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Estado de Minas

Racionamento � descartado, mas alerta para economizar �gua continua valendo

Copasa confirma que n�o pretende adotar racionamento, como antecipou o EM, por�m, an�ncio coincide com nova queda na economia. Estatal renova apelo ao consumidor


postado em 11/08/2015 06:00 / atualizado em 11/08/2015 07:47

Reservatório Serra Azul é o que acumula menor nível entre os que formam o Sistema Paraopeba. Redução na demanda precisa pelo menos se manter(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Reservat�rio Serra Azul � o que acumula menor n�vel entre os que formam o Sistema Paraopeba. Redu��o na demanda precisa pelo menos se manter (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A Copasa confirmou nessa segunda-feira que n�o adotar� racionamento de �gua na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte at� o fim do ano, conforme o Estado de Minas havia antecipado em sua edi��o de s�bado. Por�m, o an�ncio chega depois de constatada a segunda menor economia de consumo desde o in�cio da crise, com �ndice de 10,3% em julho deste ano, comparado a igual per�odo de 2014. A presidente da estatal, Sinara Meireles Chenna, afirmou que a expectativa para agosto e setembro � de que os usu�rios pelo menos mantenham o �ndice de poupan�a.

T�cnicos da concession�ria estimam que haja nos reservat�rios o equivalente � vaz�o 75 milh�es de metros c�bicos de �gua por segundo, em torno de 30% da capacidade, igual �ndice que em janeiro acendeu a luz de alerta para o risco de desabastecimento. O volume � suficiente para abastecer a Grande BH por tr�s meses, embora ainda faltem quatro meses e meio at� dezembro, quando a Copasa pretende colocar fim de vez � possibilidade de desabastecimento na regi�o. Em janeiro, deve come�ar a ocorrer capta��o direta em nova esta��o, com capacidade de 90,9% de fornecimento do volume necess�rio para o sistema de tratamento do Rio Manso. “O volume de 30% (equivalentes ao n�vel dos reservat�rios) n�o � pouco, pois vai chover”, afirmou Sinara.

A presidente da empresa apontou tr�s fatores que contribu�ram para afastar o fantasma do racionamento: o aumento do �ndice pluviom�trico, a economia de consumo e a redu��o da perda de �gua. De janeiro a julho deste ano, choveu 798,6 mil�metros, o que representa 55% acima do registrado em igual per�odo de 2014, que foi de 516mm. Houve tamb�m chuvas at�picas em mar�o e em maio, depois de secas rigorosas nos �ltimos tr�s anos durante esses meses. Em maio, o acumulado de chuva bateu recorde desde o come�o das medi��es, em 1910, com a capital mineira registrando 96,7 mil�metros no per�odo, mais de tr�s vezes a m�dia hist�rica para o m�s, que � de 27,8 mil�metros. “Para tra�ar a meta de 30% de economia de �gua, levamos em conta o volume pluviom�trico e o consumo do ano passado”, justificou a presidente da Copasa.

Veja como estão os níveis dos reservatórios (clique para ampliar)(foto: Arte EM)
Veja como est�o os n�veis dos reservat�rios (clique para ampliar) (foto: Arte EM)
A m�dia de economia dos �ltimos seis meses caiu para 13,4%, depois do baixo resultado de julho (veja quadro). A empresa informou que n�o tem n�meros de redu��o do desperd�cio com o programa “Ca�a-gotas”, cuja a meta � diminuir as perdas no sistema de 40% para 30% em quatro anos. “Foram 103 mil atendimentos do programa de fevereiro a julho, com 75.306 vazamentos estancados”, apontou Sinara. O diretor de Opera��es da concession�ria, R�mulo Perilli, diz que a redu��o � uma meta ousada, que no hist�rico de muitos pa�ses s� foi conseguida com 10 a 20 anos de trabalhos estrat�gicos.

ALERTA
Em janeiro – dois dias depois de o Estado de Minas mostrar que o reservat�rio Serra Azul estava quase no volume morto – a Copasa admitiu que as represas do Sistema Paraopeba estavam com 30% de capacidade, o que, comparado com o ano anterior, acima dos 70%, acendia a luz de alerta para o risco de desabastecimento na Grande BH. As estimativas eram de que em julho a capacidade das represas cairia a 3%. Foi quando se anunciou a necessidade de redu��o de consumo de �gua em 30%. Por�m, a maior queda de gastos alcan�ada pelos usu�rios foi de 16%, em mar�o. Al�m da participa��o do consumidor, a Copasa investiu em equipes especializadas no atendimento de ocorr�ncias de vazamento, reduzindo em 56% o tempo para as manuten��es, passando de nove horas para quatro horas e 19 minutos. Tamb�m foram realizadas manobras operacionais de abastecimento, para desafogar o sistema.

