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Estado de Minas

Escola de BH pinta crian�as de preto durante aula e � acusada de racismo nas redes sociais

O caso ganhou repercuss�o depois que o centro educacional publicou uma postagem em sua p�gina oficial no Facebook em que um grupo de crian�as de aproximadamente 3 anos aparecem pintadas de preto


postado em 24/06/2015 16:02 / atualizado em 24/06/2015 20:32

Post em que crianças aparecem pintadas de preto gerou polêmica(foto: Reprodução/Facebook)
Post em que crian�as aparecem pintadas de preto gerou pol�mica (foto: Reprodu��o/Facebook)
Uma atividade desenvolvida com alunos de uma institui��o de educa��o infantil do Bairro S�o Bento, na Regi�o Centro Sul de Belo Horizonte, provocou pol�mica e protestos nas redes sociais depois que professores pintaram v�rias crian�as de preto para que elas vivenciassem a experi�ncia de ter a cor negra. A conduta foi considerada racista por pais e diversos internautas, que cobram um pedido de desculpas por parte da escola.

O caso ganhou repercuss�o depois que o Play Centro de Desenvolvimento Infantil publicou uma postagem em sua p�gina oficial no Facebook em que um grupo de crian�as de aproximadamente 3 anos aparecem pintadas de preto. No texto, a institui��o conta um pouco sobre a experi�ncia, considerada “est�tica” pelos educadores: “Quem j� mudou de cor? Essa semana a crian�ada experimentou ter uma cor diferente. Com tinta apropriada, pintamos nossos corpinhos e passamos a tarde vivenciando ter a cor negra. Foi um experimento est�tico muito interessante para a meninada. Eles se olharam no espelho, observaram uns aos outros e apreciaram o resultado”, diz o post.

A publica��o gerou rea��o negativa de v�rias pessoas na rede social, que acusaram a institui��o de promover um ato racista. “Atividade racista! Blackface! N�o consigo acreditar que voc�s viram isso como algo positivo. N�o vou questionar como as crian�as negras foram pintadas porque visivelmente n�o tinha nenhuma… Passou dos limites de aceita��o!”, diz uma internauta na p�gina do centro educativo na rede social. “Exijo um pedido de desculpas muito bem detalhado sobre mais um ato racista fantasiado de processo pedag�gico. Por acaso voc�s sabem da lei 10639/2003? Nossas identidades negras n�o s�o experimentos, n�o s�o roupas que podem ser guardadas em arm�rios ou comprimidos em frascos de tinta”, criticou outro usu�rio do Facebook.

Ap�s a pol�mica, o centro de educa��o apagou o post. Antes, por�m, chegou a responder os questionamentos sobre a atividade por meio de sua p�gina na rede social. Segundo a unidade de ensino infantil, a decis�o de pintar as crian�as foi tomada depois de uma aula em que uma aluna de dois anos disse que achava feia uma personagem negra ap�s ouvir a hist�ria "Bonequinha preta", de Ala�de Lisboa de Oliveira. "Frente a isso, propusemos �s crian�as confeccionarem muitas bonecas diferentes. Bonecas pretas, como a da hist�ria, bonecas rosas, verdes, marrons, e ressaltamos que todas as bonecas s�o bonitas. Envolvidos com a atividade com tinta, nossas crian�as come�aram a explorar a tinta preta pelo corpo, comportamento muito comum na fase de desenvolvimento dessa idade. Nesse momento, a possbilidade de que eles pudessem vivenciar uma experi�ncia est�tica frente ao espelho mostrou-se enriquecedora. As crian�as se divertiram muito e se observaram animadas: 'Mudamos de cor!'", diz a resposta.

Escolha inadequada
Para o professor da Faculdade de Educa��o da UFMG e especialista em educa��o, cultura afro-brasileira e identidade racial, Luiz Alberto Oliveira Gon�alves, tanto pais quanto professores t�m raz�o at� certo ponto, a escolha usada pelos educadores para abordar a quest�o da igualdade racial foi inapropriada. “Acho inadequado, porque isso produz constrangimento, principalmente se houvesse alguma crian�a negra em sala. Em primeiro lugar, o preto n�o � uma cor que deveria ser usada para representar o negro. Preto � uma classifica��o criada por n�s”, explica Gon�alves.

Segundo ele, ao que tudo indica, a inten��o dos professores era abordar a quest�o racial com o objetivo de educar, mas os meios foram errados. “A escola tem sim que acolher essa tem�tica em sala de aula. Afinal n�s, educadores, sempre reclamamos que fala-se pouco sobre esse assunto entre crian�as nessa faixa et�ria. No entanto, � preciso escolher a forma mais adequada de falar sobre ra�a. No caso dessa escola, por exemplo, o ideal era que antes de desenvolver a atividade, os professores procurassem os pais, comunicassem a ideia e pedissem a opini�o deles”, orienta o especialista.

Al�m disso, ele aconselha que no caso de d�vidas sobre como abordar o tema da melhor maneira, as institui��es de ensino devem buscar ajuda fora da escola, com o aux�lio de especialistas que trabalhem com a quest�o da igualdade racial.


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