O delegado Paulo Queiroz Ferreira, da delegacia de Passos, ouviu nesta sexta-feira tr�s faxineiras que foram v�timas de inj�ria dentro da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Em depoimento, as v�timas relataram que foram xingadas por estudantes enquanto limpavam o corredor da institui��o no hor�rio de intervalo das aulas. Uma das funcion�rias foi chamada de macaca. As estudantes envolvidas est�o sendo investigadas por inj�ria qualificada. Se condenadas, podem pegar at� tr�s anos de pris�o, al�m do pagamento de multas.
Foi neste momento em que come�ou a discuss�o entre as funcion�rias e as estudantes. As mulheres contaram ao delegado que uma delas chamou uma das universit�rias de chata. “Uma das alunas ouviu e contou para a estudante que era alvo da mulher. Ela voltou, pressionou a faxineira contra a parede e perguntou pelo nome dela. Como ningu�m respondeu, xingou as faxineiras de vacas, biscates e uma delas de macaca”, conta o delegado.
De acordo com Paulo Ferreira, a estudante acusada das ofensas teve que sair escoltada da universidade depois do fato. Al�m disso, vem sofrendo retalia��es na cidade. Na pr�xima semana, testemunhas do caso ser�o ouvidas. Depois disso, as estudantes envolvidas na discuss�o tamb�m v�o prestar depoimento. O caso est� sendo investigado por inj�ria qualificada. O delegado pretende encerrar o inqu�rito dentro de duas semanas e encaminhar para a Justi�a.
Em nota, a UEMG afirmou que repudia qualquer pr�tica de discrimina��o, racismo ou intoler�ncia. Disse, ainda, que foi instaurada sindic�ncia para apurar a ocorr�ncia, cabendo � unidade realizar as puni��es cab�veis, conforme o regimento da Universidade. A institui��o afirmou que j� solicitou que as funcion�rias e as testemunhas sejam ouvidas sobre o ocorrido.
Manifesta��o
Rapidamente o caso repercutiu na faculdade. Na ter�a-feira um grupo de estudantes se uniu em uma manifesta��o. Com cartazes e at� instrumentos musicais, aproximadamente 200 pessoas fizeram um ato dentro da universidade e depois sa�ram para as ruas. “O Coletivo SoulVoz repudia o ato de racismo que aconteceu dentro do campus da Universidade Estadual de Minas Gerais – Campus de Passos e exige que o caso seja investigado, que a aluna respons�vel pela ofensa e ataque �s funcion�rias da institui��o seja devida punida e que seja oferecida �s funcion�rias da �rea servi�os gerais toda a assist�ncia necess�rio. O movimento negro passense acompanhar� de perto o desenrolar desse processo. Nossa voz n�o ser� silenciada. Nossa luta continua dentro e fora da Universidade”, comentou o SoulVoz, de Passos, que se define grupo que discute e luta contra as m�ltiplas formas de opress�o atrav�s do interc�mbio cultural.