A Pol�cia Federal (PF) faz uma opera��o na manh� desta ter�a-feira, em Minas Gerais e mais dois estados, para prender m�dicos e outros profissionais envolvidos em fraudes para obten��o de pr�teses. Sete pessoas j� foram detidos em Montes Claros, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Um empres�rio � procurado em S�o Paulo. De acordo com a pol�cia, os suspeitos falsificavam pedidos de stents, pr�teses para desobstru��o coron�ria, forjando a necessidade de procedimentos card�acos em pacientes do Sistema �nico de Sa�de (SUS).
Na opera��o de hoje, s�o cumpridos 72 ordens judiciais Montes Claros, no Norte de Minas, al�m de Rio de Janeiro, S�o Paulo e Santa Catarina. S�o oito mandados de pris�o tempor�ria, sete condu��es coercitivas, 21 mandados de busca e apreens�o e 36 sequestros de bens.
A Opera��o Desiderato investiga o desvio das pr�teses pagas pelo SUS. Conforme as investiga��es, os cardiologistas embolsavam o dinheiro enviado para a compra de stents ou desviavam as pr�teses j� adquiridas pelos hospitais. Esses m�dicos tamb�m beneficiavam empresas fornecedoras de materiais hospitalares e recebiam propina em troca.
Al�m de profissionais de sa�de, est�o envolvidos na m�fia das pr�teses, servidores p�blicos e representantes da ind�stria de pr�teses card�acas, que viabilizavam cirurgias sem a real necessidade cl�nica dos pacientes, muitas vezes simulando procedimentos com o objetivo de desviar verbas do SUS.
COMO FUNCIONA A FRAUDE As pr�teses n�o utilizadas nos procedimentos simulados eram desviadas e usadas em cirurgias efetuadas nas cl�nicas de propriedade dos membros da organiza��o criminosa. Os m�dicos elaboravam dois laudos diferentes para um mesmo paciente: um era encaminhado ao SUS, a fim de justificar o pagamento, e o outro ao paciente. Os doentes n�o sabiam da fraude no processo.
A empresa produtora da pr�tese pagava aos fraudadores grandes somas pela compra do equipamento, que, na maioria da vezes, sequer chegava a ser usada pelos pacientes. Os m�dicos recebiam das empresas propinas que variavam de R$ 500 a R$ 1.000 por pr�tese.
O grupo chegava a receber R$ 110.000 por m�s e os valores pagos, somente por uma das empresas investigadas, chegou a R$ 1.429.902,57 em menos de tr�s anos. O grupo criminoso usava uma empresa de fachada para lavar o dinheiro proveniente das atividades il�citas. A pol�cia investiga as mortes que ocorreram em virtude de procedimentos similares para saber se os pacientes mortos tamb�m teriam sido v�timas da organiza��o criminosa.
Os m�dicos, al�m de receber dinheiro do SUS, costumavam cobrar de pacientes pelos procedimentos executados e pagos pelo SUS. Pelo menos um doente, que morreu, pagou uma quantia de R$ 40.000 para ser atendido pelos m�dicos integrantes da organiza��o criminosa.
CRIMES A opera��o conta com o apoio do Minist�rio P�blico Federal. Os investigados ser�o indiciados pelos crimes de estelionato contra entidade p�blica, associa��o criminosa, falsidade ideol�gica, uso de documento falso, corrup��o passiva, corrup��o ativa e organiza��o criminosa.