
A temporada de chuvas s� come�a oficialmente em dois meses, mas mesmo sem a �gua se infiltrando no asfalto e abrindo fissuras, o grande n�mero de buracos nas vias da capital mineira tem incomodado motoristas e especialistas em transporte e tr�nsito. A impress�o que se tem � que o n�mero desses obst�culos est� aumentando e a redu��o da quantidade de buracos reparados nos �ltimos tr�s anos refor�a essa sensa��o. No ano passado, por exemplo, o n�mero de coberturas de pavimentos danificados nas opera��es tapa-buracos caiu 10,5% na compara��o com o ano anterior, de 300.349 obst�culos cobertos com asfalto para 268.548, sendo que o resultado de 2013 j� tinha sido 3,6% menor (veja quadro). Nas ruas, motoristas reclamam de passar por vias em m�s condi��es de conserva��o, com buracos abertos h� mais de quatro meses, at� mesmo em �reas mais movimentadas, como o entorno de centros comerciais como os shoppings P�tio Savassi, na Regi�o Centro-Sul, e Del Rey, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte.
As opera��es tapa-buraco s�o de responsabilidade das secretarias de administra��o regionais da PBH, enquanto os trabalhos de recapeamento e restaura��o de pavimento s�o atribui��es da Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). Tapar buraco � uma medida paliativa, apenas para que a via n�o se torne intransit�vel e ocorram acidentes at� uma manuten��o mais duradoura, avalia o especialista em transporte e tr�nsito e professor da Universidade Fumec, M�rcio Aguiar. “Tapa-buraco n�o resolve nada. Na primeira chuva, com tr�fego intenso em cima, o buraco volta”, afirma. Dois outros processos s�o ainda empregados na manuten��o das vias: o recapeamento, que consiste em instalar uma camada de asfalto no trecho danificado, e o restauro, que � a remo��o do asfalto ruim e a recomposi��o do segmento.

TRINCAS PROFUNDAS No entorno do Shopping Del Rey, a Avenida Del Rey e a Rua Alabandinha, vias de acesso ao centro comercial, apresentavam trincas profundas em longos trechos e dois buracos com quase um palmo de profundidade. “Parece que voc� est� rodando numa ro�a. O carro pula o tempo inteiro e faz muito barulho. Os motoristas precisam reduzir a velocidade para n�o cair nos buracos e, com isso, nos hor�rios de pico, o tr�nsito s� piora”, reclama o universit�rio Lucas Teixeira Souza, de 23, que mora na regi�o e estacionou no entorno para fazer compras. Depois de a reportagem entrar em contato com a Administra��o Regional Noroeste os dois buracos foram tapados, mas o asfalto continua degradado.

A redu��o das opera��es tapa-buracos, de acordo com nota da PBH, se deve ao aumento das a��es de recapeamento das vias da cidade. Contudo, motoristas e especialistas ouvidos pelo EM alegam n�o ter percebido o crescimento desse tipo de a��o frente � prolifera��o de buracos. Al�m disso, recapear, segundo o especialista em transporte e tr�nsito e professor da Universidade Fumec, M�rcio Aguiar, tamb�m � uma medida de dura��o limitada, sendo considerado ideal o restauro do pavimento. “O recapeamento tamb�m n�o � algo definitivo. � uma cobertura por cima de um pavimento que est� defeituoso. Pode durar um ano ou um pouco mais, mas as fissuras e rachaduras da camada inferior acabam repercutindo mais uma vez na nova camada”, alerta. “O restauro do asfalto � que traz maior seguran�a. Voc� remove o pavimento antigo, recomp�e o leito da via que estiver com problemas e traz um novo asfalto. � o melhor custo-benef�cio, porque o pavimento se mant�m por at� 10 anos”, estima.
J� necessitam desse tipo de a��o vias como a Avenida Sebasti�o de Brito, que liga a Pampulha � Regi�o Norte, e que tem trechos t�o longos de buracos e asfalto deteriorado. Na opini�o de especialistas e motoristas s� um restauro amplo resolveria. As chuvas ainda n�o come�aram e, mesmo assim, os buracos dessa via est�o aumentando. O motivo � que as trincas do asfalto est�o cedendo e deixando aberturas como pe�as de quebra-cabe�a, com bordas agudas que podem danificar pneus e rodas. “Aqui n�o adianta mais remendar. Isso � desperd�cio de recursos. Se n�o fizerem outro asfaltamento logo a buracada volta”, afirma o comerciante Dario L�cio Pires, de 60.
Mas, ainda que n�o seja o ideal, enquanto o restauro n�o ocorre, os paliativos s�o pelo menos uma garantia de seguran�a. “N�o pode � ficar com os buracos. Uma via asfaltada com buracos � pior do que uma de terra, porque os motoristas trafegam em velocidades mais altas e por isso podem ser obrigados a fazer manobras bruscas e causarem danos maiores aos ve�culos ao ca�rem, por exemplo, num buraco cheio de �gua”, salienta M�rcio Aguiar.
A Regional Pampulha informou que atende todas as solicita��es de tapa-buracos dentro do prazo, que � de cinco dias �teis, e que atualmente n�o h� solicita��es pendentes ou em atraso. A Administra��o Noroeste afirma que os atendimentos de manuten��o ocorrem diariamente. A Regional Centro-Sul informou que o entorno do Shopping P�tio Savassi seria inclu�do nas manuten��es.