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Estado de Minas

Jovem que viu namorado ser morto e foi estuprada por assaltante d� detalhes do crime

Homem � morto com seis tiros no mirante do Parque do Rola-Mo�a. V�tima de viol�ncia sexual, a namorada sobrevive ao ser jogada em precip�cio. N�o h� pistas do criminoso


postado em 30/10/2015 06:00 / atualizado em 30/10/2015 08:01

O ataque ocorreu no início da madrugada de ontem, num local ermo da área de preservação, em Brumadinho: ponto não dispõe de câmeras (foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
O ataque ocorreu no in�cio da madrugada de ontem, num local ermo da �rea de preserva��o, em Brumadinho: ponto n�o disp�e de c�meras (foto: Euler J�nior/EM/DA Press)

Assassinato, tentativa de morte, viol�ncia sexual. O passeio de um jovem casal em um mirante no Parque Estadual do Rola-Mo�a, a poucos quil�metros da entrada do distrito de Casa Branca, em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, teve um fim tr�gico no in�cio da madrugada de ontem. Surpreendido por um homem armado, o t�cnico em telefonia e TV a cabo William Avelino Souza, de 30 anos, ainda tentou reagir, mas acabou morto com seis tiros. O criminoso em seguida estuprou a namorada de Souza, a operadora de caixa D.K.S.M., de 20. E, depois de cometer a viol�ncia sexual e agredir a jovem com pux�es de cabelo, tapas no rosto e mordidas, ele a esganou at� que ela perdesse os sentidos. Na sequ�ncia tentou mat�-la, a jogando desacordada no precip�cio.


Mesmo com o nariz quebrado, o pulso e o ombro deslocados e escoria��es por todo o corpo, D. despertou e conseguiu for�as para escalar o barranco. Ao retornar ao carro do namorado, um Peugeot 206 cinza, ela ainda tentou socorr�-lo, mas ele acabou morrendo no banco do motorista. Como o celular dela e de Souza haviam sido levados pelo assaltante, ela resolveu ir em busca de socorro. Andou por cerca de quatro quil�metros em dire��o � portaria do parque, at� ser encontrada por policiais que estavam na viatura do tenente Juarez Ant�nio da Silva, do 48º Batalh�o da PM.

“Est�vamos rastreando uma ocorr�ncia de roubo no distrito e deparamos com o Peugeot atravessado na estrada, no mirante da Serra. Dentro do carro havia o corpo de um jovem com marcas de tiros”, contou o policial.

Ainda segundo o tenente Juarez, eles estavam no local do crime, quando se aproximou um homem em um ve�culo e avisou que havia uma garota, aparentemente machucada, pedindo ajuda mais � frente na estrada. “A jovem estava muito abalada e nos contou o que aconteceu. Que ela e o namorado chegaram ao mirante por volta da meia-noite e l� j� havia um carro estacionado. Quando eles resolveram ir embora, um desconhecido se aproximou do ve�culo deles e anunciou o assalto”, detalhou o militar. A jovem informou que no momento da abordagem o namorado se assustou. Ele ligou o carro e chegou a arrancar, mas o assaltante atirou v�rias vezes.

Baleado, Souza perdeu o controle do carro e bateu numa mureta de pedra. O assaltante se aproximou novamente do ve�culo, retirou D. pelos cabelos e a levou para o outro lado, onde a mandou tirar toda a roupa e a estuprou. Todo o tempo, o homem manteve a arma apontada para a cabe�a da v�tima. Ap�s a viol�ncia sexual o criminoso tentou matar a jovem, apertando seu pesco�o at� que ela desmaiasse. Em seguida, a jogou no precip�cio.


D. estima que tenha recobrado a consci�ncia alguns minutos depois da queda. Ela contou que s� pensava no namorado e que precisava escalar o barranco para tentar salv�-lo. Segundo ela, estava muito escuro e com muita neblina. “Enquanto eu subia, eu acabei escorregando e bati a cabe�a. Mas sabia que tinha de ter for�a para escalar. Lembro que quando entrei no carro, o rel�gio marcava 1h25. O William estava desacordado, fiz de tudo para salv�-lo, mas ele n�o resistiu. Minha roupa e minhas m�os ficaram todas sujas com o sangue dele”, lembrou a jovem.

