Funcion�rios e donos de empresas e lojas ao longo da Avenida Vilarinho, na Regi�o de Venda Nova, fazem os c�lculos dos preju�zos provocados pelo temporal de ter�a-feira. A �gua invadiu os estabelecimentos e, al�m de deixar um rastro de sujeira, danificou equipamentos eletr�nicos e m�veis. Em uma autoescola, carros foram arrastados. Uma cl�nica oftamol�gica vai ficar fechada para a limpeza e mais de 100 pacientes v�o perder consulta.
A enxurrada que se formou na avenida e arrastou mais de 60 ve�culos, al�m de deixar pessoas ilhadas, assustou at� mesmo quem j� est� acostumado com alagamentos na regi�o. Alexandre da Silva Almeida, 35 anos, � dono da Autoescola Raio de Luz, localizada no n�mero 66 h� 14 anos. Ele diz que durante o temporal muitas pessoas ficaram amendrontadas. "No desespero, vi gente subindo em �rvore. Foi a pior enchente que vi aqui, apesar que todo ano termos problemas menores", comentou.
A �gua entrou no estabelecimento de Alexandre e atingiu a marca de 50 cent�metros, o que danificou equipamentos. "Quatro carros, sendo dois da autoescola, um meu e outro de um funcion�rio, foram danificados pela chuva. Tivemos que correr atr�s de um deles, no meio da enchente, para segurar. Depois que a �gua abaixou, conseguimos trazer de volta. Um computador estragou, assim como uma impressora. Hoje, n�o estou conseguindo entrar no sistema do Detran (Departamento de Tr�nsito de Minas Gerais)", conta o empres�rio.
O dono da autoescola comenta que o temporal pegou v�rias pessoas de surpresa. "O que chamou a aten��o � que n�o senti uma chuva pesada exatamente aqui. Tanto � que ningu�m se preocupou em retirar os carros da via, porque n�o era um temporal forte. Acho que choveu na regi�o de Neves e outros bairros. A Vilarinho come�ou a encher de uma vez e n�o deu tempo de retirar os carros", disse.
Em outro ponto da avenida, os preju�zos s�o vis�veis. Funcion�rios da Cl�nica Oftamol�gica Rui Marinho, localizada no n�mero 901, chegaram para trabalhar nesta manh� e se depararam com a lama e a �gua at� mesmo dentro dos consult�rios. O local ficar� fechado para a limpeza at� quinta-feira. De acordo com a gerente administrativo Poliana Monteiro, de 30 anos, quatro agendas foram fechadas, o que totaliza o cancelamento do atendimento de 130 pacientes.
Uma equipe foi montada pela Prefeitura de Belo Horizonte para fazer um levantamento dos danos na Regi�o de Venda Nova por causa da chuva. "Estamos fazendo uma abordagem de casa em casa e de com�rcio a com�rcio para avaliarmos os danos. S�o mais de 120 pessoas envolvidas de v�rios �rg�os", explica o Leonardo Barros, secret�rio adjunto da Regional Venda Nova.
Sobre a inunda��o, Barros afirmou que ainda ser� feito um levantamento para detectar se houve algum problema de escoamento. Por�m, ressaltou que o grande volume de chuva pode ter causado os problemas. "Neste momento, estamos na repara��o de danos e fazendo limpeza das vias e bocas de lobo para depois fazer uma an�lise aprofundada. Temos que ressaltar que de ontem at� hoje choveu 80 mil�metros. Somente em um per�odo de duas horas, foram 50 mil�metros, uma m�dia muito superior � m�dia hist�rica", disse.
Danos no pavimento
A for�a da enxurrada na Avenida Vilarinho, al�m de arrastar carros, danificou o pavimento da via e de ruas pr�ximas. Entre as Ruas Efig�nia de Castro Belfort e Edgar Torres, placas grandes de asfalto se soltaram e deixaram buracos na pista. Cones foram colocados nos locais para evitar acidentes.
Limpeza
Desde as 7h, funcion�rios da Secretaria de Administra��o da Regional fazem a limpeza da via. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, mais de 100 homens trabalham nas avenidas Vilarinho e �lvaro Camargos. Eles tamb�m far�o uma vistoria para avaliar os danos provocados pela chuva. O tr�nsito � lento na regi�o por causa da opera��o.
Durante a noite, tr�s reboques da BHTrans trabalharam na remo��o dos ve�culos arrastados pela �gua. Apenas um carro que foi levado pela enxurrada continuava na via nesta manh�. De acordo com a Defesa Civil Municipal, o volume de chuva registrado na capital em 40 minutos foi de 57 mil�metros, o equivalente a 46% do esperado para todo o m�s de outubro. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, t�cnicos j� haviam realizado a vistoria e limpeza das bocas de lobo da regi�o, mas por causa do grande volume de chuva, o escoamento n�o foi suficiente para evitar o alagamento. As equipes v�o vistoriar os locais novamente e far�o a limpeza e recupera��o das �reas danificadas.
O temporal mobilizou equipes da Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e Pol�cia Militar, que passaram a noite de ter�a-feira tentando atender as ocorr�ncias. Os preju�zos e sustos n�o foram apenas na Avenida Vilarinho. No Bairro Anchieta, na Regi�o Centro-Sul, pessoas ficaram ilhadas e foram resgatadas pelos bombeiros. Na mesma regi�o, uma quadra poliesportiva ficou alagada.
Em Ribeir�o das Neves, na Grande BH, um galp�o de embalagens foi danificado pela tempestade. Ningu�m ficou ferido. De acordo com o Corpo de Bombeiros, desde as 17h de ter�a-feira foram atendidos 12 chamados de quedas, corte e vistoria de �rvores, resgate de oito pessoas ilhadas e cinco inunda��es.