
Nada melhor do que f�rias – de prefer�ncia no ver�o e rumo ao litoral brasileiro. Mineiros adoram e, depois de um ano de trabalho, fam�lias inteiras, grupos de amigos e turmas de conterr�neos batem em retirada para Esp�rito Santo, Bahia e Rio de Janeiro, ansiosos para mergulhar no Atl�ntico, pisar na areia fofa e curtir o descanso sob coqueirais. O �xodo come�ou no fim de dezembro e se prolongar� at� m�s que vem. Na volta para casa, em maior ou menor escala, todos trazem na pele as cores da praia. Na mala, um suvenir. E, na mem�ria, hist�rias que rendem belas recorda��es e boas risadas.
Moradora do Bairro Santa Tereza, na Regi�o Leste de BH, a fam�lia Vila�a j� retornou de Porto Seguro (BA), onde foi pelo segundo ano consecutivo, e ainda ostenta a famosa calma baiana. “Ficamos naquela de sombra e �gua de coco geladinha”, diz a engenheira de telecomunica��es Patr�cia, que passeou com o marido, Wellington Vila�a, m�sico, a filha B�rbara, de 19 anos, e a sobrinha Ca�ssa, de 15. “Desta vez, viajamos de carro, sem pressa, parando em v�rios lugares”, conta Patr�cia, de volta ao batente amanh�. Bronzeada, ela lembra que o “clima” da viagem teve in�cio no momento de arrumar a bagagem. Certamente saudoso, o gato de estima��o James Brown pulou dentro de uma das malas e s� saiu depois de muito chamego. Na hora de a fam�lia posar para a foto desta reportagem, o bichano chegou de mansinho e se aboletou sobre a mesa, num sinal de boas-vindas. Uma lembran�a inesquec�vel, revelam Patr�cia, Wellington e B�rbara, foi presenciar a alegria de Ca�ssa vendo o mar pela primeira vez. “Bonito demais, aquele tanto de �gua…”, disse a adolescente.
Quem tamb�m curtiu as primeiras semanas do ano na Bahia foi o mestre de obras Antonio Oliveira Souza, a mulher, I�da, e a filha Yasmim, de 18, acompanhados do namorado, Jo�o Paulo, de 20, do sobrinho Fainer, de 17, e do amigo Saulo. Residente em Santa Luzia, na Grande BH, o grupo foi de avi�o e alternou farra e descanso num camping. “A gente trabalha durante meses e tem que se divertir com a fam�lia”, diz Ant�nio, que gostou da experi�ncia do lazer na barraca � beira-mar.

“Conhecemos brasileiros de todos os estados, alguns argentinos, e fizemos amigos”, diz o mestre de obras, rememorando um epis�dio que o faz gargalhar. Numa manh�, ele e I�da foram a uma praia mais distante, onde tr�s mulheres se banhavam. Entraram no mar e, minutos depois, ele percebeu uma onda mais forte chegando. Correu e levou as roupas para um lugar mais alto, retirando tamb�m as de uma das argentinas. “De repente, num pique s�, ela veio correndo atr�s de mim, certamente achando que eu estava levando seus pertences. Mas, ao entender a real situa��o, agradeceu em portunhol: “Muy gentil!”.
TRADI��O H� quatro d�cadas, o casal Cristiano Machado Gontijo, professor universit�rio, e Maria Helena, farmac�utica, ambos aposentados e moradores de Lagoa Santa, tamb�m na Grande BH, celebra o r�veillon e passa alguns dias no distrito de Iriri, em Anchieta (ES), na companhia dos filhos: Tiago, com a mulher Pollyana, que est� gr�vida; e Maria Cec�lia, com o marido, Renato, e os pequenos Maria Carolina, de 5 anos, e Theo, de 11 meses. Ao grupo se juntaram o sogro de Maria Cec�lia, Walter, e Telma, vindos da capital paulista, que se hospedaram num hotel.
“Iriri � muito tranquilo, ideal para a crian�ada e ganhou bons servi�os. No r�veillon, n�o pulamos sete ondas, mas sete marolinhas, de t�o calmo que �”, conta Maria Cec�lia. Desta vez houve novidades no passeio e o respons�vel foi o sorridente Theo. Estreando oficialmente no balne�rio, ele “descobriu” a areia.
Em dire��o ao litoral capixaba, tamb�m seguiram Jos� Luiz Moreira, funcion�rio p�blico, Tatiana Lobato dos Santos, advogada, e a filha Gabriela, de 11 anos, moradores do Bairro de Lourdes, na Regi�o Centro-Sul de BH. O grupo deles tinha 10 pessoas. O destino escolhido foi a Praia do Morro, em Guarapari, e tirando imprevistos, como a falta de �gua no pr�dio, tudo correu bem. “No �ltimo dia, nem fomos � praia, a fim de evitar aquele ardume caracter�stico e o sal no corpo. J� pensou ficar assim, sem poder tomar banho no calor�o?”, pergunta Tatiana, que critica a ideia do prefeito local de barrar turistas pobres. “Acho que foi por isso que tinha tanta gente l�. Deve ser vingan�a.” “O bom das f�rias � descansar ao m�ximo, esquecer de tudo”, confessa.
SEM COMPROMISSO O empres�rio Pablo Luiz Albernaz, morador do Bairro Renascen�a, na Regi�o Nordeste de BH, est� certo de que tempo de f�rias significa total falta de compromisso e esquecimento dos problemas di�rios. Num grupo de 11 pessoas, incluindo a m�e, Maria, ele foi para Cabo Frio (RJ), hospedando-se num apartamento na Praia do Forte. "No �ltimos anos, temos ido para l�, e a viagem � sempre agrad�vel. D� energia, revigora”, afirma. Passeios de barcos al mare estiveram na programa��o, assim como camar�o, moqueca e sorvetes. “Ficar com a fam�lia � �timo. E meus amigos s�o meu esteio”, diz Pablo, que se emocionou ao ver a secret�ria da fam�lia, Lurdes, de 57 anos, contemplar o mar pela primeira vez na vida. “Foi inesquec�vel.”
