
Reservat�rios vazios e condom�nios cheios de problemas. A crise h�drica bate � porta dos apartamentos e das salas comerciais de pr�dios da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, exigindo medidas urgentes dos s�ndicos e, muitas vezes, acirrando as nem sempre f�ceis rela��es entre moradores e administradores dos edif�cios. Tem de tudo um pouco para atender � redu��o de 30% no consumo, como pediu o governo estadual � popula��o h� nove dias: campanhas contra o desperd�cio nos elevadores, reuni�es para discutir um poss�vel racionamento, contrata��o de empresas para localizar vazamentos e instala��o de hidr�metros individuais que acusam o gasto em cada apartamento. “N�o queremos ‘entrar pelo cano’ com essa hist�ria”, afirma uma moradora do Bairro Uni�o, na Regi�o Nordeste da capital, que se diz cansada de pedir ao s�ndico para impor normas restritivas.
Muitos pr�dios est�o levando a s�rio a cruzada contra a escassez de �gua. S�ndico de um condom�nio (20 apartamentos) no Bairro Gutierrez, na Regi�o Oeste, Saulo Menezes Marques de Souza afixou, nos elevadores social e de servi�o, as dicas da Copasa para conter o consumo: fechar a torneira quando estiver ensaboando, n�o lavar cal�ada com mangueira, identificar vazamentos, diminuir o tempo da descarga do vaso sanit�rio e outras orienta��es �teis. “Os gastos com �gua s�o coletivos e temos que atingir a economia de 30%”, afirma Saulo, disposto a cumprir a meta.
O primeiro passo est� na aquisi��o de bombonas de 50 litros para recolher a �gua usada para lavar roupa nas m�quinas e reutiliz�-la na limpeza de �reas externas. “Se tudo isso n�o der certo, adotaremos um plano B, que inclui interdi��o das �reas de lazer, de festas e da churrasqueira. Outra possibilidade � transformar a piscina em caixa-d’�gua para termos reserva t�cnica”, diz o s�ndico.
PELO RALO O especialista de avalia��o, engenharia de sondagem e preven��o a consumo de �gua Job Lopes tem uma empresa que usa tecnologia eletr�nica para “ca�ar” vazamentos. Ele diz que a demanda pelo servi�o nos condom�nios aumentou cerca de 30% em pouco mais de uma semana. Se antes os clientes se preocupavam com a corre��o, agora o foco � a economia de �gua. Mesmo assim, ele assiste, diariamente, a uma batalha travada nos condom�nios para a contrata��o do trabalho. Um dos casos mais emblem�ticos � de um pr�dio no Centro de BH, cuja s�ndica tenta, h� meses, a autoriza��o da assembleia para executar o servi�o no valor de R$ 12,8 mil.
O edif�cio, com 63 unidades e lojas no t�rreo, saltou de um consumo di�rio de 100 metros c�bicos para 600, em dois anos. A conta de �gua no valor de R$ 5 mil pulou para R$ 12 mil. Nos �ltimos 24 meses, o gasto extra foi de R$ 168 mil e, pelo ralo, desceram 100 milh�es de litros d’�gua. Segundo Lopes, em muitos casos “a conta cabe no bolso, ent�o (os moradores) se acomodam”, diz.
Em outro edif�cio, o novo s�ndico logo viu que havia algo errado no consumo m�dio di�rio de 30 metros c�bicos, que se repetia havia 16 anos. A empresa encontrou uma tubula��o estourada, jorrando �gua. No m�s seguinte ao servi�o, a conta foi reduzida de R$ 16 mil para R$ 4,5 mil. “A maioria dos pr�dios mais antigos do Centro tem conta viciada e, se fizesse manuten��o, diminuiria o consumo em 50% a 60%, bem acima do pedido do governo”, calcula.
O equipamento usado pela empresa amplifica at� mil vezes o barulho que n�o se consegue ouvir naturalmente. Al�m de identificar o problema, o perito consegue tamb�m medi-lo: a v�lvula de uma descarga desregulada, por exemplo, consome entre seis e sete vezes mais �gua. Com toda tecnologia dispon�vel, Job Lopes acredita que falta agora sensibilizar a popula��o para uma “mudan�a de mentalidade”. “Precisamos reaprender”, afirma.
