
No in�cio, era apenas o lobo-guar�, com sua eleg�ncia, que surgia no meio da noite para subir a escadaria e comer a carne de frango oferecida pelos padres do Santu�rio do Cara�a, localizado entre Catas Altas e Santa B�rbara, na Regi�o Central. Hoje, o adro da Igreja de Nossa Senhora M�e dos Homens se tornou o “bandej�o” mais concorrido do peda�o, atraindo outros animais silvestres, entre eles um casal de antas, bando de cachorros-do-mato, a jaratataca e at� um gato-mourisco. Os turistas agradecem e a comunidade religiosa d� as boas-vindas. “De manh� cedo, ainda aparecem as aves, sobretudo os jacus, para comer os restos da festa”, diz o diretor do santu�rio, padre Lauro Pal�.
Com sorte e disposi��o, � bem poss�vel que os turistas vejam os novos visitantes da noite. Padre Lauro conta que as antas – inicialmente um macho adulto, depois o casal – come�aram a aparecer com frequ�ncia de janeiro a mar�o, sempre de madrugada. “Agora, j� apareceram at� as 19h10. S�o animais herb�voros, mas um t�cnico me explicou que est�o suprindo a car�ncia de c�lcio, o qual encontram nos ossos de frango, e de sal. Com seu faro apurado, cheiram longe os alimentos salgados”, diz o diretor do santu�rio fundado em 1774 e pertencente � Prov�ncia Brasileira da Congrega��o da Miss�o.


VAI E VOLTA Com a pelagem preta e listra branca no dorso, a jaratataca tamb�m posou para as lentes do diretor do Cara�a. Durante sete anos, o animal apareceu, depois deu uma sumida e agora surge de vez em quando no jardim e arredores. O gato-mourisco, por sua vez, foi visto na estrada que conduz ao santu�rio, rondando a �rea, e uma vez esteve comendo da bandeja do lobo. “A fauna est� em paz por aqui e, gra�as a Deus, nenhum turista foi atacado. Na verdade, alguns animais v�m comer quando os visitantes est�o dormindo”, conta padre Lauro.
As aves s�o um cap�tulo � parte e, em 2014, figuraram numa exposi��o fotogr�fica para celebrar os 240 anos do Cara�a. “Conseguimos registrar 17 esp�cies, incluindo jacu, carcar�, gavi�o-carrapateiro, tico-tico, can�rios e sabi�s”, diz o diretor. Al�m da exuber�ncia da Reserva Natural do Patrim�nio Natural (RPPN), diversidade do patrim�nio hist�rico e beleza da paisagem, o lugar garante descanso, lazer e cultura para os 70 mil turistas que o procuram anualmente. “Este ano, j� recebemos estrangeiros de 48 nacionalidades”, orgulha-se padre Lauro.
PIONEIRO
A tradi��o no Santu�rio do Cara�a, que fica a 120 quil�metros de Belo Horizonte, come�ou em maio de 1982, quando algumas lixeiras externas apareceram reviradas e derrubadas. O irm�o Thomaz alertou o ent�o diretor da institui��o, padre Tobias Zico, de que poderia ser obra de algum cachorro. Tobias achou muito dif�cil, porque cachorro n�o subiria a serra com tanta frequ�ncia. Come�aram, ent�o, a observar e descobriram que o respons�vel era o lobo-guar�.
A tradi��o no Santu�rio do Cara�a, que fica a 120 quil�metros de Belo Horizonte, come�ou em maio de 1982, quando algumas lixeiras externas apareceram reviradas e derrubadas. O irm�o Thomaz alertou o ent�o diretor da institui��o, padre Tobias Zico, de que poderia ser obra de algum cachorro. Tobias achou muito dif�cil, porque cachorro n�o subiria a serra com tanta frequ�ncia. Come�aram, ent�o, a observar e descobriram que o respons�vel era o lobo-guar�.