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Estado de Minas

Com medo, comerciantes da Regi�o Hospitalar de BH se protegem com grades

Donos de farm�cias e restaurantes denunciam assaltos frequentes e se mobilizam para cobrar mais policiamento, que, segundo eles, � insuficiente para coibir os criminosos


postado em 07/03/2015 06:00 / atualizado em 07/03/2015 07:17

"Os bandidos j� invadiram o estabelecimento cinco vezes. Levaram at� uma TV de 50 polegadas", dono de restaurante que p�s grade para tentar evitar novos assaltos (foto: FOTOS GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)

Uma grade de ferro, que mais parece de uma pris�o, separa dois mundos bem diversos na Regi�o Hospitalar de Belo Horizonte: do lado de dentro, est� o dono de restaurante que serve comida mineira, e do outro, as frequentes amea�as de assalto. “Felizmente, ainda n�o fui rendido durante o dia, mas, � noite, os bandidos j� invadiram o estabelecimento cinco vezes. Levaram at� uma TV de 50 polegadas”, diz o comerciante, que, a exemplo dos demais, n�o diz o nome nem permite fotografias. “O clima est� tenso na �rea h� muito tempo. Tudo o que queremos � uma c�mera Olho Vivo ou uma guarita da Pol�cia Militar. Voc� pode caminhar por a� que n�o vai encontrar um soldado”, afirma. A grade, ele acrescenta, foi instalada para evitar novas invas�es e impedir que o espa�o entre a via p�blica e a porta principal seja usado como banheiro para sexo. “O ch�o ficava cheio de preservativos”, reclama.

Os demais comerciantes tamb�m n�o escondem o medo e s�o un�nimes ao dizer que os assaltantes agem livremente na regi�o, especialmente na esquina das avenidas Brasil e Francisco Salles, no entorno da Santa Casa. Uma das v�timas recentes � a dona de uma rede de farm�cias de manipula��o. Desde o in�cio do ano, a casa comercial foi assaltada duas vezes. Al�m da farm�cia, um restaurante e uma loja de acess�rios foram alvo de ladr�es.

Segundo a empres�ria, os ataques ocorreram � tarde e um criminoso participou dos dois. “Eles s�o jovens, com idade entre 23 e 26 anos, e agem com muita rapidez”, explicou. Al�m do p�nico, os assaltantes causaram preju�zo de cerca de R$ 18 mil. O primeiro assalto foi por volta das 17h de 2 de janeiro. Dois homens, um deles armado, chegaram a p� � farm�cia, renderam quatro funcion�rios e mandaram que os levassem at� o c�modo onde fica o cofre. Um bandido subiu ao segundo andar da loja, obrigou uma empregada a abrir o equipamento e pegou cerca de R$ 3 mil em dinheiro. Enquanto isso, o comparsa ficou no primeiro pavimento vigiando as demais v�timas. “Espalharam o terror, chegaram muito agressivos e falaram que iam nos matar”, descreveu a empres�ria. Ningu�m ficou ferido.

Em 2 de mar�o, a drogaria foi assaltada de novo. Desta vez, com mais viol�ncia, de acordo com a empres�ria. Os ladr�es abordaram os funcion�rios, que foram for�ados a deitar no ch�o, enquanto um dos criminosos foi ao cofre e roubou aproximadamente R$ 15 mil entre notas e cheques. O c�mplice ficou na entrada da loja e pegou todo o dinheiro do caixa. Nem mesmo a presen�a de um vigilante particular, contratado depois do primeiro crime, foi o bastante para intimidar os ladr�es. O seguran�a trabalha sem arma de fogo e foi rendido pelos assaltantes.

“Foi mais violento. Eles quebraram m�quinas e computadores e ainda amea�aram de morte os funcion�rios, se n�o entregassem o dinheiro. � aterrorizante”, desabafou a empres�ria. Logo depois do crime, uma mulher, que trabalha em outra loja da mesma rede e passava pelo local, avisou a Pol�cia Militar. Uma equipe chegou rapidamente ao local, mas n�o conseguiu prender a dupla. Um boletim de ocorr�ncia foi registrado.

