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Estado de Minas

Patrulha socorre e d� suporte para mulheres v�timas de viol�ncia dom�stica em BH

Grupo especial da PM que previne e evita ciclo de agress�es j� prestou atendimento a mais de 39 mil mulheres no estado. Trabalho inclui monitoramento e visita �s v�timas


postado em 18/05/2015 06:00 / atualizado em 18/05/2015 07:51

"Ele apertava a minha garganta at� eu desmaiar. Eram tapas o tempo todo. No �ltimo, levei quatro pontos na boca. Os policiais s�o os meus anjos da guarda. Eles apareceram para mudar a minha vida e est�o salvando muitas outras As mulheres t�m que perder o medo e denunciar. Eu me sentia muito sozinha, mas agora me sinto protegida A coisa mais preciosa que temos � a vida. E viver feliz tem outro sabor. N�o conhecia os meus direitos e a PM me esclareceu. Hoje, estou protegida pela Lei Maria da Penha" - P.S.S., de 37 anos, operadora de caixa, que durante cinco anos sofreu viol�ncia f�sica e psicol�gica do marido (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

Depois de cinco anos sofrendo todo tipo de viol�ncia f�sica e psicol�gica do marido, e at� ser mantida em c�rcere privado, a operadora de caixa P.S.S., de 37 anos, conquistou a t�o sonhada liberdade e voltou a sorrir. Isso s� foi poss�vel porque, depois de sofrer mais uma agress�o f�sica em casa, no Bairro Ribeiro de Abreu, Regi�o Nordeste da capital, entrou em desespero e pediu socorro a um policial militar que entrou na padaria onde ela trabalha, no Bairro Carlos Prates, Regi�o Noroeste. Foi quando a mulher ficou sabendo da Patrulha de Preven��o � Viol�ncia Dom�stica (PVD), criada em 2010 pela PM, depois de um projeto-piloto no 34 º Batalh�o do Bairro Cai�ara, Noroeste de BH. Desde janeiro de 2011 at� in�cio de maio deste ano, j� foram 39.109 atendimentos a mulheres agredidas de todo o estado.


O ex-companheiro da operadora de caixa, um aut�nomo de 24 anos, n�o bebe ou usa drogas, mas � violento por natureza, segundo ela. Por tr�s vezes, a mulher conta que foi mantida em c�rcere privado e torturada. “Ele apertava a minha garganta at� eu desmaiar. Eram tapas o tempo todo. No �ltimo, levei quatro pontos na boca”, relata a v�tima. Mas o pesadelo acabou. P. teve prote��o policial para sair de casa, levando os dois filhos pequenos e seus pertences, e hoje recebe a visita de PMs da PVD em sua nova resid�ncia e tamb�m no trabalho para saber se ela est� tudo com ela.


A v�tima compara a sua liberdade � de um passarinho que vivia numa gaiola e que foi solto. “Tudo mudou na minha vida. Hoje, tenho o direito de ir e vir, liberdade para conversar com as pessoas, visitar os meus parentes e para usar as roupas que gosto. At� a minha apar�ncia mudou. Era uma morta-viva e voltei a ser feliz”, conta P., que est� cheia de expectativas e sonhos. “Quero fazer cursos e crescer profissionalmente”, planeja. “Os policiais s�o os meus anjos da guarda. Eles apareceram para mudar a minha vida e est�o salvando muitas outras. As mulheres t�m que perder o medo e denunciar. Eu me sentia muito sozinha, mas agora me sinto protegida”, reconhece.

A gestora t�cnica do PVD, sargento S�lvia Adriana Silva, do Comando de Policiamento da Capital (CPC), explica que � feito um acompanhamento do caso de viol�ncia. “A gente tem um protocolo institucional a ser cumprido para quebrar o ciclo de viol�ncia e eliminar a criminalidade dom�stica”, ressalta. Os monitoramentos demoram de tr�s a seis meses, dependendo da gravidade do caso. No caso da operadora de caixa, ela ser� monitorada por tr�s meses.