Afastada a possibilidade de racionamento este ano, Sinara Meireles destaca que nos pr�ximos 20 a 25 anos n�o deve ocorrer crise semelhante na Regi�o Metropolitana de BH. Segundo ela, a previs�o � de que fique pronta no fim de dezembro a nova esta��o do Rio Paraopeba, em Brumadinho, que vai bombear 5 mil litros de �gua por tubula��es de a�o com 1,5 metro de di�metro, estendendo-se por 6,5 quil�metros, desde a margem do rio, pr�ximo ao Instituto Inhotim, at� a Esta��o de Tratamento de �gua do Rio Manso, que integra o Sistema Paraopeba.Para abastecer a regi�o, a unidade precisa de 5,5 mil litros por segundo. Sinara explicou que a nova estrutura vai captar durante o per�odo chuvoso. Nesse intervalo, os demais reservat�rios estar�o fechados, recompondo seus n�veis. Ela acredita que em dois anos as represas atinjam a capacidade m�xima.

Apesar de descartar o racionamento este ano, a Copasa e o governo mant�m a mobiliza��o contra a crise h�drica, uma vez que os reservat�rios da Grande BH continuam baixos. Na semana passada, por exemplo, foi prorrogado por mais 60 dias o estado de restri��o de consumo nas bacias das represas que formam o Sistema Paraopeba (Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores). A medida reduz as capta��es em 20% para abastecimento humano e animal, 25% para irriga��o, 30% para ind�stria e minera��o e 50% para demais usos.

Decis�o antecipada


Em sua edi��o de s�bado, o EM antecipou a decis�o da Copasa de n�o recorrer ao racionamento at� o fim deste ano, com base em tr�s fatores preponderantes: a economia dos consumidores, as precipita��es acima da m�dia nos �ltimos meses da esta��o chuvosa e o planejamento para reduzir perdas na distribui��o. “A Copasa se prepara para informar a acionistas que n�o ser� necess�rio limitar o fornecimento de �gua em 2015, e divulgar� a decis�o no in�cio da semana que vem, segundo fontes do governo estadual”, adiantou a reportagem.

"N�o � hora de relaxar. At� setembro, ser� importante que a economia de �gua continue" - Sinara Meireles Chenna, presidente da Copasa (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Impacto pode chegar � tarifa

A conta dos investimentos para evitar a escassez de �gua na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte deve ser cobrada no m�ximo em dois anos, com reajuste do pre�o do servi�o. Ontem, a presidente da Copasa, Sinara Meireles, confirmou que no pr�ximo m�s a concession�ria envia as planilhas de custo para que a Ag�ncia Reguladora de Servi�os de Abastecimento de �gua e de Esgotamento Sanit�rio de Minas Gerais (Arsae-MG) fa�a os estudos de revis�o tarif�ria. “N�o � um estudo simples, nem r�pido, pode demorar de um a dois anos. Precisamos entrar com o pedido para ver se a composi��o da tarifa est� refletindo o que temos de necessidade em termos de remunera��o pelo servi�o. Pode haver aumento ou redu��o da tarifa”, afirmou.


Sinara garantiu que este ano n�o haver� reajuste tarif�rio para custear os investimentos da empresa, que registrou lucro l�quido de R$ 3,788 milh�es no segundo trimestre do ano, resultado que significa queda de 95,4% sobre o mesmo per�odo de 2014. Segundo ela, est� previsto para maio de 2016 o reajuste anual da tarifa. Este ano o aumento foi de 15,4%.

Somente na nova capta��o de �gua em Brumadinho foram aplicados R$ 128,4 milh�es, aporte do governo estadual. Houve ainda investimentos na cria��o de equipes de manuten��o e obras para a transfer�ncia de 400 litros por segundo da �gua produzida pelo Sistema Rio das Velhas para a �rea atendida pelo Sistema Paraopeba, o suficiente para abastecer uma popula��o de 746 mil habitantes.

Vencida a batalha contra o desabastecimento, Sinara Meireles diz que o pr�ximo desafio � a aproxima��o da Copasa das administra��es municipais. “S� para se ter uma ideia, estamos em 634 munic�pios, mas s� em 288 tamb�m captamos esgoto”, afirmou. A aproxima��o da companhia com os prefeitos pretende aparar arestas do ponto de vista t�cnico e pol�tico, afirmou Sinara.

Recentemente, a Copasa se viu envolvida em pol�mica relativa � presta��o de servi�o em tr�s grandes cidades: Montes Claros, no Norte do estado, Par� de Minas, no Centro-Oeste, e Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de BH, que re�nem quase 700 mil habitantes. Representantes dessas cidades criticam a falta de investimentos em fornecimento de �gua e o baixo �ndice de tratamento do esgoto.


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