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Estado de Minas

Trabalhadores do transporte p�blico e popula��o relatam cotidiano de tens�o

Motoristas, cobradores e passageiros de �nibus s�o intimidados diariamente pela a��o de usu�rios que n�o pagam tarifa e a amea�a constante de roubos nos ve�culos e nos pontos


postado em 02/10/2015 06:00 / atualizado em 02/10/2015 07:54

Maria Aparecida e a mãe Marsélia Eustáquia foram vítimas de furto em coletivo, situação vivida por mais de 2 mil pessoas até agosto(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Maria Aparecida e a m�e Mars�lia Eust�quia foram v�timas de furto em coletivo, situa��o vivida por mais de 2 mil pessoas at� agosto (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Os passageiros que n�o passam pela roleta – e n�o pagam a passagem – s�o chamados de "cerol" pelos motoristas e trocadores. "Quando � cerol eu deixo ir embora. Vou fazer o qu�?", questiona um motorista da linha 9250 (Caetano Furquim-Nova Cintra), considerada a mais violenta da capital mineira. A cobradora da mesma linha relata que, ao exigir a passagem de um usu�rio que n�o passava a roleta, escutou como resposta: "Vou ali no Centro assaltar umas pessoas. Quando voltar, eu te pago".

“O motorista e o cobrador n�o podem fazer nada. Ficam vulner�veis demais”, afirma o chefe dos fiscais da linha 1502 (Vista Alegre-Guarani), Evandro Jos� de Souza. Na manh� de ontem, um dos fiscais chefiados por Evandro foi assassinado ap�s desentendimento com um passageiro que se negou a pagar a passagem.

Evandro explica que os fiscais trabalham sempre em dupla e seguem um procedimento. Primeiro, ap�s entrarem no �nibus, avisam que todos os passageiros que n�o passaram pela roleta devem pagar pela viagem. Aqueles que se negam s�o, nas palavras de Evando, convidados a descer. “Se ele n�o quiser descer, chamamos uma viatura da pol�cia”, explica o chefe dos fiscais. O turno de trabalho � de 6 horas, o sal�rio, de R$ 880, e o que sobra � apenas o medo.“Todo dia saio para trabalhar e n�o tenho certeza se voltarei para casa”, lamenta Evandro.

Janaína Simão teve a bolsa roubada em ponto de ônibus no Centro(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Jana�na Sim�o teve a bolsa roubada em ponto de �nibus no Centro (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O medo atravessa as roletas dos �nibus e intimida os passageiros. A publicit�ria Maria Aparecida de Souza j� foi furtada, quando estava subindo no �nibus, junto da m�e, Mars�lia Eust�quia de Souza, no Bairro Serra, na Regi�o Centro-Sul, situa��o vivida por mais de 2 mil pessoas at� agosto. “Estava com meu 13º sal�rio na bolsa e perdi tudo, com todos os documentos”, recorda Maria. Depois da perda, ela passou a tomar v�rios cuidados. Maria conta que anda com o cart�o de �nibus na m�o, para n�o abrir a bolsa na rua, e deixou de andar com tal�o de cheques e todos os documentos.

O banc�rio Mauro Gabriel tamb�m mudou o comportamento ap�s presenciar um roubo. “Estava sentado e a menina ao meu lado falava no celular ,quando uma pessoa na rua colocou a m�o pela janela e tomou o aparelho dela”, relata o banc�rio. Depois de assistir ao roubo – e levar um susto com o grito da garota –, ele agora toma cuidado e n�o usa o celular quando est� perto da janela.

O risco para os usu�rios do transporte coletivo n�o est� apenas dentro do �nibus. A estudante Jana�na Sim�o foi assaltada na Avenida Alfredo Balena, �s 22h, quando aguardava o �nibus para ir para casa. “N�o tinha ningu�m no ponto, e o ladr�o chegou gritando e me assustando. Levou a bolsa inteira, com celular e todos os documentos”, relata Jana�na, que segue correndo risco diariamente, pois n�o tem outra op��o de �nibus.

TRECHO DO MEDO
Em mar�o, o Estado de Minas publicou reportagem mostrando que os usu�rios e funcion�rios da linha 9250 eram alvos constantes de assaltos. O trecho mais perigoso � entre o Chevrolet Hall, na Avenida Nossa Senhora do Carmo, na Savassi, e pr�ximo ao BH Shopping, no Bairro Belvedere, Centro-Sul de Belo Horizonte. Nos pontos, pululam relatos de pessoas que foram assaltadas dentro do �nibus nesse trecho.

O atendente de telemarketing, Guilherme Moreira, conta que sua irm� foi assaltada a caminho do trabalho, no Bairro Belvedere, onde trabalha como bab�. “Entraram tr�s pessoas, renderam o cobrador e foram muito violentas. A minha irm� levou dois tapas na cara”, diz, indignado, Guilherme. Os assaltantes disseram que n�o roubariam os trabalhadores e pouparam as outras bab�s, que estavam vestidas de branco, que n�o era o caso da irm� de Guilherme.

A estudante Ana Lu�za Pereira tamb�m conta a hist�ria de um amigo que estava a caminho do BH Shopping e foi v�tima de um arrast�o que n�o poupou ningu�m. "Levaram o celular e o dinheiro dele", relata.


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