(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Doa��es e ajuda �s v�timas da trag�dia em Mariana chegam de todo o pa�s

Volunt�rios deixam afazeres e suas casas para levar conforto e esperan�a aos atingidos pela cat�strofe de Mariana


postado em 16/11/2015 06:00 / atualizado em 16/11/2015 08:48

Luiz de Deus, que veio do Rio de Janeiro, ficou chocado com o que viu em Barra Longa e não mede esforços para limpar a sujeira(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Luiz de Deus, que veio do Rio de Janeiro, ficou chocado com o que viu em Barra Longa e n�o mede esfor�os para limpar a sujeira (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)

Mariana, Barra Longa e Governador Valadares –
A estudante do �ltimo per�odo de direito Michelle Gomes Martins, de 22 anos, n�o foi ao escrit�rio onde faz est�gio, na �ltima quinta-feira, em Belo Horizonte. Marina Bocelli Falconi, tamb�m moradora da capital, faltou �s aulas no curso t�cnico de meio ambiente em que est� matriculada. J� Luiz Carlos de Deus, de 50,  deixou o Rio de Janeiro h� uma semana. Eles s�o apenas tr�s de uma legi�o de volunt�rios que largaram seus afazeres por um ou mais dias para ajudar as v�timas do tsunami de lama da Samarco, que devastou o subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e Barra Longa, cidade vizinha ao munic�pio, e percorreu quil�metros de dist�ncia, afetando o abastecimento de �gua em Governador Valadores, no Vale do Rio Doce.


S�o homens e mulheres de diferentes regi�es do pa�s, classes sociais, credos, op��o sexual e ra�as. Todos, por�m, unidos para levar uma palavra amiga e pelo menos um pouco de conforto �queles que perderam parentes ou bens materiais com o rompimento das barragens do Fund�o e Santar�m, na �rea rural de Mariana, a 130 quil�metros de BH, na tarde de 5 de novembro. O desastre provocou como��o al�m das montanhas de Minas. E muita gente que mora longe da regi�o atingida pelos restos de min�rio n�o se conformou em ficar em casa.

Vitória Zuppo se comove com o sofrimento das pessoas e encontra força em Deus para seguir seu trabalho de apoio aos necessitados(foto: Rodrigo Clemente/EM/DA Press)
Vit�ria Zuppo se comove com o sofrimento das pessoas e encontra for�a em Deus para seguir seu trabalho de apoio aos necessitados (foto: Rodrigo Clemente/EM/DA Press)


Michelle, a estudante de direito, e sete amigos se mandaram para Barra Longa, a primeira cidade atingida pela lama, depois dos povoados da �rea rural de Mariana. Acostumados a manusear processos, eles enfiaram as m�os na lama. “Ajudamos no servi�o bra�al”, conta a jovem, acrescentando que o grupo arrecadou brinquedos e gal�es de �gua para os moradores da cidade cuja origem remonta ao in�cio dos anos 1700.


Em Mariana, os galp�es est�o lotados e, apesar de o prefeito Duarte J�nior agradecer e decretar o fim das doa��es, a solidariedade dos brasileiros n�o tem fim. Em frente ao Centro de Conven��es da cidade, a cada minuto, estacionam dezenas de carros, caminhonetes e caminh�es abarrotados com alimentos, roupas, produtos de higiene e �gua. O material doado chega de diversas regi�es do pa�s, como Porto Alegre, S�o Paulo, Bras�lia, Rio de Janeiro, entre outros. Somente ontem,  dois caminh�es com �gua sa�ram do munic�pio e foram para Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Ve�culos tamb�m seguem com mantimentos para os distritos atingidos pela lama de rejeitos que vazaram de duas barragens da Samarco.

Lucas Ramos viajou 300 quilômetros para doar 10 mil litros de água aos moradores de Valadares:
Lucas Ramos viajou 300 quil�metros para doar 10 mil litros de �gua aos moradores de Valadares: "A solidariedade � que acalma as pessoas" (foto: T�lio Santos/EM/DA Press)

ALEGRIA NA TRISTEZA A quantidade de materiais arrecadados ainda n�o foi contabilizada. Mais de seis caminh�es com mantimentos j� deixaram o Centro de Conven��es, onde est�o armazenados mais de 200 mil garrafas de �gua. Para separar todo esse material, volunt�rios se revezam durante o dia e a noite. Um deles � o mec�nico Alexander de Oliveira, de 41. “Gra�as a Deus, o povo brasileiro � excelente neste aspecto. Tem que aprender a votar, mas no quesito solidariedade � sensacional”, comentou. Mesmo em meio � trag�dia, ele demonstra alegria ao trabalhar para ajudar as v�timas do desastre. “� espetacular. N�o sei nem explicar o que estou sentindo”, completou.

