
Gr�vidas de Belo Horizonte est�o redobrando os cuidados para evitar a microcefalia, condi��o neurol�gica rara, caracterizada pela malforma��o do cr�nio do feto, que se desenvolve menos que o normal e pode trazer limita��es ao seu desenvolvimento. A contadora Juliana Alves Rocha, de 37 anos, est� no s�timo m�s de gesta��o e cancelou uma viagem para Porto de Galinhas, em Pernambuco. O estado nordestino –, refer�ncia tur�stica – � um dos que enfrentam o surto da doen�a, que pode estar relacionada ao zika v�rus, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue e da chikungunya.
At� gestantes que n�o pretendem sair de Minas est�o preocupadas. A dona de casa Luc�lia Aparecida da Silva, de 32, e seu marido Claudeir Aparecido Costa, de 33, moradores de Luz, no Centro-Oeste do estado, pediram informa��es sobre a microcefalia aos profissionais de sa�de na Maternidade Sofia Feldman, no Bairro Tupi, na capital, onde Luc�lia fez ultrassom.
O combate ao Aedes � a forma mais eficaz de evitar a microcefalia. Dependendo do grau da doen�a, a crian�a pode apresentar defici�ncia mental, problemas de vis�o e auditivos, convuls�es e dificuldades de locomo��o. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.
Em Minas, a Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG) informou que investiga ao menos tr�s casos de microcefalia em rec�m-nascidos de Belo Horizonte, Congonhas e Uberl�ndia para analisar se h� ou n�o rela��o da malforma��o cong�nita com o zika v�rus. Duas suspeitas, tamb�m na capital, j� foram descartadas.
Segundo o Minist�rio da Sa�de, dos 1.248 casos suspeitos de microcefalia registrados neste ano no pa�s – os �ltimos dados dispon�veis s�o de 30 de novembro e n�o incluem os tr�s de Minas – 1.219 est�o no Nordeste. Pernambuco bate o recorde, com 646 registros (veja mapa). Os n�meros nacionais superam em larga margem os 147 do ano passado.
Juliana tinha planos de viajar quinta-feira da semana passada para Porto de Galinhas, mas desistiu. “Eu me sinto muito tranquila por n�o ter ido. Os m�dicos brincaram que era para eu amarrar os meus p�s na cama e n�o ir para o Nordeste de jeito nenhum”, conta a gestante. Antes, ela fazia um exame de ultrassom por m�s e agora faz dois para acompanhar o desenvolvimento do beb�.

Juliana conta que todo ano a fam�lia do seu marido, o empres�rio Raimundo de Paula Batista J�nior, de 36, se re�ne para confraterniza��o em alguma cidade do Nordeste. Em 2015, eles haviam escolhido a praia pernambucana. “N�o ia conseguir ficar tranquila, com medo do Aedes aegypti. Tomei a decis�o certa. A gente n�o pode brincar com esse tipo de doen�a”, disse. O marido aprova: “Tivemos uma perda pessoal e outra financeira, mas a sa�de da minha fam�lia � muito mais importante”, declarou Raimundo.
O presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estev�o Urbano, disse que as gestantes devem evitar viagens para o Nordeste brasileiro, onde h� grande circula��o do zika v�rus. Ele recomenda que pessoas usem repelentes, mas alerta que o mais importante para controlar a doen�a � evitar a exposi��o de �gua parada, onde o Aedes aegypti se reproduz.
“O governo permanece realizando todos os esfor�os para monitorar e investigar, de forma priorit�ria, o aumento do n�mero de casos de microcefalia no pa�s”, informou, em nota, o Minist�rio da Sa�de. No pa�s, sete mortes de crian�as j� foram registradas. Um rec�m-nascido do Cear�, com diagn�stico de microcefalia e outras malforma��es cong�nitas por meio de ultrassonografia, teve resultado positivo para zika v�rus. Cinco no Rio Grande do Norte e um no Piau� est�o em investiga��o para definir causa do �bito.
AEDES AEGYPTI Em Belo Horizonte, a larva do mosquito Aedes est� presente em pelo menos um de cada 100 im�veis pesquisados, mostra o �ltimo Levantamento do �ndice R�pido do Aedes aegypti (LIRAa), feito em outubro pela Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA). “Para 2016, os cuidados devem ser triplicados. Al�m da dengue, j� est�o em circula��o no pa�s os v�rus da febre chikungunya e do zika v�rus, tamb�m transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti”, alertou a pasta. (Colaborou Valqu�ria Lopes)