O tenente Juarez foi quem informou a fam�lia de D. e de William sobre o ocorrido. Por�m, no primeiro momento, o aviso era de que haviam sofrido um acidente. A irm� da jovem, a bombeira civil, D.C.S.M., de 25, e o marido dela, o estoquista G.L.S.N., 27, seguiram para o parque do Rola Mo�a para acompanhar os trabalhos dos policiais militares e dos peritos. Os dois lamentaram a morte de William e disseram que a jovem teve muita sorte. “Minha irm� viveu novamente. Agora, vamos ter de ficar ao lado dela, para ela superar todo esse terror que ela passou”, disse a irm�.

Ao tentar escapar, motorista se chocou contra a murada de pedras(foto: PMMG/Divulgação)
Ao tentar escapar, motorista se chocou contra a murada de pedras (foto: PMMG/Divulga��o)


LIBERADA A jovem atacada pelo assaltante foi socorrida pelo Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) e levada para o Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII (HPS). Ela tamb�m passou por exames na Maternidade Odete Valadores. Teve material colhido para futuro confronto de DNA e poss�vel identifica��o do agressor. Recebeu medicamentos contra gravidez, doen�as ven�reas e AIDS. � tarde, teve alta.

ENTREVISTA

D.K v�tima

“N�o tem explica��o toda essa crueldade”

Ainda muito abalada, D. tentava superar o trauma de ter visto a morte do namorado e em seguida ter sido v�tima de viol�ncia sexual.  “Ele manteve a arma apontada para a minha cabe�a todo o tempo. Me deu tapas no rosto, me mordeu. Ele foi cruel”, disse ao Estado de Minas, por telefone, enquanto aguardava a alta no HPS. Como o mirante do Parque do Rola Mo�a n�o tem ilumina��o, ela afirma que n�o conseguiu ver o rosto do criminoso.


Como foi a abordagem do assaltante?

Ele se aproximou do lado da janela do William e perguntou se ele estava sozinho. Ele mentiu, tentando me proteger e disse que estava s�. Nesse momento, o bandido o mandou sair e disse que era uma assalto. N�o consegui ver o rosto dele. Estava muito escuro. S� sei que ele era bem magro.

E qual foi a rea��o do seu namorado?


Ele se assustou. Ligou o carro e arrancou. Mas o bandido atirou v�rias vezes. Depois que o carro bateu no barranco (murada), ele se aproximou. Me arrancou l� de dentro, me puxando pelos cabelos e disse que tudo o que iria fazer comigo era ordem do capeta.

Ele amea�ou te matar?

Ele manteve a arma apontada para a minha cabe�a todo o tempo. Me deu tapas no rosto, me mordeu, e depois de me estuprar apertou meu pesco�o com muita for�a at� eu desmaiar. Ele foi cruel. Matou meu namorado por nada, porque s� levou os nossos celulares. O William era um bom garoto. N�o bebia, n�o fumava, era trabalhador. N�o tem explica��o toda essa crueldade. Ele acabou com nossas vidas.

Como ficou? 

Serra do Cip�


Condenados por dupla morte


Em um crime muito semelhante ao que resultou na morte de William Avelino de Souza e no estupro de sua namorada, ontem � noite, em Brumadinho, em 3 de janeiro de 2014 os namorados Alexandre Werneck de Oliveira, de 46 anos, e L�via Viggiano Rocha Silveira, de 39, foram mortos por dois assaltantes na Serra do Cip�. As v�timas foram abordadas em um mirante e Alexandre foi o primeiro a morrer, assassinado a tiros. Em seguida, a dupla estuprou L�via e a executou. Os criminosos jogaram os corpos no Rio Santo Ant�nio. A pol�cia s� conseguiu localiz�-los cinco dias depois. Durante as investiga��es, Helton Moreira de Castro, de 19, e Marcos Magno Peixoto Faria, de 25, foram identificados como autores do duplo homic�dio. Os dois confessaram os assassinatos. Em 16 de setembro, a Justi�a sentenciou Helton a 48 anos de pris�o por latroc�nio, estupro e oculta��o de cad�ver. Marcos j� havia sido condenado em maio a 32 anos e 10 meses de pris�o em regime fechado pelos mesmos crimes.


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