
O advogado dos seis suspeitos de integrar uma seita religiosa conhecida como “Comunidade Evang�lica Jesus, a verdade marca”, que age desde 2005 em Minas, com ramifica��es em S�o Paulo e Bahia, para praticar crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, tr�fico de pessoas, contesta as pris�es. Leonardo Carvalho Campos, que defende o Pastor C�cero Vicente Ara�jo, apontado pela Pol�cia Federal (PF) como o l�der do grupo, afirma que as pris�es s�o 'injustas' e 'desnecess�rias'. O defensor afirma que se a pris�o tempor�ria, que vence na pr�xima sexta-feira, foi prorrogada vai entrar com um recurso para soltar os investigados.
Das seis pessoas, consideradas os l�deres da seita, quatro foram presas na Opera��o De Volta para Cana�, deflagrada na �ltima segunda-feira. S�o eles, Pastor C�cero Vicente Ara�jo (l�der da seita), Marcelo Vicente Dias, Jos� Bussato e Adalberto Freitas. Nessa ter�a-feira, os vereadores Miguel Donizete Gon�alves (PTC), de S�o Vicente de Minas, e Peterson Andrade Ferracciu (PTC), de Minduri, se apresentaram � pol�cia.
O advogado Leonardo de Campos, contesta as pris�es. “As pris�es s�o injustas e desnecess�rias. Todos t�m resid�ncia f�sica e hora nenhuma se furtaram de comparecer quando solicitados. Conversei com o delegado e ele falou que n�o tem inten��o de pedir a prorroga��o, que vence na sexta-feira. Caso isso aconte�a, vou entrar com um recurso”, afirmou.
As investiga��es da PF apontam que o grupo religioso arrebanhava pessoas aproveitando da fragilidade das mesmas e as convencia a doar todos os seus bens para serem aceitas em uma esp�cie de “mundo paralelo”. O argumento usado era de que “tudo seria de todos”. Muitas v�timas ficavam confinadas em fazendas, dormindo em alojamentos coletivos, trabalhando em situa��o an�loga � de escravid�o, sem receber nada de sal�rio. Os investigadores estimam que o valor dos bens recebidos em doa��o chegue a cerca de R$ 100 milh�es.
Para o advogado, as acusa��es n�o procedem. “Eu advogo para o pastor h� 10 anos. Conhe�o as fazendas e por v�rias vezes estive no local. N�o existe o que est�o falando. Em 2005 teve uma opera��o e o Minist�rio P�blico do Trabalho (MPT) declarou que n�o existia trabalho escravo. Em 2013 fizeram outra investiga��o e agora esta. Se existisse o processo an�logo a escravid�o, como v�m falando, teriam que libertar os escravos, n�o teriam?”, questiona Leonardo de Campos.
O delegado Jo�o Carlos Girotto informou, nesta quarta-feira, que ainda n�o decidiu se pedir� a prorroga��o da pris�o tempor�ria dos presos, que � de cinco dias, podendo ser prorrogada por mesmo per�odo. N�o h� depoimentos marcados para hoje.

Ex-seguidora defende seita
O Estado de Minas esteve em S�o Vicente de Minas, na Regi�o Sul de Minas Gerais, em uma das fazendas que pertence a seita. V�rias mulheres e algumas adolescentes trabalhavam nessa ter�a-feira no cultivo de ervilhas. Mas, assim como outros integrantes da comunidade que atuam em lojas do grupo na cidade, elas s�o orientadas a n�o conversar com ningu�m de fora. Mais adiante, um grupo trabalhava no cultivo de banana, laranja, maracuj�, lim�o e caf�. Na portaria de acesso � sede da fazenda e aos galp�es onde os fi�is vivem, um dos moradores se sentia difamado por se considerado escravo pelas autoridades policiais. Segundo ele, 'ningu�m trabalha acorrentado' e que 'todos podem sair das fazendas a hora que quiser'.