
O trabalho com a fam�lia e o encaminhamento para cursos tamb�m s�o prejudicados. No Dom Bosco, a pr�pria escola e as atividades de lazer s�o comprometidas por falta de profissionais e pela superlota��o do lugar, que tem ainda condi��es sanit�rias prec�rias”, afirma o promotor M�rcio Rog�rio de Oliveira, lembrando que esse modelo de acautelamento n�o melhora a condi��o do adolescente. “Eles n�o saem ressocializados”, garante.
Depois de 27 dias passados nos centros de interna��o Dom Bosco e S�o Benedito, no Horto, em Belo Horizonte, o adolescente H., de 17 anos, morador da comunidade Morro do Papagaio, Regi�o Centro-Sul de BH, luta para esquecer o per�odo de priva��o de liberdade. “Foram dias muito sofridos. L� dentro � muito ruim, muito cheio. Muitos desses dias eu passei chorando. � um lugar sujo, de paredes pichadas. � fedorento, tem rato, barata. Na hora de comer, n�o tinha nem colher. A gente tinha que improvisar com a tampa do marmitex. Os internos tamb�m fazem muita ‘patifaria’ com a gente”, contou o adolescente, referindo-se a desentendimentos entre internos. No ano passado, H. j� havia cumprido 11 meses de presta��o de servi�o � comunidade, depois de ter sido apreendido por uma ocorr�ncia de roubo na Barragem Santa L�cia, quando tinha 16 anos. “Depois, eu at� comecei a trabalhar. Mas logo depois minha cabe�a virou de novo, porque fiquei sem dinheiro e tinha ambi��o, gan�ncia de ter as coisas. Foi a� que comecei a vender droga, at� ser pego de novo”, disse H.
Roubo tamb�m foi a primeira infra��o que levou o menor V., de 17, � presen�a da pol�cia. Na �ltima sexta-feira, ele foi apreendido, pela segunda vez, agora por envolvimento em crime de recepta��o de ve�culo. Disse ter comprado o carro por R$ 1 mil, para us�-lo no trabalho. Mas, segundo a pol�cia, ele tem passagem anterior por roubo de uma moto, quando tinha 15 anos. “Estou no crime porque n�o vai dar nada pra mim n�o. N�o tenho vontade de sair”, disse, sentado em um canto da sala de registro de ocorr�ncias no Bairro Barro Preto.