Hidr�metros No m�s que vem, o Sindicato dos Condom�nios Residenciais, Comerciais e Mistos de Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana vai promover um evento sobre uso racional da �gua, diz o presidente da entidade, Carlos Eduardo Alves de Queiroz. “Vamos aproveitar que o assunto est� ‘quente’ e reunir autoridades e prefeituras para falar sobre o desperd�cio, entre eles varrer as cal�ada com mangueira”, adianta Carlos Eduardo. Outra orienta��o importante est� no uso dos hidr�metros individuais, considerados essenciais para medir os gastos em casa apartamento. “BH tem cerca de 15 mil pr�dios, mas menos de 1% tem essa solu��o que ser fundamental na hora de economizar.
Na avalia��o do engenheiro Rony Rossi, de uma empresa especializada em medi��o e gest�o de consumo, os hidr�metros individuais podem reduzir em at� 50% o gasto de �gua nos condom�nios: “� a melhor ferramenta, ainda mais quando a conta d�i no bolso”, afirma o engenheiro ao mostrar a montagem dos hidr�metros no hall de um pr�dio do Bairro Gutierrez. Rony diz que a instala��o dos hidr�metros individuais � de decis�o exclusiva do condom�nio, sem interfer�ncia da Copasa. “O sistema permite um rateio sem onerar os que gastam menos”, afirma.
Rony explica que o custo do hidr�metro individual, por apartamento, � de R$ 350, quando o pr�dio j� tem a estrutura para receber o equipamento. Nos mais antigos, que n�o s�o preparados, o pre�o pode chegar a R$ 550. “A m�dia de hidr�metros por apartamento � de quatro, mas esse n�mero pode chega a oito, dependendo da quantidade de registros”, esclarece. Residente no Graja�, o administrador de cl�nicas odontol�gicas M�rcio Henry Buzziol, tem feito o poss�vel para economizar �gua e j� disp�e de hidr�metro individual no seu apartamento e est� satisfeito com o resultado. S�ndico de um pr�dio comercial no Bairro Santa Efig�nia, M�rcio diz que est� sensibilizando cond�minos, principalmente dentistas, para redu��o do consumo.
Fique atento
Dicas para economizar em condom�nios
Contratar uma empresa especializada em detectar vazamentos
Mobilizar os moradores para uma reuni�o que trate do assunto
Fazer campanhas para redu��o do consumo
Investir num sistema de capta��o de chuva ou, na falta dele, colocar baldes para reaproveitar a �gua na limpeza de �reas comuns
Instalar hidr�metros individuais
Saiba mais
Custo de medidor � dos moradores
De acordo com a Copasa, a medi��o individualizada pode ser implantada em condom�nios novos e antigos, pertencentes a qualquer categoria de uso: residencial, social, comercial, industrial, p�blica ou mista. A responsabilidade pelos custos do projeto, das obras e instala��es necess�rias � do condom�nio. Cabe � Copasa a instala��o dos hidr�metros em cada unidade. A implanta��o num condom�nio que n�o tenha sido projetado para este processo ir� requerer a execu��o de obras. Para tanto, � necess�rio a contrata��o de um especialista em projetos de medi��o individualizada. A medi��o individualizada permite que cada unidade controle melhor o seu consumo, estimulando, assim, a diminui��o de desperd�cios.
Custo de medidor � dos moradores
De acordo com a Copasa, a medi��o individualizada pode ser implantada em condom�nios novos e antigos, pertencentes a qualquer categoria de uso: residencial, social, comercial, industrial, p�blica ou mista. A responsabilidade pelos custos do projeto, das obras e instala��es necess�rias � do condom�nio. Cabe � Copasa a instala��o dos hidr�metros em cada unidade. A implanta��o num condom�nio que n�o tenha sido projetado para este processo ir� requerer a execu��o de obras. Para tanto, � necess�rio a contrata��o de um especialista em projetos de medi��o individualizada. A medi��o individualizada permite que cada unidade controle melhor o seu consumo, estimulando, assim, a diminui��o de desperd�cios.