
Menos de um ano depois da inaugura��o do BRT/Move, servi�o de transporte r�pido por �nibus implantado em Belo Horizonte, a BHTrans j� est� substituindo o sistema de abertura das portas das esta��es de embarque e desembarque de passageiros da cidade. Para corrigir o problema generalizado das portas, que n�o funcionam em sincronia com a chegada dos coletivos, os motoristas ser�o respons�veis pela abertura, via radiofrequ�ncia. A reportagem do Estado de Minas percorreu as 59 cabines das 36 esta��es de transfer�ncia de passageiros em funcionamento no BRT municipal e constatou que das 456 portas de vidro que deveriam abrir apenas com a aproxima��o dos �nibus, 285 est�o ficando sempre abertas, o que equivale a 62,5%. Na pr�tica, esse cen�rio gera dois problemas: os passageiros correm riscos, j� que se posicionam bem pr�ximos das portas, desrespeitando o limite de seguran�a nos terminais, e muitas pessoas pulam para as esta��es sem pagar a passagem.

PASSAGEIROS EM PERIGO O EM fez o levantamento entre segunda e quarta-feira da semana passada. Enquanto 285 portas (62,5%) est�o abertas, 167 (36,6%) funcionam da forma correta, abrindo e fechando de acordo com a chegada e a sa�da dos coletivos. Outras quatro (0,87%) estavam o tempo todo fechadas e n�o foi poss�vel passar por elas, como na Esta��o S�o Paulo, na Avenida Santos Dumont. Dois cones foram colocados para alertar sobre o problema. Das nove esta��es da Avenida Cristiano Machado, em quatro delas, todas as 16 portas foram encontradas abertas. “� complicado para os passageiros, porque os bandidos podem entrar facilmente e assaltar aqui dentro”, disse a cozinheira Am�lia dos Santos Oliveira, de 59, enquanto aguardava um �nibus na Esta��o S�o Judas Tadeu. Mas ela tamb�m viu vantagens na pane do sistema de portas. “Sem ar-condicionado, � melhor que fique aberta nesse calor, mesmo sendo inseguro”, completou.
Motorista da linha 66 (Esta��o Vilarinho/Centro/Hospitais), Alex Sandro Lopes, de 38, conta que j� viu de tudo quando as portas ficam abertas. “O risco de queda � grande. J� vi pessoas sentadas com as pernas para fora da esta��o e de tudo quanto � jeito”, afirma o condutor. Uma das funcion�rias que trabalha na bilhetagem da Esta��o S�o Jo�o Batista, na Avenida Pedro I, informa que trabalha no local h� tr�s meses e h� duas semanas as oito portas do �nico m�dulo do terminal est�o abertas. “A gente fica preocupada com os deficientes visuais, cuja presen�a � grande nessa esta��o. Crian�as tamb�m correm risco de cair”, reclama a funcion�ria, que pediu anonimato. Ela acrescenta que basta escurecer para come�ar o festival de invas�es. “As pessoas aproveitam e entram sem pagar a passagem”, completa.
Embarque e desembarque
As esta��es de transfer�ncia est�o posicionadas em todos os corredores troncais do sistema, nas avenidas Ant�nio Carlos, Pedro I, Vilarinho, Cristiano Machado, Paran� e Santos Dumont. Algumas esta��es t�m mais de uma cabine para embarque e desembarque, solu��o usada pela prefeitura para distribuir as linhas e n�o congestionar um determinado terminal. Em geral, cada uma das cabines usadas pelo passageiro conta com oito portas de vidro, que funcionam por meio de um sensor de aproxima��o. Elas devem abrir no momento em que os �nibus encostarem, para garantir a entrada e sa�da dos passageiros com a devida seguran�a e conforto. As exce��es s�o as esta��es do Centro, que t�m 12 portas cada, e as da Avenida Vilarinho, com quatro portas em cada cabine.
