
As mortes de dois pacientes em um acidente na MGC-367, no Vale do Jequitinhonha, envolvendo um �nibus de turismo e um micro-�nibus que transportava moradores de Ara�ua� para tratamento m�dico em Diamantina, voltam a chamar a aten��o para o risco a que milhares de mineiros se submetem todos os dias ao cruzar o estado em busca de sa�de. A batida, que feriu 30 pessoas na zona rural de Carbonita, � a segunda em menos de uma semana com ve�culos de transporte de pacientes. No dia 13, um micro-�nibus com moradores de Corinto capotou na BR-040 e deixou 10 feridos em Esmeraldas, na Grande BH.
Milhares de viagens s�o feitas no estado para tratamento de sa�de. Em Minas, 28 grandes munic�pios servem de refer�ncia para atendimento de m�dia e alta complexidade, mas s�o muitas as rotas que ve�culos das secretarias de sa�de fazem em busca de assist�ncia. Dados do governo de Minas mostram que o n�mero de viagens feitas para tratamentos de sa�de aumentou 31% entre 2012 e o ano passado (saltou de 138,4 mil para 181,4 mil). Em 2015, at� 15 de agosto, j� s�o 55,6 mil viagens. O n�mero de pacientes levados nesses trajetos tamb�m cresce: passou de 2,3 milh�es de pessoas em 2012, para 3,2 milh�es em 2014, alta de 38%. Este ano, at� o �ltimo dia 15, o total chega a quase 1 milh�o de pacientes.
Tratamentos
As viagens, de modo geral, s�o resultado da falta de infraestrutura, equipamentos e de profissionais especializados para presta��o de servi�os de maior complexidade nos munic�pios de origem dos pacientes. Na lista de gargalos est�o procedimentos relacionados � hemodi�lise, tratamentos de c�ncer, cardiol�gicos e ortop�dicos, entre outros.
Morador da cidade de Corinto, na Regi�o Central, o tratorista J�lio S�rgio Pereira, de 38 anos, deveria ser atendido em Sete Lagoas, sua regi�o de refer�ncia. Mas em 24 de julho veio para Belo Horizonte fazer uma cirurgia ortop�dica, por falta de recursos e vaga. Ele e a mulher, a faxineira Maria Geralda Oliveira, que o acompanha nos procedimentos de sa�de em BH, estavam no micro-�nibus que capotou no dia 13 na BR-040. “Infelizmente a gente n�o tem recurso na cidade da gente e tem que pegar essas estradas perigosas para tratar”, lamenta J�lio.
Segundo a Secretaria de Estado de Sa�de, a��es de aten��o � sa�de est�o sendo reformuladas para ampliar a oferta da assist�ncia por meio do fortalecimento das redes de aten��o. Entre elas, a conclus�o de obras de hospitais regionais e a amplia��o da assist�ncia especializada em centros de aten��o multiprofissional. A meta � reduzir a necessidade de deslocamento do paciente para esse atendimento especializado. “Entretanto, com in�meros munic�pios de pequeno porte, ser� sempre necess�rio que pacientes se desloquem para assist�ncia de alta complexidade”, reconhece a pasta em nota. De acordo com a secretaria, o servi�o de transporte em sa�de conta com motoristas e agentes de viagens capacitados.