(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Parceria Consol/Cowan para constru��o de viadutos tem 100% de falhas

Vistorias indicam que todos os seis elevados erguidos na fase 2 do BRT Ant�nio Carlos/Pedro I apresentaram erros. Al�m da estrutura que caiu e de duas que foram reparadas, novos laudos apontam problemas em tr�s constru��es


postado em 17/04/2015 06:00 / atualizado em 17/04/2015 08:13

Junta de dilatação deteriorada no Viaduto Oscar Niemeyer, concluído em 2013: mais um na lista de erros(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Junta de dilata��o deteriorada no Viaduto Oscar Niemeyer, conclu�do em 2013: mais um na lista de erros (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

Mais tr�s viadutos da Avenida Pedro I, entre as regi�es Norte, Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte, projetados pela empresa Consol Engenheiros Consultores e erguidos pela Construtora Cowan, est�o na mira de interven��es da Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). Com a necessidade de adequa��es nos elevados Oscar Niemeyer, Monte Castelo e Jo�o Samaha aumenta para seis a lista de estruturas com algum tipo de problema na avenida. Isso significa que todos os elevados que foram constru�dos do zero na Meta 2 do BRT Ant�nio Carlos/Pedro I, fase denominada “Alargamento da Avenida Pedro I”, tiveram falhas.

Dentro do pacote da chamada Meta 2, apenas o elevado da barragem da Pampulha, que j� existia e passou por amplia��o, n�o teve, at� agora, necessidade de ajustes. Entre os viadutos da Pedro I, o caso mais grave envolveu a al�a sul do Batalha dos Guararapes, que desabou em julho do ano passado matando duas pessoas e ferindo 23. Antes disso, em fevereiro de 2014, o Viaduto Montese j� havia apresentado deslocamento lateral de 27 cent�metros, levando nove meses para ser liberado. O problema mais recente foi detectado no Viaduto Gil Nogueira, na Avenida Portugal. Um erro no posicionamento de estruturas de apoio demandou a instala��o de seis novas pe�as, durante o feriado da semana santa.

Por �ltimo, a Sudecap informou que as empresas CGP e RCK – contratadas para analisar os projetos e vistoriar as obras dos viadutos da Pedro I e que j� tinham apontado o erro do Gil Nogueira – tamb�m sugeriram a ado��o de medidas preventivas nos tr�s elevados restantes. O objetivo � aumentar a vida �til das estruturas, segundo nota. A superintend�ncia respons�vel por gerir as obras da cidade n�o detalhou quais s�o as interven��es necess�rias, dizendo apenas que as provid�ncias est�o sendo estudadas.

“O in�cio e o custo das interven��es ser�o estabelecidos ap�s a conclus�o dos projetos executivos, cujo prazo previsto � de 180 dias. A prefeitura contratar� a execu��o das medidas preventivas. Uma vez apuradas as responsabilidades, o munic�pio cobrar� o ressarcimento de despesas e eventuais preju�zos”, diz texto encaminhado pela assessoria da Sudecap. O Viaduto Oscar Niemeyer faz dupla com o Gil Nogueira, onde houve a obra mais recente. A estrutura liga os bairros Itapo� e Santa Am�lia, na Regi�o da Pampulha, pela Avenida Portugal, mas no sentido oposto.

Apesar da sugest�o de provid�ncias nos tr�s elevados, o prefeito em exerc�cio, D�lio Malheiros, disse ontem, durante visita ao Centro de Opera��es da Prefeitura de Belo Horizonte, que n�o h� risco para as estruturas dos viadutos e que eles continuam operando normalmente. “O viaduto que desabou no ano passado foi um caso excepcional�ssimo, de uma sequ�ncia de falhas que ainda est�o sendo apuradas”, afirma. Segundo ele, existe uma legisla��o complexa no Brasil, que exige que seja feita licita��o do projeto, abrindo oportunidade para participa��o de v�rias empresas. “Quando acontece um caso como aquele, �s vezes uma empresa fica jogando a culpa na outra. Mas o poder p�blico n�o pode ser prejudicado e deve ser ressarcido em caso de falha. Nossa obriga��o � cobrar at� na Justi�a o ressarcimento do preju�zo”, acrescentou.

Ainda de acordo com Malheiros, as obras t�m garantia de no m�nimo 20 anos e quem errou vai pagar a conta. “Se a empresa executou de forma diferente o projeto, ela vai ter que fazer o reparo. Se a empresa reiteradamente errar, ela pode ser exclu�da das licita��es”, alertou. O promotor Eduardo Nepomuceno, da Promotoria de Justi�a de Defesa do Patrim�nio P�blico, informou ontem que ainda n�o sabia quais seriam as novas falhas apontadas no complexo, mas que a consultoria CGP/RCK teria indicado a necessidade de ajustes. “N�o h� risco para a estabilidade da estrutura, mas ser� adotada medida corretiva para aumentar a durabilidade da constru��o”, afirmou.

Ontem, a equipe do Estado de Minas verificou deslocamentos das juntas de dilata��o dos viadutos Monte Castelo e Oscar Niemeyer. No Monte Castelo, o afastamento das estruturas era tanto que as borrachas que preenchem a fenda, na pista de rolamento, estavam soltas. “O pessoal da prefeitura sempre vem aqui com aparelhos para fazer medi��es. Isso preocupa qualquer um que passa debaixo do viaduto”, disse o vendedor Aldo Luige Ercole, de 36 anos. No Jo�o Samaha, o cimento no entorno da junta de dilata��o tamb�m est� se soltando. “Tenho medo de passar debaixo. N�o tem como ficar tranquila”, disse a faxineira Fl�via Dayane de Oliveira, de 27.

OUTRO LADO As firmas respons�veis pelos projetos obras dos tr�s viadutos dizem desconhecer quais as a��es a serem implementadas. O diretor-presidente da Consol, Maur�cio de Lana, afirmou que recebeu relat�rios da PBH questionando alguns c�lculos usados para projetar os elevados da Pedro I. “O que eu fiz foi responder os relat�rios esclarecendo os c�lculos. N�o h� problema algum naqueles tr�s viadutos. Desconhe�o qualquer interven��o que ser� realizada”, afirmou.

Em nota, a Construtora Cowan, respons�vel pelas obras, informou apenas que foi acionada pela PBH para providenciar as obras de reparo do Viaduto Gil Nogueira, que ocorreram durante o feriado da semana santa. “At� a presente data nenhum representante da Cowan foi convocado pela Prefeitura de Belo Horizonte para tratar de outros viadutos”, informou. O EM tentou contato com as empresas RCK e CGP, envolvidas na an�lise de obras e projetos dos viadutos da Avenida Pedro I, que orientaram procurar a Sudecap, que, por sua vez n�o esclareceu as interven��es.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)