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Estado de Minas

Nossa Hist�ria: Conhe�a o mineiro que fundou em Juiz de Fora o primeiro museu do estado

Museu Mariano Proc�pio, que completa 100 anos, foi criado pelo colecionador, advogado e jornalista mineiro Alfredo Ferreira Lage, nascido h� 150 anos


postado em 10/01/2015 06:00 / atualizado em 10/01/2015 07:07

Fachada do Museu Mariano Procópio, que completa 100 anos: acervo com mais de 53 mil peças(foto: Leonardo Costa/Esp. EM 9/12)
Fachada do Museu Mariano Proc�pio, que completa 100 anos: acervo com mais de 53 mil pe�as (foto: Leonardo Costa/Esp. EM 9/12)

O Brasil vivia os tempos imperiais, quando o menino Alfredo, de 7 anos, seguiu para a Europa na companhia da m�e, Maria Am�lia, e do irm�o, Frederico. Na Fran�a, Su��a, Alemanha e outros pa�ses, os meninos de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, mergulharam fundo na cultura, aprenderam l�nguas, abasteceram-se de conhecimento e fortaleceram o amor pela arte, sem jamais esquecer a terra natal. Anos depois, de volta ao Brasil, Alfredo foi estudar direito na tradicional faculdade do Largo de S�o Francisco, na capital paulista, e, formado, se estabeleceu na sua cidade, criando h� 100 anos o Museu Mariano Proc�pio, o primeiro do estado. No nome, a homenagem ao pai. Hoje, setores culturais lembram tamb�m os 150 anos de nascimento do mecenas mineiro, que foi colecionador, empres�rio, comerciante, jornalista e amante incondicional da fotografia. Para comemorar, h� eventos em andamento e outros previstos para o ano inteiro, incluindo concertos.

Antes de conhecer mais sobre Alfredo Ferreira Lage (1865-1944), � preciso destacar a import�ncia do pai, o comendador Mariano Proc�pio Ferreira Lage (1821-1872), natural de Barbacena, na Regi�o Central, que atuou no com�rcio de importa��o e exporta��o, elegeu-se deputado pelo Partido Conservador, fundou a Companhia Uni�o Ind�stria, implantou uma col�nia de imigrantes germ�nicos e escola agr�cola e construiu a primeira estrada de rodagem do pa�s, a Uni�o Ind�stria. Ligando Juiz de Fora a Petr�polis (RJ), a rodovia foi inaugurada pelo imperador Dom Pedro II (1825-1891) em 1861. Ao ficar vi�va, Maria Am�lia decidiu cruzar o Atl�ntico e dar aos filhos, �rf�os de pai, uma educa��o formal com o refinamento europeu.

O diretor do Museu Mariano Proc�pio, Douglas Fasolato, conta que, ao retornar � sua cidade, Alfredo fomentou as artes c�nicas e fundou o Teatro Juiz de Fora; adquiriu e dirigiu o jornal O Farol; trabalhou na implanta��o do hip�dromo; tornou-se s�cio de uma companhia de eletricidade e de um col�gio; e entrou para a pol�tica como vereador. O esp�rito inquieto e empreendedor reservava outras surpresas, tanto que, no fim do s�culo 19, o mineiro mostrou verdadeira paix�o pela imagem e se revelou fot�grafo amador. “Era um homem pioneiro em v�rios campos. Em 1903, fundou e presidiu o Foto Clube do Rio de Janeiro, o primeiro do Brasil, com o objetivo de valorizar o of�cio, mediante exposi��es e concursos”, explica Fasolato, citando tr�s mostras importantes promovidas por Alfredo em 1904, 1905 e 1907.

Alfredo Lage, que nasceu em Juiz de Fora, foi aos 7 anos para a Europa. Na volta, tornou-se um grande incentivador da cultura em Minas e no país(foto: Museu Mariano Procópio/Divulgação)
Alfredo Lage, que nasceu em Juiz de Fora, foi aos 7 anos para a Europa. Na volta, tornou-se um grande incentivador da cultura em Minas e no pa�s (foto: Museu Mariano Proc�pio/Divulga��o)
ACERVO EXPRESSIVO
Alfredo deixou um legado que orgulha os moradores de Juiz de Fora e enaltece a mem�ria nacional. Uma das facetas mais importantes da sua trajet�ria est� no colecionismo, iniciado na Su��a, quando tinha apenas 8 anos. “Come�ou com minerais e seguiu em dire��o aos acervos que reuniam arte e hist�ria”, afirma Fasolato. Grande parte das pe�as guardadas desde a inf�ncia se tornaram p�blicas, em 1915, quando resolveu abrir a ch�cara da fam�lia � visita��o – o im�vel com �rea de 78 mil metros quadrados e jardins atribu�dos ao paisagista franc�s Auguste Glaziou foi doado � prefeitura em 1936.

