"Vou continuar estudando, pois era o que a minha filhinha mais gostava de fazer". Foram com essas palavras que Pamela Rayne Fernanda de Sena, de 21 anos, m�e da menina Emanuelly Vit�ria Fernandes, de 5 anos, lembrou da filha. A crian�a morreu no rompimento de duas barragens da Samarco em Mariana, Regi�o Central de Minas, h� uma semana.
Pamela Dayane ainda n�o se recuperou da morte da filha e criou for�as para participar da reuni�o que decidiu o futuro escolar dos alunos das comunidades destru�das. Ela que est� hospedada em hotel de Mariana levou o filho Nicolas, de 3, que ainda n�o estuda. Ela se emocionou ao comentar que na segunda- feira sua filha n�o estar� mais em sala de aula com os seus colegas.
"Minha filha era muito estudiosa e eu planejava um outro futuro para ela. A vida dela era estudar, andar de bicicleta e brincar de boneca", lembrou a m�e, emocionada. "Ela estava toda animada com a formatura da primeira s�rie agora", disse.
Pamela n�o sabe como ser� o seu futuro. O marido dela est� internado no hospital de Santa B�rbara, na Regi�o Central do estado, onde aguarda uma cirurgia em um dos p�s ap�s sofrer fratura exposta. Rayne vai para uma casa alugada para receb�-lo quando ele tiver alta m�dica.
Gr�vida de tr�s meses, Pamela s� tem um desejo agora."Espero que seja uma menina", disse, com os olhos marejados, acariciando a barriga e j� tendo um motivo para voltar a sorrir.
COMO��O A morte de Emanuelly Fernandes, a Manu, como era chamada, emocionou os moradores de Bento Rodrigues. Ela foi arrastada pela lama de rejeitos de min�rio de ferro quando estava nos bra�os do pai, Wesley Pinto Izabel, de 22.
Ela foi encontrada nas margens de um rio em Ponte de Gama, a 100 quil�metros de Bento Rodrigues, cinco dias depois do desastre. A menina foi enterrada no cemit�rio de S�o Gon�alo, em Mariana.