
A Justi�a condenou, em j�ri popular na segunda-feira, os tr�s acusados de matar Camilla Christina Oliveira de Souza, 17 anos, em 31 de outubro de 2013 no Bairro S�o Bernardo, na Regi�o Norte de Belo Horizonte. Segundo as investiga��es, a garota foi morta durante um ritual de magia negra. Ela teve o pesco�o cortado e o corpo foi jogado do segundo andar de uma casa.
De acordo com o Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG), Warley dos Reis Valentin da Silva, de 20 anos, dever� cumprir 12 anos de pris�o, Kliver Marlei Alves dos Santos, de 25, foi condenado a 16, e Raony Dias Miranda, de 20, a 13 anos de reclus�o em regime fechado. Presos desde fevereiro do ano passado, eles n�o poder�o recorrer da senten�a em liberdade.
O conselho de senten�a, formado por seis homens e uma mulher, considerou que havia provas suficientes de que, conforme sustentava a promotora Denise Guerzoni Coelho, o crime havia sido cometido pelos tr�s por motivo torpe e sem permitir rea��o da v�tima. Na estipula��o das penas, o juiz Carlos Henrique Perp�tuo Braga, do I Tribunal do J�ri da capital, levou em conta a premedita��o, desenvolvida em concurso de pessoas; o comportamento da v�tima, que n�o fez nada chegar a esse desfecho, e a grande repercuss�o social do caso.
Segundo a den�ncia, o crime aconteceu na casa de Raony onde funcionaria um terreiro de candombl� sob a responsabilidade dele. Os r�us participavam da cren�a e teriam matado a v�tima porque ela arrebentou uma guia de orix� que se destinava a proteger o grupo.
De acordo com o TJMG, Warley foi o �nico a responder o interrogat�rio e disse ter agido sozinho por rivalidades com Camilla que, como ele, era traficante, assim como o ex-namorado dela. O jovem declarou que escoltou a adolescente at� a casa de Raony e a matou com cinco facadas no pesco�o. Ele alegou ter atacado Camilla porque sofreu amea�as do pessoal dela. Ele tamb�m sustentou que Kliver, que � seu irm�o de cria��o, n�o estava no local do crime. J� Raony, um vizinho que ele disse conhecer apenas de vista, presenciou tudo, mas n�o teve participa��o no delito. Warley negou haver qualquer ritual de magia negra e falou que estava arrependido.
Respondendo � promotora, Warley disse que nunca foi adepto do candombl�, n�o frequentava a casa de Raony, desconhecia que ele fosse pai de santo ou que Kliver fosse da mesma religi�o. �s perguntas da defesa, ele negou ter assinado o termo de depoimento � pol�cia e disse que naquele momento n�o estava acompanhado por advogado.
ACUSA��O O Minist�rio P�blico sustentou que os tr�s cometeram homic�dio duplamente qualificado - motivo f�til e impossibilidade de defesa da v�tima. A promotora afirmou que os r�us n�o argumentaram, ao longo do processo, contra nenhuma das testemunhas nem contestaram quaisquer das provas apresentadas, n�o podendo faz�-lo agora, na etapa do j�ri. Denise Guerzoni lembrou, ainda, que uma das testemunhas, ouvida em sigilo, confirmou que os r�us estavam na casa quando do assassinato, e apontou contradi��es. A promotora destacou tamb�m a quantidade de facadas desferidas, concentradas na regi�o cervical, onde golpes costumam ser letais; a aus�ncia de les�es defensivas, que demonstra que a v�tima foi imobilizada; e dados da per�cia, que indicavam haver mais de um agressor.
DEFESA Os advogados Rodrigo C�sar Diniz Braga e Stephan Fernandes Souza alegaram que apenas Warley cometeu o assassinato, sendo que Kliver e Raony n�o participaram da a��o. A defesa destacou que a pr�pria m�e da v�tima reconheceu que Camilla n�o s� tinha envolvimento com o tr�fico, como estava armada no instante do crime, o que teria levado Warley a reagir atacando-a com a faca. Por se tratar de medida de leg�tima defesa e de r�u confesso, eles solicitaram a retirada das qualificadoras.
A defesa tamb�m rejeitou o motivo torpe, afirmando que a vers�o de um ritual de magia negra era fantasiosa e que n�o se verificou a inferioridade num�rica da v�tima, pois Kliver e Raony n�o haviam contribu�do para a morte da adolescente. Pedindo a absolvi��o dos dois, reiterou que tudo n�o passou de uma disputa de tr�fico.