
Daniel foi para Cuba no meio de 2014 para a formatura de uma prima que estudava medicina. Depois de conhecer o pa�s, voltou para Belo Horizonte. Em janeiro, decidiu retornar � ilha de Fidel com passagem de volta para Belo Horizonte j� comprada para 25 de fevereiro. No fim do m�s, o drama da fam�lia come�ou ap�s uma liga��o de Daniel contando que as coisas n�o estavam t�o bem.
O contato do jovem foi em 18 de fevereiro. Ele conversou com a m�e por alguns minutos. “Daniel afirmou que estava sendo pressionado e que sentia que alguma coisa iria acontecer com ele. Disse que queria voltar e que se tivesse jeito anteciparia a passagem de volta”, conta um familiar, que preferiu n�o se identificar.
Depois desse dia, nenhum contato do jovem com os familiares foi registrado. Em 25 de fevereiro, dia marcado para o retorno, familiares foram at� um aeroporto de S�o Paulo para receber Daniel, por�m, ele n�o apareceu. “Come�amos a procur�-lo. Conseguimos arrumar um rapaz que entendia de inform�tica e ele conseguiu identificar a senha de e-mail dele. Conseguimos telefones e endere�os e come�amos a entrar em contato com as pessoas”, afirma o parente.
Em uma das liga��es para as pessoas em Cuba, um jovem, segundo o familiar, afirmou que Daniel estava muito depressivo e que iria procur�-lo. Dias depois, mandou e-mail dizendo que ele tinha suicidado. “N�o acreditamos nessa vers�o. Ele tinha muitos planos na vida. Isso n�o aconteceu”, contesta.
Na �ltima ter�a-feira, o pai da prima de Daniel, que j� morou em Cuba, foi at� o pa�s para tentar obter informa��es sobre a morte e fazer a libera��o do corpo que foi levado para o Instituto M�dico Legal (IML) como indigente, mas enfrentou dificuldades. “Ele esteve na Medicina Legal com o c�nsul brasileiro, mas n�o deixaram que eles vissem o corpo. Somente um dia e meio depois � que conseguiram. O corpo estava todo maquiado, sem marcas de tiros, facadas. No pesco�o esconderam marcas roxas. Tentamos trazer o corpo em caix�o lacrado para fazer aut�psia aqui, mas o governo cubano n�o deixou”, conta o familiar do escritor.
Na sexta-feira � noite, o corpo foi cremado, pois era a alternativa dada pelo governo cubano, conforme os familiares. Os parentes acreditam que o jovem foi v�tima de latroc�nio, pois n�o encontraram a carteira e o dinheiro de Daniel. “Depois do dia 19, que foi a data da morte, a conta dele tamb�m foi mexida”, comenta.
A previs�o da fam�lia � que as cinzas do jovem cheguem em Belo Horizonte na pr�xima quarta-feira. Nenhuma cerim�nia de despedida foi marcada pelos parentes. Daniel � formado em Lingu�stica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O em.com.br entrou em contato com o Itamaraty, que ficou de enviar uma nota sobre o caso. Por�m, at� o fim desta reportagem, a resposta n�o tinha chegado.