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Estado de Minas

Casal de bailarinos de BH participa do Campeonato Pan-americano de Dan�a Esportiva

Casal ensaia para tentar levar o Brasil ao alto do p�dio do Campeonato Pan-americano de Dan�a Esportiva, que ser� disputado no Chile, no fim do m�s


postado em 02/05/2015 06:00 / atualizado em 02/05/2015 08:23



"Na Europa, em especial nos pa�ses do Leste, a dan�a esportiva � muito forte. No Brasil, ainda � pouco divulgada"

Sarah Nogueira Lage, de 34 anos, bailarina

"A dan�a � uma forma de viver, � nossa vida. � importante para o autoconhecimento, te ensina a lidar com voc� mesmo"
Bruno Leonardo Coman Martins, de 33 anos, bailarino

Dan�ar para ganhar a vida, encantar os olhos da plateia e, principalmente, levar o Brasil ao p�dio em um campeonato internacional. Os �ltimos meses t�m sido de trabalho dobrado e emo��o nas alturas para o casal Bruno Leonardo Coman Martins, de 33 anos, e Sarah Nogueira Lage, de 34, bailarinos, professores, core�grafos e atletas em tempo integral, al�m de pais de Catarina, de 4 anos. Em casa, no Bairro Cidade Nova, na Regi�o Nordeste de Belo Horizonte, ou na quadra de escolas e academias da cidade eles se preparam com afinco para o Campeonato Pan-americano de Dan�a Esportiva, que ser� realizado em Santiago, Chile, nos dias 23 e 24. Na manh� de ontem, mesmo enfrentando um ventinho frio, a dupla ensaiou em espa�o aberto e mostrou talento, carisma e, principalmente, muito ritmo para conquistar a premia��o.

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press. )
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press. )
Ao ver Bruno e Sarah na pista, imposs�vel n�o se lembrar do filme Vem dan�ar comigo? (Strictly Ballroom), sucesso do in�cio dos anos 1990, dirigido por Baz Luhrmann e ambientado na Austr�lia. Ficou na cabe�a de uma gera��o inteira o tema Love is in the air (O amor est� no ar). O casal tamb�m tem o sucesso das telas como boa refer�ncia e, inspirando-se em outra pel�cula, Dan�a comigo? (Shall we dance), com Jennifer Lopez, montou uma coreografia bem-aplaudida. “A competi��o � mais ou menos naquele estilo de Vem dan�ar comigo, vamos disputar com 30 casais, incluindo concorrentes dos Estados Unidos e Canad�. No Brasil, a dan�a esportiva � pouco conhecida e queremos divulg�-la”, explicou Bruno, no vesti�rio, enquanto trocava o t�nis e agasalho de educador f�sico por malha preta, cal�a de c�s alto e sapatos pretos.

Maquiada e com p�rolas nos cabelos presos num coque, Sarah vestiu um collant prateado com babados verdes, que pareciam faz�-la flutuar durante o treino na quadra de esportes do Col�gio Magnum, no Bairro Silveira, na Regi�o Nordeste. “Esses trajes s�o espec�ficos para as dan�as latinas. Temos outros para as cl�ssicas”, contou a bailarina, com um sorriso. Um vestido cor-de-rosa rodado, com flores bordadas, � pr�prio para as valsas, e um fraque preto, que Bruno mandou buscar em Londres, Inglaterra, � o par perfeito para outra apresenta��o.

CATEGORIAS Promovido pela Federa��o Mundial de Dan�a Esportiva (em ingl�s, The World DanceSport Federation-WDSF), o torneio engloba quatro competi��es diferentes, das quais o casal vai participar: Panamericano Open Standart Adulto, Panamericano Open Latino Adulto, International Open Standart e International Open Latino. Em setembro, na cidade argentina de Ushuaia, no extremo sul do continente, Bruno e Sarah chegaram �s semifinais. Entusiasmados, e sem patroc�nio, eles aprimoram o passo para fazer bonito em duas categorias da dan�a esportiva, que s�o os standarts ou cl�ssicos – valsas vienense e inglesa, quick step, slow fox e tango internacional – e ritmos latinos: samba internacional, ch�-ch�-ch�, rumba, passo-doble e jive (pronuncia-se jaive), parecido com o rock’n’roll.