C�meras do circuito interno registraram a a��o dos assaltantes na segunda vez e, conforme a empres�ria, as imagens s�o n�tidas e mostram a fisionomia dos assaltantes. No primeiro ataque, o sistema estava com problema, o que impediu a grava��o de imagens dos criminosos. A dona da rede de farm�cias disse que vai se reunir com os comerciantes v�timas de assaltos e procurar a Pol�cia Militar.
                                                                              
                                                                             Veja imagens do assalto
                                                                                            


MOBILIZA��O Segundo o dono de um restaurante, comerciantes da regi�o est�o se mobilizando para cobrar medidas urgentes da Pol�cia Militar. “H� um batalh�o aqui perto, mas pouco adianta. Estamos � merc� dos bandidos num ponto nobre de BH”, lamenta. A gerente de uma loja de roupa, assaltada duas vezes, contou os momentos de p�nico que viveu, quando o assaltante chegou com o rev�lver. “A situa��o est� abaixo da cr�tica. O assaltante era um rapaz muito bem vestido; ficamos com medo e ao mesmo tempo, surpresos”, disse.

Em 6 de fevereiro, a situa��o n�o foi menos traum�tica em um restaurante. Por volta das 6h30, quando o propriet�rio abriu as portas do estabelecimento – ele e 11 funcion�rios ficaram na mira de tr�s homens, um armado com rev�lver e outro com uma faca. Com uma arma apontada para a cabe�a, ele foi obrigado a abrir o cofre. Enquanto o criminoso roubava cerca de R$ 4 mil, seu comparsa dominava os funcion�rios, que tiveram os celulares recolhidos para impedir qualquer contato com a PM. O dono contou ainda que, durante a a��o dos ladr�es, um fornecedor chegou ao restaurante para entregar mercadorias e acabou sendo surpreendido pelos bandidos.
Os criminosos ficaram 14 minutos no restaurante e fugiram em um Golf prata, dirigido por um homem que deu cobertura ao crime. Segundo o propriet�rio, a pol�cia esteve no local depois de avisada por uma funcion�ria do estabelecimento, que conseguiu se esconder em dos banheiros do im�vel. Ele contou ainda que, depois do crime, os funcion�rios do estabelecimento est�o assustadas e inseguras. “Ficou o medo. Estamos esperando o pr�ximo assalto”, desabafou.

O propriet�rio de uma loja de acess�rios se considera ref�m da viol�ncia na Regi�o Hospitalar. Ele teve o com�rcio assaltado em outubro de 2014, quando um homem armado com uma faca entrou no local. Al�m de render quatro funcion�rias, o criminoso roubou dinheiro e quatro rel�gios. O lojista denuncia a falta de policiamento na regi�o: “Aqui tem uma grande circula��o de pessoas, mas � raro ver um policial”. Descrente da pol�cia, o lojista n�o registrou boletim de ocorr�ncia. Uma funcion�ria de uma loja na Avenida Brasil d� “gra�as a Deus” por n�o ter sido assaltada e afirma que todos trabalham com medo.

QUEDA SEM N�MEROS Apesar das den�ncias dos comerciantes da Regi�o Hospitalar, o tenente Vander Paulo, da 3ª Companhia do 1º Batalh�o, respons�vel pelo patrulhamento na regi�o, informou que houve uma redu��o de cerca de 30% nos assaltos entre novembro de 2014 e janeiro, em compara��o com o mesmo per�odo anterior. O militar, por�m, n�o divulgou os n�meros do levantamento.

O tenente afirmou ainda que a PM j� se reuniu com os lojistas da regi�o para adotar medidas preventivas de seguran�a. No caso da drogaria, o militar disse que os suspeitos do crime ainda n�o foram localizados e que as imagens do circuito de seguran�a est�o com a Pol�cia Civil.

 

 


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