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Estado de Minas

Beijo gay da novela � aprovado na internet e por representantes do movimento LGBT


postado em 18/03/2015 06:00 / atualizado em 18/03/2015 07:48

(foto: Soraya Menezes (direita), casada há 18 anos com Suelly Santos)
(foto: Soraya Menezes (direita), casada h� 18 anos com Suelly Santos)
A naturalidade do selinho entre Estela, personagem de Nathalia Timberg, e Teresa, de Fernanda Montenegro, trocado entre atrizes respeitadas e j� na terceira idade, repercutiu bem na internet e tamb�m entre representantes do movimento LGBT (l�sbicas, gays, bis, travestis e transexuais) de Belo Horizonte. “A gente j� se beija e constitui uma fam�lia h� muito tempo. N�o queremos a aclama��o da sociedade. S� respeito”, diz a militante l�sbica Soraya Menezes. Casada h� 18 anos com a psic�loga Suely Servilha, com quem tem uma filha de 7 anos, ela defende que o movimento deve parar de cobrar novos ‘beijos gays’ na dramaturgia brasileira e passar a exigir mais qualidade nessas demonstra��es p�blicas de afeto.

“N�o foi um beijo gay, mas sim um gesto de carinho entre duas pessoas que se amam e d�o suporte afetivo, emocional e moral uma a outra. J� est� passando da hora de deixar de adjetivar beijo”, defende Roberto Chateaubriand, gerente do Centro de Refer�ncia Municipal de Direitos Humanos e Cidadania LGBT de Belo Horizonte. Em rela��o � cena, exibida na segunda-feira, na estreia da novela Babil�nia, da Rede Globo, Chateaubriand aproveita para elogiar a delicadeza do gesto. “O que chamou a aten��o foi a naturalidade da cena, o modo como o assunto foi tratado dentro do contexto. Trata-se de uma m�e (Nathalia Timberg), que enxerga as fragilidades no car�ter da filha e mesmo assim n�o a abandona. Fernanda (Montenegro), que � sua companheira h� anos, est� conversando sobre os problemas da enteada e lhe d� o apoio necess�rio, exatamente como um homem faria com sua mulher”, compara.

Na vis�o de Carlos Magno, presidente da Associa��o Brasileira LGBT, o beijo de Estela e Teresa foi mais natural do que o primeiro entre homossexuais exibido na novela anterior, que mostrava o relacionamento entre o vil�o F�lix (Mateus Solano) e o seu Carneirinho, vivido pelo ator Thiago Fragoso. “Sem d�vida, o fato de ter sido apresentado por dois mitos sagrados como Nathalia e Fernanda provocou uma certa blindagem � cena. Soou t�o natural, que desconcertou o p�blico. Ser� que agora v�o brigar contra o afeto entre duas pessoas?”, completa Chateaubriand. Segundo ele, os olhares moralistas de plant�o incomodam-se menos com closes de uma mulher flagrada na cama com tr�s homens ou com a hist�ria de um pai morto pelo pr�prio filho.

DOGMAS Ao mostrar um beijo entre duas senhoras l�sbicas, a novela desconstr�i dogmas, segundo a professora de comunica��o social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Joana Ziller, pesquisadora do N�cleo de Cidadania e Direitos LGBT. “A cena separa a quest�o do fetiche provocado pelas rela��es entre duas mulheres, ao trazer atrizes que j� n�o est�o dentro do padr�o idealizado de idade e de beleza. Essas mulheres demonstraram que ainda sentem o desejo”, afirma ela, casada h� 13 anos com uma designer de joias de BH. A professora lembra ainda que em seriados europeus e americanos o beijo j� aparece incorporado ao cotidiano das fam�lias homoafetivas. Um exemplo � o Friends, que h� mais de 20 anos mostrou ao mundo um casal de l�sbicas que criam juntas o filho de uma delas com Ross, um dos protagonistas do seriado.


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