
O inc�modo de moradores do Bairro Mangabeiras com o vandalismo e os abusos na Pra�a do Papa est� estampado nos muros e grades. Fachadas de v�rias casas foram pichadas e o n�vel de perturba��o pode ser percebido nos v�rios im�veis fechados com placas para aluguel ou venda. Uma moradora, que pediu para n�o ser identificada, conta que j� n�o aguenta mais passar noites acordada, mesmo morando a um quarteir�o da pra�a. “Vou comprar outra casa no bairro, mas bem longe daqui”, reclamou. Uma professora, que da mesma forma pediu anonimato, tamb�m est� vendendo a casa. “O barulho incomoda e o cheiro de xixi pela manh� � terr�vel. H� um cheiro forte de maconha, at� durante o dia”, disse. “� preciso ter um limite. A pra�a virou local de com�rcio de drogas. At� os turistas est�o assustados. Vejo muitos �nibus com pessoas idosas chegando e elas ficam com medo de descer”, afirmou.
O comandante do 22º Batalh�o da Pol�cia Militar, tenente-coronel Eucles Figueiredo Honorato J�nior, respons�vel pela �rea, informou que vai incrementar a��es mais espec�ficas na Pra�a do Papa para combater delitos. Segundo ele, o governo de Minas, a PM, e a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) t�m planos de expans�o de c�meras do projeto de videomonitoramento Olho Vivo na Regi�o Centro-Sul, o que alcan�aria a Pra�a do Papa e a Avenida Agulhas Negras. “O batalh�o vai receber 65 c�maras para a �rea”, afirmou.
Segundo o oficial, a pra�a requer aten��o espec�fica, e por isso � mantida uma viatura circulando 24 horas pelos bairros Mangabeiras e Comiteco. “Em alguns momentos, tivemos problemas l� de perturba��o do sossego, mas mandamos policiamento para o local e adotamos medidas preventivas, como policiamento ininterrupto”, argumentou. Segundo ele, manter uma base fixa na Pra�a do Papa � imposs�vel, pois o conceito operacional da PM � de base m�vel, diante da vis�o de que os crimes s�o sazonais. “No segundo semestre do ano passado, houve uma calmaria. Agora, em dezembro, aumentou um pouquinho e n�s estamos adotando medidas preventivas. A tend�ncia � voltar � normalidade”, afirmou.
No in�cio do ano passado, segundo o tenente-coronel, havia bailes funk na pra�a, o que levou a PM a fazer opera��es por um m�s e meio, apreendendo v�rios carros com som alto e equipamentos irregulares. A Prefeitura de Belo Horizonte informou, por meio da Regional Centro-Sul, que as demandas da associa��o dos moradores relativas � instala��o de radares e lombadas eletr�nicas para inibir pegas j� foram encaminhadas � BHTrans.

Um tumulto que se repete
O problema vivido pelos moradores da Pra�a do Papa e regi�o j� � antigo e foi denunciado diversas vezes pelo Estado de Minas. Reportagem publicada em 15 de dezembro de 2013 mostrou que os abusos estavam de volta e que jovens usavam o espa�o para consumo de bebidas alco�licas e drogas, para acelerar carros e motos com escapamentos barulhentos e “surfar” sobre �nibus. O problema na �poca tamb�m era registrado de sexta-feira a domingo. Al�m da confus�o e do barulho at� a madrugada, moradores disseram ser v�timas de amea�as e intimida��es e que viviam com medo. Em fevereiro de 2011, o Estado de Minas publicou reportagem que revelou situa��o parecida com a atual. Nos fins de semana havia jovens consumindo de drogas, com som dos carros a todo volume, mulheres seminuas e ve�culos com escapamento alterado para aumentar o barulho do motor. Depois das den�ncias, as a��es da pol�cia e de fiscaliza��o da prefeitura foram intensificadas e o sossego retornou � pra�a, mas n�o demorou muito e o tormento recome�ou.