Por volta das 12h30, hor�rio marcado para o come�o da manifesta��o, poucas pessoas chegavam � Rua Pernambuco, entre a Avenida Get�lio Vargas e Rua Tom� de Souza. Passados 30 minutos, a fonte local j� estava tomada de manifestantes, alguns com roupa de banho at� com boia. O comerciante Leonardo Souza, que tem um restaurante no quarteir�o, considerou positivo o ato. “Toda ocupa��o urbana � boa, desde que organizada”, disse Souza, admitindo que a falta de banheiros qu�micos poderia ser um problema.
A vendedora Karolune Ang�lica, de 19 anos, foi cr�tica em rela��o aos manifestantes. “Acho que � uma exposi��o exagerada. Se querem o ocupar o espa�o, que busquem outras formas mais adequadas. Mas aqui n�o � o espa�o para se refrescar em trajes de banho. Deviam ter ido para um clube ou para uma praia”, sugeriu.
O casal de professores Maur�cio Krieger, de 48, e Lussandra, de 40, acostumado a passear com a filha de dois anos na Savassi, apoiou a manifesta��o. “Sou favor�vel a essa ocupa��o. BH n�o tem �reas de lazer”, pontuou Maur�cio. “Como protesto, acho v�lido, pois a cidade � carente de espa�os abertos ao p�blico”, completou Lussandra.
No melhor da praia improvisada, pouco depois das 15h, alguns minutos de apreens�o. O sistema de fontes foi desligado e houve quem pensasse em uma a��o da administra��o municipal para acabar com a manifesta��o. Mas logo a �gua voltou a jorrar e os participantes, debaixo de um sol forte, protestaram e se banharam � vontade.
A Pol�cia Militar acompanhou tudo de longe. Policiais em motocicletas e em uma viatura chegaram � pra�a e permaneceram por pouco mais de meia hora. Como o clima era de total tranquilidade, acabaram se retirando.
NORMALIDADE Ed Marte, de 47, integrante do movimento Praia da esta��o, considerou a ocupa��o algo normal. “Estamos aqui, aproveitando esse espa�o para nos divertirmos e nos refrescarmos. As pessoas precisam usar mais os espa�os p�blicos da cidade”. Professora de m�sica, Pabs Andrade, de 20, tamb�m participante de movimentos sociais, comemorou o encontro, que de acordo com os organizadores teve mais de 500 pessoas. “Estamos festejando a ocupa��o desse importante espa�o p�blico”. O major Jos� Domiciano, do 1º Batalh�o da PM, estimou um p�blico de 300 pessoas. Segundo ele, n�o foi necess�rio refor�o policial, tendo sido realizado apenas um esquema de patrulhamento de rotina.
Depois de algumas horas na fonte da Rua Pernambuco, o grupo se dirigiu para Rua Ant�nio de Albuquerque, onde ocorreu um carnaval tempor�o. Um caminh�o-pipa, que, segundo o funcion�rio da empresa, foi contratado pelos organizadores da manifesta��o, tratou de despejar mais 10 mil litros de �gua para refrescar os participantes. Nas outras tr�s fontes, grupos menores tentavam fugir do calor. No quarteir�o da Pernambuco, entre Get�lio Vargas e Fernandes Tourinho, a manifesta��o era de solidariedade. Uma casa noturna organizou show com bandas e Djs para arrecadar brinquedos para crian�as carentes.