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Estado de Minas

Ativistas atacam a��o da PM no Centro, que sustenta ter reagido � interdi��o de via

Pol�cia usa balas de borracha e bombas para dispersar protesto contra aumento de �nibus em BH. Governo do estado diz que vai apurar


postado em 13/08/2015 06:00 / atualizado em 13/08/2015 07:25

Ver galeria . 46 Fotos Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press e Marcos Vieira/EM/D.A.Press
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press e Marcos Vieira/EM/D.A.Press )

Um protesto contra o reajuste da tarifa de �nibus em Belo Horizonte terminou em tumulto entre manifestantes e policiais militares, que usaram bombas e balas de borracha para dispersar o movimento, na noite de ontem. Houve 60 detidos, das quais pelo menos 15 algemados e presos, entre participantes do ato ou pessoas que passavam pela Rua da Bahia, no Centro, no momento do conflito. N�o houve divulga��o do n�mero de feridos, mas pelo menos oito pessoas foram atendidas no Hospital de Pronto Socorro Jo�o XXIII e outras unidades de sa�de, com ferimentos sem gravidade, e at� um h�spede de um hotel pr�ximo ao local precisou de atendimento m�dico. A justificativa da PM para o uso da for�a foi o fechamento da via e o arremesso de objetos contra militares, o que � negado por manifestantes. O governo do estado informou que vai apurar o epis�dio.

A concentra��o de integrantes de v�rios movimentos sociais no quarteir�o da Rua Rio de Janeiro, entre Pra�a Sete e Rua Tamoios, come�ou �s 17h. Os protestos, convocados pelo movimento Tarifa Zero, vinham sendo acompanhados de perto por militares de v�rias unidades. “Estamos aqui para garantir a seguran�a das pessoas e impedir o fechamento de vias”, informava o capit�o Carlos Henrique, do Batalh�o de Choque, antes de o grupo de cerca de 500 pessoas fechar as vias. Cerca de uma hora e meia depois, os manifestantes fecharam a Pra�a Sete por aproximadamente 20 minutos.

O indicativo de que o protesto poderia esbarrar em rea��o policial veio logo em seguida, quando um grupo de PMs, usando escudos, manteve os ativistas bloqueados na Avenida Afonso Pena, impedindo a passeata em dire��o ao pr�dio da Prefeitura de Belo Horizonte. Era uma t�tica para ganhar tempo at� que chegassem mais militares.

A passeata seguia de forma pac�fica em dire��o � PBH, fechando o tr�nsito da Afonso Pena sentido Pra�a Sete/Mangabeiras e de vias que cortam a avenida. “� importante que a popula��o venha para a rua protestar, complementando a a��o da Defensoria P�blica, para suspender o reajuste da tarifa. � a maneira de alertar os �rg�os p�blicos sobre a insatisfa��o das pessoas”, justificava a estudante Anne Ovideo, integrante do Tarifa Zero.

No cruzamento da Afonso Pena com a Rua da Bahia, os manifestantes perceberam o forte aparato policial em frente � PBH e decidiram subir a Bahia. O objetivo era levar o protesto para tr�s da prefeitura, mas os militares agiram r�pido e bloquearam a Rua Goi�s, onde fica a portaria dos fundos do pr�dio da administra��o municipal. Parados na Rua da Bahia entre Goi�s e Avenida Augusto de Lima, os ativistas esperaram uma negocia��o entre lideran�as e comandantes da a��o policial.

Na Rua da Bahia, pr�ximo � esquina da Augusto de Lima, um forte bloqueio de militares com escudo impedia a passagem, inclusive de quem n�o participava do ato. Antevendo o tumulto, lojistas fecharam suas portas. Foi quando tiveram in�cio os disparos de bala de borracha, spray de pimenta, al�m de bombas de g�s e de efeito. O comandante do Batalh�o de Choque, tenente-coronel Gianfranco Caiafa, disse que a PM agiu porque pediu a libera��o da faixa e n�o foi atendida. O militar mostrou uma les�o na m�o que, segundo ele, foi provocada por uma pedrada. “Quem n�o contribuiu foram eles. Esperamos 40 minutos para agir”, afirmou. “A ordem � de n�o toler�ncia com a obstru��o de vias”, acrescentou.

Ativistas negam que tenham jogado pedras ou objetos nos policiais e alegam que estavam negociando com a PM quando militares usaram a for�a. Houve correria e um grande grupo de manifestantes entrou no Hotel Sol Belo Horizonte para se esconder. Outros procuravam abrigo em edif�cios residenciais e comerciais vizinhos.

Policiais atiram balas de borracha, usaram bombas e imobilizaram manifestantes na Rua da Bahia: 60 pessoas foram presas, muitas delas depois de se refugiarem em hotel(foto: Marcos Vieira/EM/DA Press)
Policiais atiram balas de borracha, usaram bombas e imobilizaram manifestantes na Rua da Bahia: 60 pessoas foram presas, muitas delas depois de se refugiarem em hotel (foto: Marcos Vieira/EM/DA Press)


As cabeleireiras E.D.A, de 38, e R.R., de 40, assistiam ao tumulto do alto de um pr�dio onde t�m um sal�o. “Era um movimento pac�fico, com as pessoas segurando faixas e gritando palavras de ordem. De repente os militares passaram a atirar e houve p�nico”, contou E., em tom de indigna��o. “N�o sei o motivo da a��o policial, pois era um protesto pac�fico. Vi pessoas caindo e sendo atingidas por balas de borracha”, afirmou R., que depois de 20 minutos ainda n�o conseguia deixar o edif�cio, cercado de PMs. De acordo com porteiros do pr�dio, pelo menos 50 pessoas invadiram o im�vel para se abrigar.

A dona de casa L., de 60 anos, contou que desceu � portaria de seu pr�dio para esperar as filhas que chegavam do trabalho. “N�o vi motivos para as bombas. Havia pessoas no ponto de �nibus que nem participavam do ato. Quando vi a correria, deixei que v�rias pessoas entrassem.” “Eu chegava do trabalho e tive que dar a volta, pois os PMs fecharam a rua. Quando vi o tumulto, corri, entrei pela garagem e tive que ficar escondido at� a libera��o da pol�cia”, relatou o vendedor V., de 29.

Em nota divulgada ontem, o governo do estado classificou os fatos como “lament�veis” e informou que “determinou apura��o rigorosa”. “A Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania est� acompanhando os desdobramentos do conflito e participar� diretamente da investiga��o (...), incluindo a escuta livre de todos os envolvidos e a per�cia das imagens obtidas pela imprensa e c�meras de vigil�ncia. O Governo de Minas Gerais reitera sua posi��o de garantir o direito democr�tico de livre manifesta��o, assim como o de ir e vir de todos os cidad�os, e a n�o toler�ncia com agress�o a agentes p�blicos no exerc�cio de sua fun��o”, diz o texto.
(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


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