A felicidade em ajudar tamb�m � estampada no rosto de quem chega com doa��es. Morador de Betim, na Grande BH, o t�cnico em eletr�nica, Alisson Fernandes Rom�o, de 38 chegou em uma caminhonete com 100 fardos de �gua mineral, com 12 garrafas em cada. “At� mesmo colegas que moram nos EUA mandaram dinheiro. O que � pouco para gente, � muito para quem est� nesta situa��o.”

Trag�dia e f�: "Deus n�o nos abandonar�"


AL�VIO Em meio ao desabastecimento que deixou cerca de 280 mil pessoas sem �gua em Governador Valadares, por conta da lama que interrompeu a capta��o no Rio Doce, a solidariedade de algumas pessoas levou um pouco de esperan�a aos bairros Santos Dumont e Porto das Canoas, na periferia da cidade. O caminh�o do empres�rio Lucas Muniz Ramos, de 34, chegou para aliviar o tormento. “Trouxe de S�o Jo�o do Manhua�u (Zona da Mata) uma doa��o de 10 mil litros de �gua pot�vel e 100 gal�es de 20 litros de �gua mineral. Nesse momento, � a solidariedade que acalma as pessoas”, afirmou o empres�rio, que viajou 300 quil�metros com a �gua.

Aux�lio de ex-dependentes

Barra Longa – A solidariedade tomou conta de Barra Longa, que tem casas isoladas por causa da lama de rejeitos. Mais de 200 pessoas de igrejas da capital mineira e volunt�rios de outros estados, como o Rio de Janeiro e S�o Paulo, ajudam a limpar os im�veis, distribuem doa��es e fazem um trabalho psicol�gico com as crian�as.

O corpo de volunt�rios � engrossado na cidade por ex-dependentes qu�micos. Alguns frequentavam as chamadas cracol�ndias, regi�es em onde o consumo de drogas ocorre � revelia do poder p�blico. “H� 13 ex-moradores de rua. A maioria era dependente do crack. Chegamos na ter�a-feira com cerca de 2 mil cestas b�sicas”, contou Ot�lio Moraes de Castro, pastor que atua no projeto Cristol�ndia, da Conven��o Batista Brasileira (CBB). Cl�udio Henrique, de 30 anos, � um ex-dependente qu�mico que deixou a capital mineira para descarregar alimentos para as fam�lias necessitadas em Barra Longa. “Era um farrapo. Morava na rua e frequentava a cracol�ndia. H� alguns meses, amparado na Cristol�ndia, minha vida mudou. Estou ajudando os necessitados aqui por ser grato a Jesus”.

Cláudio, que frequentava uma cracolândia, se fortalece ajudando(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Cl�udio, que frequentava uma cracol�ndia, se fortalece ajudando (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)

Com p� e enxada nas m�os, a estudante Vit�ria Zuppo, de 19, n�o demonstrou cansa�o. Ela saiu de Belo Horizonte na manh� de s�bado com outras 15 pessoas da Igreja Batista do N�cleo Santo Agostinho. “Quero levar o amor de Deus. Sou fraca e n�o aguento muito o peso da enxada, mas vejo o sofrimento dessas pessoas e Deus fala: vai que voc� consegue”, descreveu.

Os volunt�rios se depararam com cenas chocantes. A pra�a principal do munic�pio foi devastada pela lama. Casas e im�veis comerciais foram danificados. Muita gente perdeu todos os m�veis. O Rio Gualacho do Sul levou o rejeito de min�rio at� o do Pardo, matando centenas de peixes e esp�cies que viviam �s margens dos dois leitos, como capivaras.

A nova paisagem de Barra Longa machucou as vistas de Luiz Carlos, o carioca que deixou o Rio para ajudar fam�lias mineiras. “Cheguei na segunda-feira passada. O objetivo � trazer conforto.” (JHV/PHL)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)