Moradores de casa onde avi�o caiu escaparam por pouco

“N�o adianta a gente querer fugir do destino”, definiu, com um sorriso amarelo, o suboficial da aeron�utica na reserva Jos� Maforte Knupp, de 73 anos. Ele se aposentou na carreira com o objetivo de descansar em uma casa tranquila, com horta e galinhas ciscando no terreiro. Escolheu como pouso o Minasl�ndia, bairro a menos de 10 quil�metros do Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, na Pampulha, de onde se ouve o barulho das turbinas das aeronaves subindo e descendo, de tempos em tempos. Ele e a esposa, a enfermeira Maria Geralda Estanislau, de 55, haviam terminado o almo�o de domingo, por volta das 13h, quando decidiram ir juntos mexer no quintal da casa, situada na Rua S�o Sebasti�o, n�mero 150.

“Nos est�vamos no fundo do quintal eu e minha esposa, quando vi um avi�o descendo em parafuso na minha dire��o. De repente, ele virou e caiu na rampa da entrada, a uns 30 metros de n�s. A� veio a explos�o, com aquele clar�o”, relataram Jos� Knupp e Maria Geralda, ainda meio atordoados. “Foi Deus que me falou: ‘Vai l� cuidar das galinhas’. N�o era a nossa hora”, contou a enfermeira. Embora tenha ca�do de bico, explodindo na hora por ter acabado de decolar, com o tanque cheio de gasolina, a aeronave praticamente aterrissou na garagem, sem danificar a estrutura da resid�ncia. Os vidros estilha�aram e os canos de �gua derreteram, em fun��o do calor intenso.

A queda pode ter sido amortecida pelo fato de a asa do bimotor ter antes batido na parede do im�vel do lado, que agrupa uma igreja evang�lica, na frente, um quarto alugado nos fundos e ainda a casa de Oneide Dam�sio Serafim, de 56 anos, que fabrica p�es e salgados para vender. Ela estava justamente na cozinha quando o avi�o derrubou a parede deste c�modo, danificando o fog�o. Segundo o vistoriador da Defesa Civil de Belo Horizonte, os im�veis est�o sob interdi��o preventiva, por causa da fuligem e de o risco de a estrutura ter sido abalada com a explos�o.

Quem viu a cena foi o estudante Lucas Henrique da Rocha Lopes, de 16 anos. Ele conta que estava jogando futebol, posicionado nas traves do gol, de frente para o acidente. Com o alerta do colega de time, correu para tentar ajudar. Lucas estourou o port�o e entrou no im�vel, apesar do inc�ndio. “Uma senhora saiu andando no meio da poeira, com a roupa manchada de sangue”, disse. Consciente, Oneide foi levada ao Hospital de Pronto-socorro Jo�o XXIII, mas tinha apenas um ferimento na altura dos ombros. Recebeu alta �s 21h30.

IRM�O LAMENTA MORTE Nas redes sociais, amigos e parentes postaram fotos e lamentaram as mortes. Os nomes foram confirmados por volta das 20h. Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave era pilotada por Emerson Thomazine, de 43 anos, de S�o Paulo. O copiloto era Carlos Eduardo Abreu, de Piumhi, no Centro-Oeste do estado. Gustavo de Toledo Guimar�es, de 38, da Pol�cia Civil, trabalhava no hangar da corpora��o e viajava de carona.

“Com profundo pesar comunico o falecimento do meu querido e amado irm�o Gustavo Toledo em acidente a�reo ocorrido agora � tarde. Ele se foi fazendo o que mais amava, voando, e que Deus o receba agora em seus bra�os. Aos amigos pe�o que orem por nossa fam�lia neste momento de dor”, lamentou em uma rede social o m�sico Eduardo Toledo, irm�o de Gustavo. Parentes que estiveram no local se negaram a dar depoimentos.