REINCID�NCIA “A ideia � cortar o mal pela raiz e evitar um crime maior”, disse a sargento. Um dos passos da PVD � o contato direto com o autor da viol�ncia. “A gente apresenta para ele a Lei Maria da Penha e os crimes a que ele estar� sujeito. Se estiver cometendo algum flagrante, o autor � preso no momento”, alerta a militar.
S�o oito equipes da PVD em BH, uma para cada batalh�o de �rea. Em muitos casos, as v�timas nem precisam pedir ajuda � PM. � feita uma pesquisa no banco de dados da pol�cia para identificar casos de maior gravidade e reincidentes, quando a equipe discute a interven��o a ser feita. “Em Belo Horizonte, a gente tem uma recorr�ncia muito grande de ex-maridos e ex-namorados inconformados com o fim do relacionamento. S�o os casos mais graves”, conta a militar.


As visitas �s v�timas podem ser di�rias, dependendo do caso, e h� encontros agendados para encaminh�-las �s varas criminais, para registro de den�ncia ou acolhimento psicossocial. “A PM articula e promove o empoderamento dessa mulher para que ela saia do ciclo de viol�ncia”, explicou a sargento S�lvia.

Proibida at� de conversar com vizinhos

A tortura sofrida pela operadora de caixa n�o era apenas f�sica. As torturas psicol�gicas tamb�m deixaram sequelas. � tanto que P.S.S. passa por atendimento psicol�gico em um centro de mulheres indicado pela PM. “N�o podia ter contato com a minha fam�lia e ter amigos. Era impedida at� de dar bom-dia para o vizinho. Meu marido controlava o que eu vestia e rasgava minhas roupas. N�o acredito que era ci�me, pois n�o bebo, n�o saio e n�o dou nenhum motivo para isso. Ele que � muito mulherengo e cansei de saber dos casos dele”, contou a v�tima, lembrando que ainda era obrigada a manter a casa com o seu sal�rio. “Tudo nas minhas costas”, reclama.

Depois de relatar seu caso a um policial militar na padaria onde trabalha, a operadora de caixa lembra que, no dia seguinte, um casal de PMs a procurou oferecendo ajuda. “Sinceramente, me surpreendi com o apoio deles. Contei toda a minha hist�ria e o tempo todo eles me visitam em casa e no trabalho”, conta P..

Hoje, a v�tima mora em casa alugada na Regi�o Noroeste da capital, cujo endere�o � mantido em sigilo. Por enquanto, os filhos est�o protegidos na casa de um parente, pois eles tamb�m eram agredidos pelo pai, segundo a m�e. “Meu marido n�o me procura mais, nem mesmo no trabalho. As amea�as acabaram e ele n�o me telefona e amea�a, como das outras vezes. Os policiais tamb�m ofereceram ajuda a ele, mas ele recusou.”, comentou.

A operadora de caixa conta que j� havia deixado o marido outras vezes, mas as amea�as de morte eram tantas que ela voltava para ele, por medo. “� tanta viol�ncia contra a mulher, que abro o jornal e fico assustada com as not�cias. A gente tem que tomar iniciativa. N�o podemos esperar pelo pior. A coisa mais preciosa que temos � a vida. E viver feliz tem outro sabor”, desabafa. “N�o conhecia os meus direitos e a PM me esclareceu. Hoje, estou protegida pela Lei Maria da Penha e sou muito feliz.”

OPERA��O O chefe da Se��o de Direitos Humanos da PM, major Denio Sebasti�o Martins de Carvalho, conta que os militares da PVD recebem treinamento espec�fico para esse tipo de atendimento. Cada equipe tem quatro PMs. As den�ncias de viol�ncia dom�stica, segundo ele, podem ser feitas pelo telefone de emerg�ncia policial, o 190, e cada caso ser� analisado. “A mulher relata o seu problema e o recepcionista vai detectar se o fato pode ser enquadrado na preven��o de viol�ncia dom�stica. A viatura da PVD � acionada, mas, se ela j� estiver empenhada em um atendimento, outra viatura da �rea � acionada para o fazer o que chamamos de primeira resposta”, disse o major.

Se a v�tima estiver ferida, ela � encaminhada ao atendimento m�dico. O autor da agress�o � preso em flagrante e levado para a Delegacia de Mulheres. O major esclarece que a Lei Maria da Penha � aplicada n�o somente aos maridos e namorados agressores, mas irm�o que agride a irm� ou o filho que bate na m�e tamb�m podem ser enquadrados.

DEN�NCIAS Podem ser feitas pelo telefone de emerg�ncia policial, o 190, e cada caso ser� analisado


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