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Estado de Minas

PRF identifica cinco mortos em acidente entre S10 e caminh�o-tanque

Tr�gico acidente na BR-040, em Itabirito, na Regi�o Central de Minas, a 55 quil�metros de Belo Horizonte. Caminhonete invadiu a contram�o e suspeita-se que o motorista tenha dormido ao volante


postado em 21/05/2015 07:51 / atualizado em 21/05/2015 09:48

Ver galeria . 16 Fotos Túlio Santos/EM/D A Press
(foto: T�lio Santos/EM/D A Press )


A Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) identificou, com informa��es de familiares, as v�timas de acidente na tarde de quarta-feira. Os corpos est�o no Instituto M�dico Legal (IML) de Belo Horizonte para necropsia, mas uma parente que viajava em outro carro repassou os nomes aos policiais. Morreram na trag�dia o condutor da S10 Claudemir Alves de Jesus, al�m dos os passageiros Milton Alves de Jesus, Andressa Rodrigues Alves de Jesus, Maria de Lourdes Alves de Jesus e Vera Lucia Alves de Jesus. Na manh� desta quinta-feira, as carca�as dos ve�culos envolvidos continuam na marginal da pista, sem atrapalhar o tr�nsito. Haver� uma interdi��o programada para retirada dos chassis e limpeza do asfalto.

Segundo a Pol�cia Civil, o processo de libera��o dos corpos pode ser demorado. Nesta manh�, um homem que seria marido de uma das v�timas compareceu ao IML com o raio-x da arcada dent�ria da mulher. A pol�cia explica que o resultado deste tipo de exame fica pronto em 15 dias. O exame de DNA, que deve ser realizado com familiares, demora tr�s meses para ficar pronto.

Todos seguiam para assistir a um funeral quando a viagem foi interrompida pelo acidente na BR-040, em Itabirito, na Regi�o Central de Minas, a 55 quil�metros de Belo Horizonte. A trag�dia poderia ter sido ainda mais grave, se n�o fosse a atua��o silenciosa do caminhoneiro Pedro Henrique da Silva Duarte, pai de um beb� de 2 anos, que foi classificado como her�i por muitas das pessoas paradas na estrada desde �s 13h30, em um congestionamento gigantesco, que se estendeu por cerca de 12 quil�metros. Somente por volta das 21h45 uma faixa em cada sentido da via seria liberada. “N�o me considero her�i. Na hora, a gente nem se d� conta do risco que est� correndo e s� quer ajudar. Meu medo foi n�o conseguir ajudar, e ver um colega ser carbonizado na minha frente”, disse ele, algum tempo depois, ainda atordoado.

Segundo relatos de testemunhas, cinco parentes, entre eles quatro irm�os e uma jovem de 18 anos, iam a um vel�rio em Itaobim, pr�ximo a Montes Claros, no Norte de Minas, na caminhonete cabine dupla S-10, placa KRY 2132, do Rio de Janeiro. Eram seguidos de perto por outras pessoas da fam�lia, incluindo crian�as, em um Astra de cor branca. O grupo veio dirigindo a madrugada inteira, porque parte da fam�lia saiu de S�o Paulo. A fam�lia passou pelo Rio e fez uma parada apenas para almo�ar, seguindo sem dormir rumo ao destino. Na altura do Km 579 da BR-040, pr�ximo � f�brica da Coca-Cola, o motorista da caminhonete atravessou a pista na dire��o oposta. Bateu na contram�o, de frente com um caminh�o-tanque carregado de �leo diesel e gasolina. Acredita-se que ele tenha dormido, ou passado mal ao volante.

Os ocupantes do ve�culo de tr�s, lotado de parentes, assistiram impotentes a todas as cenas de horror que se seguiram. “De repente, houve uma explos�o grande, seguida de outras tr�s menores. Os familiares ficaram muito desesperados. As crian�as gritavam dentro do carro e uma senhora pedia para a gente tentar ajudar. Dizia que estava perdendo quatro irm�os e uma sobrinha naquele inc�ndio. Mas havia muito �leo na pista e ningu�m tomava a iniciativa de se aproximar. Na verdade, n�o tinha mais jeito”, contou o funcion�rio p�blico Luiz Moreira, de 55, que seguia o grupo a uma dist�ncia de dois carros, em um Fiesta, rumo ao munic�pio de Barroso, tamb�m na Regi�o Central, onde mora. “Apareceu um cara cabeludo, com rabo de cavalo. Foi o �nico que teve coragem de enfrentar”, completou.

