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Estado de Minas

Inc�ndio no maior albergue de BH deixa 200 pessoas desabrigadas

Parte das vagas foi remanejada e n�o h� prazo para reabertura da �rea afetada


postado em 02/10/2015 06:00 / atualizado em 02/10/2015 08:05

O fogo, cuja causa ainda não foi determinada, destruiu móveis e parte da estrutura física de dois andares do abrigo, que foram interditados(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
O fogo, cuja causa ainda n�o foi determinada, destruiu m�veis e parte da estrutura f�sica de dois andares do abrigo, que foram interditados (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Um inc�ndio por volta das 6h de ontem causou p�nico em centenas de moradores em situa��o de rua que pernoitaram no Tia Branca, o maior albergue de Belo Horizonte, com 400 vagas – 366 pessoas dormiram no lugar, mas algumas j� haviam sa�do quando as labaredas come�aram. Ningu�m se feriu, todavia, assustados, abrigados se refugiram no telhado e improvisaram teresas – cordas feitas com len��is – para chegar ao solo.

A Pol�cia Civil investiga a origem das labaredas, que come�aram no �ltimo pavimento do im�vel, na Rua Conselheiro Rocha, no Bairro Floresta, na Regi�o Leste. O fogo ainda danificou o segundo pavimento. M�veis foram destru�dos e parte da estrutura f�sica foi consumida pelas chamadas. Os dois andares est�o interditados.

Excepcionalmente, na noite de ontem, 100 pessoas foram acomodadas no primeiro andar. Outros 100 foram encaminhados para o Albergue S�o Paulo, no Primeiro de Maio, na Regi�o Norte – o transporte foi garantido pelo munic�pio. Portanto, o inc�ndio reduziu a quantidade de leitos dispon�veis em 200 vagas.

Vale lembrar que o universo da popula��o em situa��o de rua (cerca de 2 mil pessoas) � maior que o de leitos dispon�veis em abrigos (aproximadamente 1 mil vagas). Segundo a Secretaria Municipal Adjunta de Assist�ncia Social (SMAAS), outros 200 leitos do Tia Branca ser�o remanejados hoje para outros abrigos.

A prefeitura n�o informou quando o segundo e o terceiro pavimentos do Tia Branca devem ser reabertos. Ontem, no primeiro andar, o jantar foi servido a todos que bateram �s portas do abrigo, como o capixaba Luiz Carlos Sp�ndola, de 54 anos. “Vi o fogo e sa� correndo. Fiquei assustado”, recorda o homem.

"Vi o fogo e sa� correndo. Fiquei assustado", Luiz Carlos Sp�ndola, capixaba, de 54 anos (foto: Paulo Henrique Lobato/EM/D. A Press )
Ele deixou Vit�ria, h� uma semana, na esperan�a de conseguir uma vaga no mercado formal de trabalho. Pelo mesmo motivo, Edmar Iran, de 37, deixou Montes Claros, no Norte de Minas, h� seis meses. “Ainda n�o consegui, mas n�o perco a esperan�a”. Ele estava dormindo quando o inc�ndio come�ou. Desesperado, saiu pela janela. “Voc� tinha que ver o fuma��o”.

Homens que retornaram ao abrigo no in�cio da noite, atr�s da refei��o e da esperan�a de conseguir uma vaga em outro abrigo, relataram cenas de desespero. �nderson Vieira, de 43, contou que o medo foi tanto que ele derrubou uma porta para conseguir chegar � Rua Conselheiro Rocha.

Horas depois, j� calmo, cobrou dos governantes brasileiros melhorias nas pol�ticas p�blicas: “Meti o p� na porta. Escreve a� que, enquanto a gente trabalha e paga impostos, eles est�o na mordomia, gastando errado o nosso dinheiro”. �nderson trocou a cidade hist�rica de Mariana por Belo Horizonte, h� duas d�cadas, em busca de uma vida melhor.

Seu colega Cleverson Silva, de 54, deixou a cidade vizinha Contagem e encontrou abrigo no Tia Branca, como diz, “h� uma boa temporada”. Ele tamb�m estava no abrigo durante o inc�ndio. “Voc� tinha que ver. Ainda bem que a gente n�o se feriu”.

Mais pessoas vivem na rua

A chamada popula��o em situa��o de rua em BH cresceu 57% em 10 anos, atingindo 1.827 homens e mulheres em 2013, ano-base do terceiro e �ltimo censo exclusivamente sobre o assunto. Problemas familiares (52% das respostas) s�o o principal motivo que levaram essas pessoas a deixarem seus lares. Em seguida, o �lcool ou drogas il�citas (43,9%).

Mas a falta de moradia (36,5%) e o desemprego (36%) tamb�m foram relatados pelos entrevistados. A soma dos percentuais supera os 100% em raz�o de as pessoas responderem mais de uma op��o.

Quase a metade (44,8%) passa o dia e a noite em bairros da Regi�o Centro-Sul. Depois, aparecem as zonas Norte (15,6%), Nordeste (9,3%) e Pampulha (9,2%). As demais �reas da cidade apresentaram �ndice inferior a 6%.

O levantamento apurou que 43,4% dormem nos abrigos municipais. A maioria (94%) informou aos pesquisadores a vontade de encontrar um lar. Segundo o estudo, 64,2% vieram do interior de Minas Gerais. Uma estat�stica curiosa: 12% trabalham com carteira assinada.

Essa popula��o � formada, predominantemente, por homens (86,8% dos entrevistados). A idade m�dia � de 39,6 anos. Esse dado comprova o envelhecimento dos moradores em situa��o de rua na capital, segundo a prefeitura.

Apenas 5,9% dos entrevistados vivem na companhia de parentes. Em 1998, no primeiro censo, tal percentual era de 24,8%. Na segunda edi��o, 13,6%.








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