
Francisco de Paula Victor nasceu em Campanha, em 12 de abril de 1827. Era filho de escrava, mas foi alforriado e incentivado pela madrinha a seguir a carreira eclesi�stica. Aos 19 anos, Victor aproveitou a visita de dom Ant�nio Ferreira Vi�oso, ent�o bispo de Mariana, na Regi�o Central, para manifestar a ele seu desejo de ser padre. Foi aceito no semin�rio em 1849. Ordenado em 1851, seguiu para Tr�s Pontas em 1852. Logo que assumiu a par�quia do munic�pio, passou a visitar doentes, amparar os inv�lidos, zelar pela inf�ncia desvalida. Por suas virtudes e dedica��o, ainda vivo era considerado um verdadeiro santo pelos trespontanos. “Em vida, as pessoas j� tinham uma confian�a muito grande nele, porque era muito caridoso e acolhedor“, explica padre V�nis Vieira da Cunha, p�roco de Campos Gerais.

Moradora de Lumin�ria, a dona de casa Maria do Carmo Pereira Costa, de 47, caminhou uma hora e meia at� Tr�s Pontas. Ela � devota de Padre Victor e conta que j� teve tr�s gra�as alcan�adas. Quando era crian�a, Maria do Carmo sofria convuls�es e diz que foi curada gra�as a uma promessa que a m�e dela fez ao religioso. Mais tarde, j� adulta, ela se casou e teve um filho com o mesmo problema. Foi a vez de ela pr�pria fazer a promessa. “Ele teve convuls�es at� os 11 anos e elas desapareceram. A m�dica ficou impressionada”, garante.
RELATOS Entre os romeiros que chegaram para participar da prociss�o at� a Capela da Faxina, local em que o futuro beato parava para descansar em seus descolamentos pelos arredores do munic�pio, estava Pl�nio Pieve, de 38, empres�rio. Ele acompanha a prociss�o noturna de seis quil�metros, que se encerra com uma missa �s 6h, na Capela da Faxina, h� oito anos. “Em fevereiro fui � praia, e estava me afogando. Pedi ajuda ao Padre Victor para me tirar de l�. A�, veio uma onda mais forte e me jogou na areia”, emociona-se. Em seguida, ele entre na fila para a capela. L� dentro, estende a m�o e toca a enorme cruz de madeira do altar e fecha os olhos, agradecendo por ter sido ouvido.
