Na semana passada, o Diagn�stico de Acidentes de Tr�nsito, elaborado pelo Centro Integrado de Informa��es de Defesa Social (Cinds), �rg�o do governo do estado, apontou que a MG-050 foi a estrada mineira que mais teve acidentes com mortes no estado. A via, que liga a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte a S�o Sebasti�o do Para�so, no Sul de Minas, registrou 110 mortes entre 2013 e 2014.
O ponto cr�tico da rodovia � o quil�metro 117, conhecido como curva da morte ou curva da MBL – refer�ncia a uma empresa no local. A sequ�ncia de tr�s curvas fica distante um quil�metro da entrada de Divin�polis, no Centro-Oeste mineiro. A estrada � privatizada e, desde 2007, explorada pela empresa Nascentes das Gerais. O ped�gio custa R$ 5,10 e diversos pontos da via n�o s�o duplicados, incluindo a “curva da morte”.
De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras P�blicas (Setop), h� no contrato de concess�o a previs�o de uma amplia��o da via. “O escopo desta obra � a corre��o do tra�ado da rodovia no local e a implanta��o de terceira faixa. No que compete a esta secretaria, no intuito de atender as reivindica��es do local, � poss�vel articular com a concession�ria a antecipa��o da execu��o desta obra para o mais r�pido poss�vel”, informou em nota. A concession�ria Nascentes das Gerais foi procurada, mas informou que a diretoria estava em reuni�o e n�o poderia se posicionar sobre o assunto.
Somente em 2011 foram nove v�timas na “curva da morte”. Naquele ano, a C�mara Municipal de Divin�polis chegou a realizar uma audi�ncia p�blica para debater o problema. Logo depois, o ent�o vice-governador do Estado, Alberto Pinto Coelho, foi at� a cidade e prometeu que em seis meses o problema seria resolvido. J� se passaram quatro anos e a pista permanece sem duplica��o.
Em pouco tempo na margem da rodovia, a reportagem do Estado de Minas presenciou tr�s ultrapassagens na curva. A imprud�ncia pode ser observada em v�rias situa��es na rodovia, principalmente, nos trechos sem duplica��o, quando os motoristas impacientes for�am a ultrapassagem nos locais proibidos.
FA�A VOC� MESMO A placa que denuncia o risco no local foi colocada pelo empres�rio de Divin�polis, Fernando da Costa Malta. “A quantidade de acidentes aqui � muito grande. Muita gente j� perdeu a vida e eu, infelizmente, assisto a tudo de camarote”, afirma Malta. O outdoor de 15mx4m custou R$ 7 mil e o empres�rio est� disposto a ceder parte do terreno dele, que margeia a rodovia, para que o local seja duplicado. “J� quis fazer uma pista paralela aqui, mas n�o deixaram”, afirma Fernando.
O principal problema, segundo Ronaldo Adriano Silva, funcion�rio de uma empresa localizada na “curva da morte”, � a alta velocidade dos carros que seguem na descida no sentido Divin�polis. “Quando chegam l� em cima n�o conseguem fazer a curva”, descreve Ronaldo. A solu��o, na opini�o dele, que j� presenciou v�rios acidentes � apenas uma: “duplica��o”.
O sargento Anderson Teixeira, da Pol�cia Militar Rodovi�ria (PMRv), trabalha no local h� 10 anos. Na an�lise dele, antes da privatiza��o o panorama era pior, com muitos buracos na pista. Por�m, ele destaca que com as melhorias, os motoristas passaram a abusar da velocidade e, por isso, ocorrem acidentes. “Boa pavimenta��o n�o � sinal de aus�ncia de acidentes. O que provoca as mortes � uma mistura de neglig�ncia, imprud�ncia e imper�cia”, entende o policial.