O cen�rio do acidente lembrava uma guerra, com rolos de fuma�a atingindo o c�u. Em poucos minutos, j� havia um grupo de pessoas assistindo � cena, sem coragem de se aproximar por causa do calor intenso e do perigo de novas explos�es. No meio da confus�o, algu�m percebeu que uma m�o abanava da cabine do caminh�o-tanque, pedindo socorro. O caminhoneiro Pedrinho, como � conhecido entre os colegas, conseguiu ter presen�a de esp�rito para tomar uma provid�ncia salvadora. “N�o pensei em mais nada. Corri at� o caminh�o para ver se tinha um cabo de a�o. A firma tinha trocado o meu carro e eu nem sabia se tinha o cabo”, revelou ele, que, desesperado, percorreu cerca de um quil�metro na ida e o mesmo percurso na volta, trazendo o rolo nas m�os.

Pedro amarrou o cabo de a�o � cabine do caminh�o-tanque, cuja carroceria pegava fogo. Preso �s ferragens, o caminhoneiro n�o conseguia pular. O colega prendeu o cabo e tentou puxar o ve�culo no bra�o, sem sucesso. Apenas com a ajuda de outra alma boa, an�nima, guiando uma caminhonete Hilux, foi poss�vel evitar o pior. Com o cabo preso ao reboque da picape, foi poss�vel arrastar a cabine e salvar o motorista do caminh�o-tanque, placa HBZ 0717. Marco T�lio Vieira de Rezende, de 52, foi socorrido no Hospital Nossa Senhora de Lourdes, em Nova Lima, na Grande BH. Segundo informou um m�dico, ele teve fratura na bacia, luxa��o de quadril e fratura no tornozelo, mas n�o corria risco de morrer.



Outro ve�culo foi engolido pelo fogo

Mesmo depois do salvamento do caminhoneiro Marco T�lio Rezende, o p�nico na BR-040 ainda estava longe de terminar. Com as explos�es, o combust�vel em chamas tomava conta da pista, atingindo outro caminh�o, com dois ocupantes, provavelmente o primeiro a parar diante do acidente. O motorista Cl�ber Luiz Vieira e o patr�o dele, Denismar Soares Ferreira, que viajava no banco do carona, conseguiram saltar do ve�culo. “Deu tempo s� de puxar a alavanca de freio e sair correndo do caminh�o. Nasci de novo”, disse Cl�ber, que escapou sem um arranh�o. Mas n�o houve tempo de resgatar nem os documentos pessoais, que esturricaram dentro da cabine. Sobrou s� a carca�a, completamente queimada. N�o havia nem como ver a placa. “Bens materiais a gente recupera. J� a vida...”, desabafou o homem.

“A batida foi forte demais. O mais prov�vel � que os passageiros tenham morrido com o impacto. Talvez n�o estivessem mais vivos quando ocorreu a explos�o”, afirmou o agente da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) Eduardo Xavier. Ele era apenas um entre as mais de 30 pessoas, entre equipes da PRF, dos Bombeiros e de funcion�rios da Via-040, que faziam o poss�vel para desimpedir a pista. Os corpos s� come�aram a ser retirados por volta das 18h30. Naquele hor�rio, a empresa respons�vel pelo caminh�o-tanque providenciava a limpeza do asfalto com espuma, como forma de reduzir o risco de novos acidentes.

O Corpo de Bombeiros informou que, com o vazamento de combust�vel, h� suspeita de contamina��o de um c�rrego que passa pela regi�o. A Funda��o Estadual de Meio Ambiente (Feam) foi acionada, mas a suspeita de polui��o n�o foi confirmada.


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