'Foi do nada. O barco foi fazer uma curva e tombou de uma vez', conta sobrevivente do naufr�gio em Angra

 

Eram quase 20h quando os pescadores recolheram as linhas. “O mar estava com uma correnteza muito grande”, contou o advogado Erlei Eros Misael, um dos sobreviventes do naufr�gio do barco traineira na regi�o de Ilha Grande (RJ), munic�pio de Angra dos Reis, na noite deste s�bado. Ele narrou momentos de desespero. “O barco fez uma pequena curva para a direita e tombou de uma vez. Revirou as coisas e a �gua entrou”, disse.

Foi tudo muito r�pido. Enquanto alguns pegavam coletes, outros saltaram no mar. ““Sa� sem colete mesmo porque eu queria sair de perto do barco com medo dele afundar e puxar. Abracei uma caixa de isopor e depois sumiu todo mundo”, lembra Erlei. Ele ainda foi surpreendido por uma rajada de vento que levou o peda�o de isopor. “A� o banco do barco apareceu na minha frente. Me apoiei e fui nadando em dire��o a ilha”. Foram cerca de 40 minutos de agonia at� que avistou as primeiras pedras da ilha dos Meros.

Erlei conseguiu ajudar outros quatro colegas a chegar ao local. “N�s quatro fomos resgatados ali e outros quatro no mar”, disse. Segundo ele, continuam desaparecidos o vice-prefeito de Arantina, Jos� Geraldo da Silva, Wellington Sandro da Costa, Fernando Carlos, Jos� Francisco da Silva e uma pessoa identificada apenas como Atail. Segundo o prefeito Francisco Carlos Ferreira Alves, o clima na regi�o � horr�vel. “A cidade � pequena e todos se conhecem”, afirmou. Dos sobreviventes, dois s�o tripulantes e seis turistas. 

Eles faziam parte do grupo de 47 pescadores mineiros que participavam de um concurso de pesca na regi�o de Angra dos Reis. � o terceiro ano consecutivo que o grupo realiza o torneio. Eles se dividiram em tr�s embarca��es, que permanentemente estavam em contato. “Quando o barco naufragou foram eles que chamaram o socorro”, relatou. Outros barcos da vieram da ilha de Provet�, tamb�m das imedia��es de Ilha Grande.

Segundo o advogado o barco utilizado para a pescaria n�o aparentava ter problemas. Para ele, � improv�vel que a causa do acidente tenha sido clim�tica. “Estava soprando um vento, mas n�o acredito que tenha sido determinante para isso. Foi do nada. O barco foi fazer uma curva e tombou de uma vez”, narrou.

No meio da tarde, as buscas foram suspensas em decorr�ncia das condi��es clim�ticas, inclusive com alerta de temporal. No local, trabalhava uma embarca��o do Corpo de Bombeiros e tr�s da Capitania dos Portos, que retornaram para o continente.
De acordo com a Marinha, um navio de patrulha, de maior porte, est� seguindo para o local.