Francisco S� – Em pleno fim de dezembro, quando a maior parte dos mineiros costuma estar contabilizando os preju�zos causados por enchentes, o estado d� demonstra��es por todos os lados de que nem sequer conseguiu se recuperar de uma das mais severas secas da hist�ria. Embora alguns munic�pios tenham registrado problemas com tempestades localizadas, a precipita��o registrada at� agora est� longe de ser suficiente para amenizar os problemas da estiagem. Segundo balan�o da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), neste ano foram assinados decretos de emerg�ncia em 173 munic�pios mineiros devido � escassez de chuvas – em 10 casos, depois de novembro, quando come�a o per�odo considerado chuvoso. Com o volume pluviom�trico abaixo da m�dia hist�rica, os mananciais n�o se recuperaram, o n�vel dos reservat�rios que atendem popula��es urbanas permanece baixo e centenas de comunidades continuam a ser atendidas por caminh�es-pipa.
O reservat�rio da usina hidrel�trica de Tr�s Marias, que, al�m de gerar energia regula o Rio S�o Francisco e garante o abastecimento de v�rios munic�pios, est� com apenas 9,3% da sua capacidade. A recupera��o � lenta, mesmo com o volume de sa�da de �gua limitado a 121 mil litros por segundo – cerca de um ter�o do que vem chegando ao lago – como medida para tentar garantir a recupera��o da represa.
“Voltou a chover, mas h� uma altern�ncia entre sol e chuva. Com isso, a pastagem e a vegeta��o ficam verdes, mas o volume registrado at� agora n�o foi suficiente para encharcar o solo e recompor o len�o fre�tico, que abastece as nascentes”, explica Reinaldo Nunes de Oliveira, t�cnico do escrit�rio regional da Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural (Emater-MG) em Montes Claros – maior munic�pio do Norte de Minas, com 394 mil habitantes, e o �ltimo a decretar situa��o de emerg�ncia devido � seca, no �ltimo dia 8. Ele lembra que do come�o das chuvas, no fim de outubro, at� agora, foram registrados na cidade 324 mil�metros de precipita��o, a metade do esperado.
Neste m�s, houve decretos de emerg�ncia pelo mesmo motivo em S�o Jo�o das Miss�es (dia 4) e Riachinho (dia 1º). A provid�ncia havia sido adotada por outras sete cidades em novembro: Santa Maria do Salto, Pirapora, Gameleira, Juven�lia, Francisco Dumont, Jord�nia e S�o Jo�o da Ponte.
Segundo Reinaldo Oliveira, devido � estiagem prolongada deste ano, 730 c�rregos e rios do Norte de Minas ficaram completamente secos ou tiveram o curso interrompido. O t�cnico ressalta que, depois da crise da �gua que atingiu dezenas de munic�pios em Minas e �reas fora do semi�rido, como a pr�pria cidade de S�o Paulo, a garantia de recursos h�dricos para o abastecimento humano ter� que ser repensada. “Daqui para frente, o Brasil precisar� de um novo olhar para a quest�o da �gua. N�o poderemos ficar apenas na depend�ncia da chuva. As pessoas ter�o que aprender a usar racionalmente o recurso”, observa.
Enquanto isso...
...Preju�zos no Sul
e na Zona da Mata
Tempestades nos �ltimos dias causaram preju�zos no Sul de Minas e na Zona da Mata mineira. No Sul, as cidades mais atingidas foram Passos, Machado, Muzambinho e Guaxup�, onde as �guas da noite de Natal deixaram ruas encobertas. Na Zona da Mata, em Matias Barbosa, m�veis e eletrodom�sticos foram arrastados no Bairro Monte Alegre. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prev� mais pancadas para os pr�ximos dias nos munic�pios atingidos.