O delegado prefere n�o divulgar nomes de suspeitos, mas tomou j� depoimentos como o de Julia Mariano da Motta Floresta, de 19, com quem testemunhas afirmam que Gabriel tinha relacionamento afetivo, que n�o era considerado namoro, e estava na festa com ele. “Ela disse que eles foram juntos para a festa, mas, quando acabou, foi embora com uma prima e uma amiga e ele ficou com os amigos”, revelou o policial. A informa��o foi confirmada pelo advogado Francisco Rodrigues da Cunha Netto, que representa Julia. “Eles t�m um relacionamento que n�o � namoro. A Julia chegou a ir � casa de Gabriel em Ponte Nova, pedindo para que a m�e dele o deixasse ir � festa, e ela ficou de pensar no assunto. Na sexta-feira, ele chegou a Vi�osa e ela j� tinha vendido o ingresso, mas Gabriel insistiu e eles acabaram indo na calourada”, disse o advogado. Netto afirmou ainda que Gabriel alternava durante a festa a companhia de amigos de Ponte Nova e de Julia e que, por volta das 3h, a jovem foi embora. “Ela ouviu que ele ficaria com os amigos e foi embora com a prima e a amiga”, completou.

M�E Declara��es de tr�s amigos de Gabriel foram inclu�das no boletim de ocorr�ncia da Pol�cia Militar. Eles confirmaram que o corpo encontrado era do jovem. “A m�e do Gabriel n�o o deixou ir � festa porque costumamos beber. A gente o viu na festa com a Julia, mas, na hora de ir embora, fomos pegar o �nibus e ele disse que ficaria com ela”, disse ao Estado de Minas Wesley Monteiro da Silva, de 19. Segundo ele, houve uma briga durante a festa, mas que, aparentemente, n�o teve liga��o com o homic�dio. “A gente jogou cerveja para o alto e deu confus�o. Teve uma hora que um cara deu um chute e acabou acertando o Gabriel. N�s o ajudamos a levantar e ele saiu de perto”, contou.
Um dos ind�cios que pode ajudar a pol�cia � uma liga��o feita do celular de Gabriel para a m�e, por volta das 8h de s�bado. Depois de a m�e tentar falar com o filho por diversas vezes, o delegado confirma que ela recebeu a retorno da chamada, mas ningu�m disse nada. “� uma tristeza muito grande. O Gabriel era uma pessoa extremamente do bem, n�o bebia e n�o usava drogas. Estava no terceiro ano do ensino m�dio e tinha o sonho de ser engenheiro. Queremos entender o que aconteceu”, contou o tio.
Ap�s ouvir testemunhas, o delegado Felipe Peres chegou � conclus�o que Gabriel bebeu durante a festa, mas n�o foi visto descontrolado ou causando tumulto.
REPERCUSS�O A morte estarreceu a comunidade acad�mica da UFV e fez os estudantes cobrarem mudan�as na rotina de Vi�osa. “Fiquei muito sentido, pois fui � festa e peguei o �nibus que ele pegaria”, disse o aluno de pedagogia H�lio Netto, 26. “Falta seguran�a em Vi�osa. Talvez, se tivesse mais policiamento, poderia acontecer uma ronda durante festas para ver se est� tudo bem, se as pessoas est�o usando drogas. Principalmente na sa�da”, afirmou a estudante de letras, Laura De Filippo, 24.
Pelo Facebook, a Rep�blica Qkick�, organizadora da calourada, lamentou a morte de Gabriel. V�rios jovens se manifestaram criticando a organiza��o por permitir a entrada de uma pessoa de 17 anos, abaixo da idade requisitada (18).
Mais de 5 mil pessoas confirmaram presen�a em um ato contra a viol�ncia em Vi�osa, que ser� realizado s�bado �s 9h. A descri��o do evento diz que a seguran�a de Vi�osa piorou muito em 2015 e por isso os estudantes e moradores prometem uma passeata na cidade, passando na porta de locais como a C�mara Municipal e a sede da prefeitura. Mais de 15 mil pessoas foram convidadas.
Em nota, a UFV disse que o local onde o corpo foi encontrado “� uma �rea experimental da universidade, onde s�o realizadas atividades durante o dia e, por isso a vigil�ncia n�o permanece ali 24 horas”, diz o texto. A faculdade informou ainda que “embora as calouradas sejam organizadas por estudantes da UFV, a institui��o n�o se responsabiliza pela realiza��o delas. Qualquer fato ocorrido durante esses eventos, que n�o acontecem no c�mpus universit�rio, � de responsabilidade de seus organizadores. A UFV repudia qualquer ato de viol�ncia e lamenta profundamente o fato ocorrido”. A reportagem procurou a Pol�cia Militar, mas ningu�m foi encontrado para comentar o fato.