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Estado de Minas

Lobos-guar�s t�m que dividir espa�o de refei��o com novos companheiros no Cara�a

Animais, h� 33 anos alimentados por padres no adro da Igreja de Nossa Senhora M�e dos Homens, agora t�m que dividir "bandej�o" com outras esp�cimes. Turistas comemoram


postado em 12/09/2015 06:00 / atualizado em 12/09/2015 08:20

Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) - Aparece há 33 anos no Caraça. Trata-se do maior canídeo da América do Sul %u2013 a fêmea mede 90cm e o macho, 95cm de altura, aproximadamente; da ponta do focinho à ponta do rabo, tem 1,45m(foto: Lauro Palú/Santuário do Caraça/Divulgação)
Lobo-guar� (Chrysocyon brachyurus) - Aparece h� 33 anos no Cara�a. Trata-se do maior can�deo da Am�rica do Sul %u2013 a f�mea mede 90cm e o macho, 95cm de altura, aproximadamente; da ponta do focinho � ponta do rabo, tem 1,45m (foto: Lauro Pal�/Santu�rio do Cara�a/Divulga��o)

No in�cio, era apenas o lobo-guar�, com sua eleg�ncia, que surgia no meio da noite para subir a escadaria e comer a carne de frango oferecida pelos padres do Santu�rio do Cara�a, localizado entre Catas Altas e Santa B�rbara, na Regi�o Central. Hoje, o adro da Igreja de Nossa Senhora M�e dos Homens se tornou o “bandej�o” mais concorrido do peda�o, atraindo outros animais silvestres, entre eles um casal de antas, bando de cachorros-do-mato, a jaratataca e at� um gato-mourisco. Os turistas agradecem e a comunidade religiosa d� as boas-vindas. “De manh� cedo, ainda aparecem as aves, sobretudo os jacus, para comer os restos da festa”, diz o diretor do santu�rio, padre Lauro Pal�.

Com sorte e disposi��o, � bem poss�vel que os turistas vejam os novos visitantes da noite. Padre Lauro conta que as antas – inicialmente um macho adulto, depois o casal – come�aram a aparecer com frequ�ncia de janeiro a mar�o, sempre de madrugada. “Agora, j� apareceram at� as 19h10. S�o animais herb�voros, mas um t�cnico me explicou que est�o suprindo a car�ncia de c�lcio, o qual encontram nos ossos de frango, e de sal. Com seu faro apurado, cheiram longe os alimentos salgados”, diz o diretor do santu�rio fundado em 1774 e pertencente � Prov�ncia Brasileira da Congrega��o da Miss�o.

Anta (Tapirus terrestris) - Este ano, um macho apareceu com frequência de janeiro a março; agora, já apareceu o casal. Animal herbívoro, o que significa não se alimentar de carne, a anta chega, segundo técnicos, em busca de cálcio, que está nos ossos do frango, e de sal(foto: Lauro Palú/Santuário do Caraça/Divulgação)
Anta (Tapirus terrestris) - Este ano, um macho apareceu com frequ�ncia de janeiro a mar�o; agora, j� apareceu o casal. Animal herb�voro, o que significa n�o se alimentar de carne, a anta chega, segundo t�cnicos, em busca de c�lcio, que est� nos ossos do frango, e de sal (foto: Lauro Pal�/Santu�rio do Cara�a/Divulga��o)
J� a fam�lia dos cachorros-do-mato aparece em grande n�mero, e h�spedes e funcion�rios da institui��o, que desde 1972 se transformou em hospedaria, sem perder o car�ter religioso, j� viram 10, entre pais e filhotes. “Chegam um pouco mais tarde, a partir das 19h, e, embora sejam duas vezes mais baixos do que os guar�s, j� atacaram sobretudo a loba. Curiosamente, uma noite, tr�s cachorros-do-mato comeram junto com o lobo na mesma bandeja. Nossa esperan�a � de que um dia se entendam. Na natureza, vivem juntos no mesmo territ�rio, mas, aqui, est�o disputando o ponto da comida”, afirma padre Lauro, sempre atento com sua c�mera a flagrar os bichos.

Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) - Já foram vistos em bandos de até 10 animais, incluindo pais e filhotes. Convive no território com o lobo-guará, e, mesmo mais baixos do que ele, estão disputando o ponto de comida(foto: Lauro Palú/Santuário do Caraça/Divulgação)
Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) - J� foram vistos em bandos de at� 10 animais, incluindo pais e filhotes. Convive no territ�rio com o lobo-guar�, e, mesmo mais baixos do que ele, est�o disputando o ponto de comida (foto: Lauro Pal�/Santu�rio do Cara�a/Divulga��o)
Na avalia��o do diretor, o aparecimento dos bichos se deve, principalmente, � atividade miner�ria na regi�o, que perfura o solo e explora minas. “Certamente, encontram ref�gio no Cara�a”, diz padre Lauro. Uma equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vem fazendo um levantamento na �rea para identificar os mam�feros, com foco especial na anta.

VAI E VOLTA Com a pelagem preta e listra branca no dorso, a jaratataca tamb�m posou para as lentes do diretor do Cara�a. Durante sete anos, o animal apareceu, depois deu uma sumida e agora surge de vez em quando no jardim e arredores. O gato-mourisco, por sua vez, foi visto na estrada que conduz ao santu�rio, rondando a �rea, e uma vez esteve comendo da bandeja do lobo. “A fauna est� em paz por aqui e, gra�as a Deus, nenhum turista foi atacado. Na verdade, alguns animais v�m comer quando os visitantes est�o dormindo”, conta padre Lauro.

As aves s�o um cap�tulo � parte e, em 2014, figuraram numa exposi��o fotogr�fica para celebrar os 240 anos do Cara�a. “Conseguimos registrar 17 esp�cies, incluindo jacu, carcar�, gavi�o-carrapateiro, tico-tico, can�rios e sabi�s”, diz o diretor. Al�m da exuber�ncia da Reserva Natural do Patrim�nio Natural (RPPN), diversidade do patrim�nio hist�rico e beleza da paisagem, o lugar garante descanso, lazer e cultura para os 70 mil turistas que o procuram anualmente. “Este ano, j� recebemos estrangeiros de 48 nacionalidades”, orgulha-se padre Lauro.

PIONEIRO

A tradi��o no Santu�rio do Cara�a, que fica a 120 quil�metros de Belo Horizonte, come�ou em maio de 1982, quando algumas lixeiras externas apareceram reviradas e derrubadas. O irm�o Thomaz alertou o ent�o diretor da institui��o, padre Tobias Zico, de que poderia ser obra de algum cachorro. Tobias achou muito dif�cil, porque cachorro n�o subiria a serra com tanta frequ�ncia. Come�aram, ent�o, a observar e descobriram que o respons�vel era o lobo-guar�.


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