Outra iniciativa digna de destaque na biografia do mineiro ilustre se refere ao acervo do Leil�o do Pa�o, quando o governo republicano colocou � venda obras que pertenceram � fam�lia imperial. Com o senso de quem preserva a hist�ria, ele arrematou mobili�rio e obras de arte. “Alfredo Ferreira Lage foi o grande mecenas de Minas. Nasceu com voca��o para a cultura”, assegura o diretor do museu. Preocupado com o destino do patrim�nio, ele criou o Conselho de Amigos do Museu Mariano Proc�pio para zelar pelo acervo e esteve � frente do museu at� a sua morte, em 1944. Alfredo viveu com a pintora Maria Pardos e n�o teve filhos.

Em obras de restauro e requalifica��o, o museu municipal, mantido pela Funda��o Mariano Proc�pio, tem um acervo com cerca de 53 mil pe�as. Fasolato explica que o projeto de recupera��o se desenvolve por etapas e avan�ou com recursos de R$ 5milh�es do governo estadual. A expectativa � de que a villa ou casa seja o primeiro equipamento a ficar pronto. Al�m das obras, a institui��o desenvolve um projeto global de requalifica��o arquitet�nica e museol�gica viabilizado pelo Minist�rio da Cultura, via Instituto Basileiro de Museus (Ibram).

EXPOSI��O O diretor faz quest�o de destacar a exposi��o Cole��es em di�logo: Museu Mariano Proc�pio e Pinacoteca de S�o Paulo, em cartaz na Pinacoteca de S�o Paulo, com 50 obras (pinturas, desenhos e esculturas). “H� filas para visit�-la e estamos em entendimentos para que a mostra seja levada a Belo Horizonte”, afirma. “Temos um museu ecl�tico e enciclop�dico, composto de mobili�rio, indument�rias, esculturas, pinturas, fotografia, numism�tica, armas e outros objetos”, relata Fasolato.

PROGRAME-SE

At� 24 de janeiro: exposi��o Simetria e perman�ncia: a arte na fotografia de Alfredo Ferreira Lage, no sagu�o da reitoria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no c�mpus universit�rio.

24 de janeiro: �s 11h, tamb�m no c�mpus da UFJF, o curador da exposi��o Pedro Vasquez far� palestra com o tema “Panorama do Fotoclubismo no Brasil”. Haver� visita guiada

Visita��o: os jardins de entorno do Museu Mariano Proc�pio (Rua Mariano Proc�pio, nº 1.100) est�o abertos de ter�a a domingo, das 8h �s 18h. Entrada franca

Galeria de Belas Artes do museu, em foto de 1922: memória preservada (foto: Alfredo Lage/Divulgação)
Galeria de Belas Artes do museu, em foto de 1922: mem�ria preservada (foto: Alfredo Lage/Divulga��o)

LINHA DO TEMPO


1865 –Em 10 de janeiro, Alfredo Ferreira Lage nasce em Juiz de Fora, na Zona da Mata

1872 –Com a morte do pai Mariano Proc�pio, o menino segue para a Europa na companhia da m�e, Maria Amalia, e do irm�o, Frederico

1886 – De volta ao Brasil, Alfredo vai estudar na Faculdade de Direito do Largo de S�o Francisco, em S�o Paulo, capital, e se forma em 1890

1903 –Alfredo funda o Foto Clube do Rio de Janeiro, pioneiro no Brasil, para difundir a fotografia em exposi��es e concursos

1915 – Nasce o Museu Mariano Proc�pio, ainda em car�ter particular, quando Alfredo abre a ch�cara da fam�lia, em Juiz de Fora, para visitas ao acervo que colecionara desde crian�a

1921 – O museu � institu�do oficialmente. No ano seguinte, � inaugurada a galeria de Belas Artes

1936 –Em 29 de fevereiro, � lavrada a escritura em que o im�vel e acervo do museu s�o doados ao munic�pio

1944 – Enquanto ocupa o cargo de diretor do museu, Alfredo morre no Rio de Janeiro


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