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Estado de Minas

Ex-policial confessa ter matado funcion�rio de supermercado por motivo passional

Em declara��es cheias de contradi��o, Ivair Maria Alves, admitiu ter assassinado a sangue frio o fiscal de loja Vin�cius Linhares de Jesus, executado com tr�s tiros


postado em 27/12/2014 06:00 / atualizado em 27/12/2014 20:03

Atirador identificou a vítima e trocou com ela algumas palavras antes de disparar três vezes e sair calmamente. Horas depois, Ivair (foto) foi preso e assumiu o crime(foto: Beto Novaes/EM/D.A.Press/ Reprodução )
Atirador identificou a v�tima e trocou com ela algumas palavras antes de disparar tr�s vezes e sair calmamente. Horas depois, Ivair (foto) foi preso e assumiu o crime (foto: Beto Novaes/EM/D.A.Press/ Reprodu��o )


Um crime cometido com extrema frieza, � luz do dia, em momento de grande movimento, no qual o assassino n�o se preocupou em ser identificado em um local p�blico e dotado de c�meras. Por tr�s do assassinato, um ex-policial e uma intriga passional em grande parte desenrolada por meio das redes sociais. Segundo a investiga��o, foram esses os elementos para a execu��o do funcion�rio de um supermercado ontem, no Bairro Cidade Nova, Regi�o Nordeste de BH. As imagens do sistema de monitoramento interno mostram que eram 11h28 quando um homem de cavanhaque atirou pelo menos tr�s vezes no fiscal de loja Vin�cius Linhares de Jesus, de 34 anos, antes de fugir em um carro que estava estacionado na porta.

Ou�a o depoimento:


No fim da tarde de ontem, foi preso Ivair Maria Alves, de 46 anos, que assumiu o crime. De acordo com o sargento Ednei Soares dos Santos, do 16º Batalh�o, policial que atendeu a ocorr�ncia, militares do servi�o de intelig�ncia e policiais civis o reconheceram comparando imagens das c�meras do supermercado com o banco de informa��es das for�as de seguran�a. “Ele j� tem outras passagens pela pol�cia e � suspeito de outro homic�dio (ocorrido julho). Com as informa��es levantadas, os policiais foram at� a casa dele, no Bairro S�o Marcos e o prenderam”, explica o militar.

Em declara��es cheias de contradi��o, o assassino confesso – que j� foi detetive, mas acabou sendo exonerado da Pol�cia Civil em 1996, por abandono de emprego – atribui o crime ao fator de ter descoberto envolvimento de sua filha, de 12 anos, com a v�tima, o que teria sido identificado por ele a partir da p�gina de Vin�cius no Facebook. Ivair, por�m, admite que sabia tamb�m que o fiscal havia tido um relacionamento com sua esposa, h� dois anos, mas nega que tenha sido esse o motivo do crime. Ao falar de como soube da trai��o, o homem alegou ter identificado a rela��o fazendo levantamentos por meio de outra rede social. Mas, posteriormente, se contradisse ao afirmar que s� tomou conhecimento do caso extra-conjugal depois de ter cometido o homic�dio.

TRANQUiLIDADE

Na cena do crime, outra filmagem, que foi capturada pela c�mera de uma loja vizinha ao supermercado, em regi�o nobre da Avenida Cristiano Machado, entre as ruas Doutor Jarbas Vidal Gomes e Jornalista T�lio Berti, conseguiu mostrar o momento da fuga. As imagens chamam a aten��o pela tranquilidade com que o assassino sai da loja, entra em um ve�culo escuro, do tipo perua, e vai embora dirigindo, no sentido Centro/bairro, sem se apressar em momento algum.

Depois de apurações iniciadas no supermercado, militares prenderam o ex-policial civil(foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Depois de apura��es iniciadas no supermercado, militares prenderam o ex-policial civil (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)


As imagens do circuito de seguran�a do supermercado mostram o assassino caminhando pelo setor de bebidas e olhando para os dois lados. Antes de entrar em outro corredor, o homem ainda teve a calma de deixar que uma cliente com um carrinho de compras passasse em sua frente. Em seguida, caminhou at� o setor de perfumaria, olhou mais uma vez ao redor e identificou a v�tima, parada diante de uma prateleira. Quando se aproximou de Vin�cius, que estava de lado, conversou com ele por poucos segundos. De acordo com o relato de testemunhas � Pol�cia Militar, em seguida o criminoso sacou uma arma semiautom�tica e disse: “� voc� mesmo, desgra�ado”.

Depois disso, o homem atirou pela primeira vez, de um modo incomum, como se empurrasse a arma na dire��o da v�tima. O fiscal de loja caiu, se encolhendo por causa do ferimento, e o assassino caminhou lentamente ao seu lado, com o bra�o esticado e desferiu mais tiros antes de sair calmamente. O v�deo com toda a a��o tem 32 segundos de dura��o.
“Foi uma execu��o. Ele veio com o prop�sito de matar. Ningu�m reconheceu o criminoso e parece que a pr�pria v�tima tamb�m n�o”, afirmou o sargento Edinei. De acordo com o militar, a per�cia t�cnica esteve no local e informou que o armamento semiautom�tico atingiu a v�tima uma vez na cabe�a e duas nas costas, matando-a instantaneamente.

RELACIONAMENTOS

A empresa informou que Vin�cius trabalhava no local havia um ano e meio. Ele morava em Sabar�, na Grande BH, e n�o tinha passagem pela pol�cia. Os colegas de trabalho o descreveram como uma pessoa bem relacionada e querida. Solteiro, teve um relacionamento recente com uma ex-funcion�ria do supermercado, que ainda ser� procurada para prestar depoimento. O pai do fiscal, o eletricista Geraldo Ig�dio de Jesus, de 61 anos, disse que h� cerca de seis meses o filho namorou uma mulher que havia sido casada. “Se ele tinha algum segredo, morreu com ele. N�o falava nada conosco. Era calmo, sossegado, tranquilo e alegre. Mas, ontem e anteontem estava meio calado.” O pai acredita que o celular e o computador do filho servir�o de base para pol�cia durante as investiga��es.

O fiscal de loja se formou como tecn�logo em gest�o ambiental pela UNA em 2012. Atualmente, fazia um curso t�cnico de inform�tica. Vin�cius admirava o trabalho das for�as de seguran�a p�blica e divulgava entre grupos de amigos v�deos de a��es legais contra sequestradores e outros criminosos. Em 2013, tentou ser agente penitenci�rio em Divin�polis, no Centro-Oeste de Minas, mas foi desclassificado na terceira etapa, o teste psicol�gico, por “faltar ou chegar atrasado para a realiza��o de qualquer prova, teste ou exame, bem como para qualquer chamada previamente prevista ou n�o completar qualquer prova, teste ou exame”. Praticava capoeira e ingressou no ramo da seguran�a privada em 2004, onde atuou at� 2009. Mantinha, inclusive, fotografias suas manejando armas de fogo na p�gina de uma rede social.


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