(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

"� uma vis�o aterradora", diz educador ambiental sobre chegada de lama ao mar

Ap�s chegada da lama ao mar, trabalho � para isolar fauna e flora. Nove mil metros de barreiras feitas de lona 100% imperme�vel e fixadas no fundo do rio est�o sendo instalados em sentido longitudinal, na foz do Rio Doce, mas sem impedir a chegada dos rejeitos ao mar


postado em 22/11/2015 06:00 / atualizado em 22/11/2015 07:40

Ver galeria . 10 Fotos Gabriela Biló/Estadão Conteúdo ES
(foto: Gabriela Bil�/Estad�o Conte�do ES )

Depois de 16 dias aterrando os rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce, a enxurrada de lama e rejeitos de min�rio de ferro que vazou da barragem da mineradora Samarco, em Mariana, na Regi�o Central de Minas, chegou ao mar, nesse s�bado, por volta das 18h. Pescadores de Reg�ncia Augusta, distrito de Linhares (ES), onde fica a foz do Rio Doce, se apressaram em remover seus barcos do estu�rio e se uniram em uma manifesta��o com cerca de 100 pessoas ligadas � atividade, ao turismo e � prote��o das tartarugas marinhas que se reproduzem na regi�o.


Uma passagem para o mar havia sido aberta dias antes pela prefeitura local, j� que a foz tradicional do rio, que fica ao sul, estava assoreada e bloqueada. M�quinas e oper�rios a servi�o da mineradora intensificaram o trabalho de alargamento da passagem e posicionaram tamb�m barragens de boias para tentar direcionar a lama para longe da comunidade e diretamente para o mar, onde a esperan�a � de que o material seja dilu�do mais rapidamente. Ontem, decis�o da Justi�a Federal determinou que a empresa se esforce para acelerar a dispers�o dos poluentes.


“� uma vis�o aterradora. As pessoas aqui de Reg�ncia est�o revoltadas, principalmente os jovens, porque s�o envolvidos com a conserva��o ambiental que � parte de seu futuro aqui”, disse o educador ambiental Carlos Sangalia, do Projeto Tamar, de prote��o �s tartarugas marinhas. Na noite de sexta-feira, a Justi�a do Esp�rito Santo, em n�veis estadual e federal, chegaram � mesma conclus�o – ainda que haja d�vidas sobre qual delas tem compet�ncia para o assunto – sobre a lama, posicionando-se a favor de que a o material escoe o mais r�pido poss�vel pelo Rio Doce e atinja o mar, trazendo menor risco � flora e a fauna costeiras.

A controv�rsia ocorreu por que na quarta-feira a Justi�a Federal em Vit�ria concedeu decis�o em favor do Minist�rio P�blico Federal (MPF) em a��o civil p�blica que determinava que a Samarco impedisse a lama de atingir o litoral, sob pena de multa de R$ 10 milh�es. Na sexta-feira, a Vara da Fazenda P�blica, Registros P�blicos e Meio Ambiente de Linhares, da Justi�a Estadual, determinou que a empresa deveria utilizar de todos os m�todos para fazer com que a lama n�o ficasse retida e flu�sse em dire��o ao mar, como preconizaram o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) do Esp�rito Santo, e do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBIO). Se n�o o fizesse, a multa seria de R$ 20 milh�es e mais R$ 1 milh�o por dia de descumprimento.


No mesmo dia, o juiz federal Rodrigo Reiff Botelho recebeu da Samarco um pedido de liminar para cancelar a a��o que determinava o barramento da lama, em oportunidade em que a empresa apresentou seu plano de recupera��o e mitiga��o dos efeitos do vazamento. Com isso, o juiz declarou que n�o determinou barramentos no rio e sim resguardava a prote��o aos ecossistemas, admitindo que a passagem da lama seria inevit�vel, mas poderia ser menos danosa. Afirmou tamb�m, que a Justi�a Estadual � incompetente para julgar esse m�rito, por ser o Doce uma bacia federal.


A Samarco anunciou, ap�s a decis�o da Justi�a, o monitoramento do avan�o da enxurrada de lama por meio de c�meras instaladas em um bal�o. O equipamento far� varreduras na parte Sul da foz do Rio Doce, no distrito de Reg�ncia Augusta, at� o povoamento dessa regi�o, no munic�pio de Linhares. O bal�o leva c�meras de sensor triplo, capazes de produzir imagens em alta resolu��o e tempo real, dia e noite, permitindo acompanhar e mapear a regi�o, com coordenadas georreferenciadas.


Para isolar a fauna e a flora que vivem no entorno nas duas margens do rio e em algumas ilhas localizadas no estu�rio, 9 mil metros de barreiras feitas de lona 100% imperme�vel e fixadas no fundo do rio est�o sendo instalados em sentido longitudinal, mas sem impedir a chegada dos rejeitos ao mar. As barreiras variam de 60 cent�metros a  at� 2,1 metros de altura, adaptadas de acordo com a profundidade de cada ponto de instala��o. De acordo com a Samarco, as estruturas t�m alta resist�ncia e s�o capazes de suportar ventos de 20km/h e ondas de tr�s metros. Quatro frentes de trabalho, com mais de 50 pessoas e diversas embarca��es, atuam simultaneamente na instala��o.


Al�m dessas medidas, a Justi�a do Esp�rito Santo determinou o imediato resgate de representantes de todas as esp�cies da fauna aqu�tica nativa e que t�m o rio como h�bitat, com o intuito de salvaguardar a variedade gen�tica, com exce��o de esp�cies ex�ticas, devendo ser quantificados e catalogados, com amparo t�cnico e supervis�o dos �rg�os competentes. A empresa dever� tamb�m resgatar, imediatamente, ovos das tartarugas marinhas que podem ser afetadas pela mancha de contamina��o.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)