Pronta para entrar em cena, a dupla come�a com a cad�ncia caliente da rumba, passa para o jive e depois mostra o samba internacional. O que ser� isso, meu Deus?, pensa o rep�rter. Simp�tica, Sarah esclarece que, no concurso, os organizadores mant�m esse ritmo, n�o necessariamente o velho conhecido dos brasileiros. Quando Bruno programa a m�sica no computador, surge uma vers�o de Ai, se eu te pego, de Michel Tel�. “O samba internacional inclui at� ax�”, revela. Logo na sequ�ncia, j� na quadra fechada, o clima � mais rom�ntico, com as valsas. Se notam algum erro, impercept�vel para leigos, eles recome�am e voltam ao ponto inicial.

Nascida em Belo Horizonte, Sarah diz que a dan�a a acompanha desde crian�a e sempre teve o apoio da m�e, Helo�sa, a maior incentivadora. “Nossa filha tamb�m dan�a, e acredito que desde a minha barriga, pois trabalhei at� os oito meses de gravidez”, brinca a bailarina, sob o olhar de cumplicidade do marido. Satisfeita, explica que a dan�a esportiva poder� se tornar futuramente um esporte ol�mpico. “Na Europa, em especial nos pa�ses do Leste, ela � muito forte.” Carioca, Bruno mora em BH h� 16 anos e, a cada dia, est� mais certo de que “a dan�a � uma forma de viver”. E lamenta que, no Brasil, a dan�a esportiva n�o � muito popular, certamente porque “cada um dan�a do seu jeito”.



MOVIMENTO A cada movimento v�-se a completa integra��o entre o casal, que se conheceu nos tempos do curso de educa��o f�sica na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em BH. Depois, ambos participaram do grupo Sarandeiros e come�aram a dar aulas em escolas e academias de gin�stica. Tamb�m com m�sica e dan�a nas veias, Bruno vai na filosofia de que nunca � tarde para dar os primeiros passos. “Tudo come�ou na inf�ncia. Chegava da aula de nata��o num clube, no Rio de Janeiro, e via passando umas meninas que faziam sapateado. Achei bonito, mas faltou coragem”, recorda-se Bruno, ressaltando o preconceito que havia com os bailarinos.

Aos 12 anos, o carioca se interessou pela capoeira e come�ou a praticar, at� que, aos 21, entrou de sola na dan�a, ficando um ano em Salvador (BA) como aluno da Funda��o Cultural do Estado da Bahia (Funceb), e no fim do per�odo, se apresentou no Projeto Mem�rias do Teatro Castro Alves. “A dan�a � importante para o autoconhecimento, te ensina a lidar com voc� mesmo. � preciso muita disciplina e emo��o.” Suar a camisa, ou melhor, a malha, � fundamental, e nos �ltimos, dias, o casal tem ensaiado v�rias horas, na quadra do Magnum e na Escola Estadual Dom Jaime, no Bairro Padre Eust�quio, e na Academia Harmonia, no Bairro Cidade Nova, que cederam os espa�os voluntariamente. “Estamos contando os dias para viajar”, confessa Sarah, sem esconder a ansiedade.

Tamb�m de Belo Horizonte, s� que em outra categoria, estar� no Chile a dupla Lucas Guimar�es e Fernanda Stussi, alunos de Bruno e Sarah. Na manh� de ontem, Fernanda, de 24, estudante de biologia na UFMG, assistiu ao ensaio dos mestres e n�o escondeu a admira��o. “� um tipo de competi��o muito bonita e est� come�ando a ser mais conhecida no nosso pa�s. Acho que tem beleza, glamour”, confessou.

Saiba mais - Modalidade reconhecida

Reconhecida pelo Comit� Ol�mpico Internacional (COI), a dan�a esportiva � sempre praticada aos pares, no caso um homem e uma mulher. Segundo os especialistas, a dupla dan�a junto e de forma combinada, usando t�cnica apropriada e interpreta��o art�stica para produzir uma performance altamente disciplinada. Devido �s caracter�sticas, a modalidade agrega a seus praticantes valores esportivos e educacionais como benef�cios f�sicos, h�bitos saud�veis, disciplina, integra��o, respeito, coopera��o e muitos outros. Por esses valores, pode ser praticada por grupos de diferentes idades e portadores de necessidades especiais, independentemente do envolvimento com competi��es.


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