parque Nacional da Serra da Canastra, no Centro-Oeste de Minas. Com a chuva que se intensificou na regi�o, a principal nascente do Rio S�o Francisco, localizada na �rea de preserva��o, voltou a jorrar um volume expressivo de �gua. O fato foi comemorado. “Esta nascente nunca tinha secado. Isso � muito ruim, pois um dos motivos de cria��o do parque foi exatamente a preserva��o dela. Mas sab�amos que, com a chuva, ela voltaria, como de fato voltou”, explicou o analista ambiental e chefe substituto da Unidade de Conserva��o, Vicente Faria.