Funda��o comemora reconhecimento de acervo documental de BH pela Unesco

Enquanto aguardam a decis�o sobre a candidatura do conjunto arquitet�nico modernista da Pampulha, os mineiros j� podem comemorar um t�tulo de patrim�nio da humanidade para Belo Horizonte, cujo resultado ser� divulgado em junho do ano que vem pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, Ci�ncia e Cultura (Unesco). O presidente da Funda��o Municipal de Cultura (FMC), Le�nidas Oliveira, informou ontem que o Acervo da Comiss�o Construtora da Nova Capital, compreendendo 4 mil documentos datados de 1890 a 1903, foi aceito para integrar o Programa Mem�ria do Mundo, da Unesco, que re�ne os principais documentos da hist�ria mundial. A entrega do t�tulo ao prefeito Marcio Lacerda ocorrer� em 10 de dezembro, no Rio de Janeiro.

“Estamos muito satisfeitos, pois o t�tulo de patrim�nio documental do mundo, j� conquistado por cidades como Paris, na Fran�a, e Nova York, nos Estados Unidos, dar� mais visibilidade internacional a Belo Horizonte, uma cidade republicana, positivista, dona de vasto e rico conjunto de mapas, plantas, cadernetas de campo, recibos, fotografias, relat�rios t�cnicos e outros registros em �timo estado de conserva��o e disponibilizado ao p�blico”, afirmou Le�nidas. Ele destacou que o acervo laureado pertence ao Arquivo P�blico da Cidade de Belo Horizonte (APCBH) e ao Museu Hist�rico Ab�lio Barreto (MHAB), ambos vinculados � FMC, e ao Arquivo P�blico Mineiro (APM), da Secretaria de Estado da Cultura.

Na tarde de ontem, na sede do Arquivo P�blico de BH, no Bairro Floresta, na Regi�o Leste, o diretor da institui��o, Yuri Mesquita, apresentou alguns dos “tesouros” destacados por especialistas da Unesco. � mostra, plantas topogr�ficas das terras desapropriadas no antigo Curral del-Rey para dar origem � capital, inaugurada em 12 de dezembro 1897, como a planta cadastral da Cidade de Minas, primeiro nome da nova cidade, a representa��o da Fazenda do Cercadinho, onde hoje est� o Bairro Buritis, na Regi�o Oeste, e do terreno da antiga Fazenda do Calafate.

“Essas s�o as plantas de desapropria��o das terras, com os rios e ribeir�es, como o Arrudas e o Acaba Mundo, os solos, e os estudos t�cnicos bem detalhados. Todo esse material abre portas para interc�mbios com institui��es de outros estados e pa�ses”, afirmou Yuri, ao lado do superintendente do Arquivo P�bico Mineiro, Thiago Veloso Vitral, e da diretora do Museu Ab�lio Barreto, C�lia Regina Ara�jo Alves. Vitral explicou que, al�m da import�ncia dos documentos para a humanidade, a Unesco leva em considera��o o cuidado, a preserva��o e o acesso do p�blico a eles. Os interessados podem fazer a consulta nos locais ou nos endere�os eletr�nicos www.comissaoconstrutora.pbh.gov.br e www.siaapm.cultura.mg.gov.br.

“Al�m da import�ncia para a hist�ria de Minas e do Brasil, os documentos s�o de interesse para a ci�ncia, pela adapta��o de t�cnicas de planejamento e constru��o; para a arquitetura e paisagismo, devido ao projeto urban�stico e paisag�stico; e para a hist�ria da Rep�blica brasileira, sobretudo no que se refere ao seu projeto simb�lico e civilizacional de preceitos higienistas e racionalistas”, ressaltou o diretor do Arquivo de BH.

RECIBOS O presidente da Funda��o Municipal de Cultura se mostrou orgulhoso ao citar documentos fundamentais nessa hist�ria, como o recibo do pagamento � comiss�o construtora de BH, chefiada pelo engenheiro e urbanista Aar�o Reis (1853-1936), com os selos e a grafia elegante em caneta-tinteiro. E tamb�m fotos da comiss�o construtora posando com a planta de BH, dividida em �reas urbana e suburbana. “Temos o material da concep��o, da constru��o e dos primeiros tempos. Depois de Aar�o Reis, a comiss�o construtora foi comandada por Francisco Bicalho”, acrescentou Yuri. A import�ncia do Acervo da Comiss�o Construtora da Nova Capital, de natureza arquiv�stica para a hist�ria, cultura e sociedade brasileiras, j� tinha sido atestada em 2015, quando foi registrada como patrim�nio municipal pelo Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural de Belo Horizonte.

“A FMC mant�m em sua pol�tica de salvaguarda do patrim�nio cultural de BH a vertente de internacionaliza��o de seus acervos, sejam eles materiais ou imateriais. Assim, foram iniciados dois processos de candidatura a patrim�nio mundial: o primeiro, o Conjunto Moderno da Pampulha, em pleno desenvolvimento, e o segundo, o Acervo da Comiss�o Construtora da Nova capital, agora reconhecido”, completa Le�nidas Oliveira.

Rico e variado
O programa da Unesco tem a finalidade de identificar os mais importantes documentos de registro da hist�ria mundial. Com o reconhecimento do organismo, eles passam a ter valor de patrim�nio documental da humanidade, ganhando reconhecimento internacional. Os documentos que integram o Acervo da Comiss�o Construtora da Nova Capital, que deram origem � cidade de Belo Horizonte, foram selecionados para integrar o Memory of the World. A cole��o est� em poder da Prefeitura de Belo Horizonte, via Funda��o Municipal de Cultura, guardada e preservada no Arquivo P�blico da Cidade, que completar� 25 anos em 2016, e no Museu Hist�rico Ab�lio Barreto, al�m de parte no Arquivo P�blico Mineiro.