
Wellington terminou recentemente mais dois pres�pios e recebeu a aprova��o das fam�lias da Rua Direita, no Centro Hist�rico de Santa Luzia. “S� encerro o trabalho depois de p�r o Menino Jesus na manjedoura. Se achar que o conjunto n�o ficou bom, desmancho e recome�o do zero”. Na verdade, a imagem s� vai para a gruta de Bel�m na noite de 24 para 25 de dezembro, ficando guardada em caixas forradas de algod�o ou orat�rios dom�sticos.
A arte de fazer pres�pios � centen�ria em Minas, e o artes�o preza as caracter�sticas mais antigas, como usar as pe�as – Jesus, Maria e Jos�, anjos, pastores e animais – das pr�prias fam�lias, buscar galhos secos no quintal, al�m de ouvir e contar hist�ricas enquanto monta o cen�rio. “� sempre um ritual e as pessoas gostam disso. O pres�pio une todo mundo”, conta Wellington. O servi�o vai se intensificar a partir de hoje, j� que os luzienses costumam preparar as resid�ncias depois da festa da padroeira celebrada anualmente em 13 de dezembro.
Tradi��o
A casa de Nadeje Lima dos Santos j� est� enfeitada e o pres�pio � uma das atra��es. “Meu filho Rafael fez o nosso durante sete anos e depois Wellington assumiu o servi�o. L� se v�o 17 anos”, conta a moradora da Rua Direita. “Gosto muito de manter a tradi��o”, disse ela, com alegria.
Na casa das tias Celma e Telma, Wellington encontra inspira��o e criatividade para fazer o pres�pio permeado de boas lembran�as: um cavalinho amarelo, da sua inf�ncia, um bibel� e as pe�as da av� Maria, que completam 70 anos. Em sil�ncio, cumpre mais uma miss�o. “E quanto voc� ganha para fazer um pres�pio?”, pergunta o rep�rter. “Se for para igrejas, n�o recebo nada. Nas casas, as pessoas sempre me d�o um ‘agrado’. Fa�o por prazer”, responde o jovem.