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Estado de Minas

Menina que j� foi o menor beb� do Brasil comemora Natal como segundo nascimento

V�speras do Natal marcaram a hist�ria de Carolina Terzis Parreiras, hoje com 4 anos, desde antes da concep��o


postado em 13/12/2015 06:00 / atualizado em 13/12/2015 22:22

"Ela � meiga, carism�tica. � uma menina forte, que n�o chora por nada e adora sair para passear. Sinto-me honrada por ser a escolhida para ser a sua m�e"


Alexandra Terzis
 

"Minha filha � um exemplo de supera��o. Apesar de ter nascido t�o pequenininha, o grito dela quando nasceu foi forte, j� demonstrando que era uma guerreira"

Thiago Fernandes Antunes Parreiras

 

Para a família, o Natal ganhou um significado especial, além do nascimento de Cristo(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Para a fam�lia, o Natal ganhou um significado especial, al�m do nascimento de Cristo (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Quando chega o m�s de dezembro e o clima natalino come�a a tomar conta de cora��es e mentes em Belo Horizonte, um turbilh�o de emo��es passa pela cabe�a dos pais de Carolina Terzis Parreiras, hoje com 4 anos, que se tornou conhecida como o menor beb� do Brasil. Isso porque as v�speras do Natal marcaram a hist�ria da menina desde antes da concep��o. Agora, prestes a celebrar mais uma vez, Carolina – que nasceu em 16 de novembro de 2011 com apenas 25 semanas de gesta��o, pesando 360 gramas e medindo 27 cent�metros – prepara-se para comemorar a data, que � considerada uma esp�cie de segundo anivers�rio. E n�o � sem motivo.

Essa hist�ria come�ou na tarde chuvosa de 25 de dezembro de 2010, quando o pai da garota, o mec�nico Thiago Fernandes Antunes Parreiras, de 35, retornava das comemora��es de Natal na casa dos pais, em Esmeraldas, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Ele preferiu n�o dirigir e pegou carona no carro de um amigo da fam�lia que se envolveu em um acidente. O motorista morreu, mas ele sobreviveu. Namorada dele havia sete anos, a psic�loga Alexandra Terzis, de 36, decidiu ent�o ter um filho. “Se eu te perder um dia, vou ter pelo menos uma parte sua comigo”, decidiu ela.

Quando nasceu, a beb�, que de t�o pequenina cabia na palma da m�o do pai, veria o m�s de dezembro marc�-la novamente. Com apenas tr�s dias de vida, a meninha foi submetida a uma cirurgia no cora��o. Aos 22 dias, o intestino dela se rompeu, o que diminuiu ainda mais sua chance de sobreviv�ncia, que era de apenas 10%, segundo os m�dicos. Mas Carol, como � chamada, mostrou que � uma guerreira. Aos 47 dias de vida, em 23 de dezembro, a menina continuava internada em estado grave no hospital. A m�dica avisou aos pais: daquela noite ela n�o passaria.

O casal se despediu da filha e foi para casa, arrasado. Pai e m�e passaram a madrugada inteira ao lado do telefone, esperando a not�cia que jamais queriam ouvir. T�o logo o dia clareou, correram para o hospital, onde foram recebidos com festa pela m�dica. Surpreendentemente, a menina havia se recuperado de uma hora para outra.


� por isso que Carol comemora tr�s anivers�rios por ano. Em 16 de novembro, quando nasceu; em 24 de dezembro, quando o seu quadro de sa�de melhorou como que por milagre, e quando recebeu alta e voltou para casa, em 2 de maio. Para a fam�lia, o Natal ganhou um significado especial, al�m do nascimento de Cristo. Tanto � que um pequeno pres�pio � mantido o ano inteiro no apartamento onde vivem, no Bairro Padre Eust�quio, Regi�o Noroeste de Belo Horizonte. Na manjedoura, junto � imagem do Menino Jesus, fica o nome de Carolina, escrito em um pequeno peda�o de papel.

Carolina, que nasceu em 16 de novembro de 2011 com apenas 25 semanas de gestação, pesando 360 gramas e medindo 27 centímetros, prepara-se para comemorar a data(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Carolina, que nasceu em 16 de novembro de 2011 com apenas 25 semanas de gesta��o, pesando 360 gramas e medindo 27 cent�metros, prepara-se para comemorar a data (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
A menina ainda n�o consegue andar e aprende suas primeiras palavras. Agora, aprendeu a apontar o que quer. “Ela come�ou a dar os seus primeiros passinhos, mas ainda n�o tem for�as para ficar em p�. Em breve, a fisioterapeuta vai coloc�-la em um andador”, comemora a m�e, referindo-se a mais uma das in�meras vit�rias da filha.

Alexandra se derrete com a simpatia de Carol. “Ela � meiga, carism�tica. � uma menina forte, que n�o chora por nada e adora sair para passear. � ativa, presta aten��o em tudo e sempre nos responde com um sorriso. Sinto-me honrada por ser a escolhida para ser a sua m�e. � como se a minha vida tivesse come�ado de novo com ela. Tenho um sentido maior para viver”, resume.

 

Batalhas desde que nasceu

Carolina nasceu com menos de seis meses de gesta��o, quando Alexandra teve ecl�mpsia e precisou ser levada �s pressas para um hospital. Os m�dicos decidiram fazer o parto prematuro, pois m�e e filha corriam risco de morrer. “Carol era t�o pequenininha, que o ded�o do p� dela era do tamanho da cabe�a de um palito de f�sforo”, compara o pai.

Alexandra permaneceu por cinco dias internada no centro de tratamento intensivo (CTI), sem saber que a sua filhinha, com apenas tr�s dias de vida, era submetida a uma cirurgia no cora��o. “Se n�o fizessem a cirurgia, ela n�o ia sobreviver. Gra�as a Deus deu tudo certo”, conta a m�e.

Para complicar ainda mais a vida da garotinha, em 8 de dezembro daquele ano o intestino dela se rompeu, causando infec��o generalizada. “Tive que correr atr�s de 50 pessoas para doa��o de sangue. Carol precisou de tr�s transfus�es. Os m�dicos tinham que fazer uma cirurgia, mas ela n�o tinha peso. Ent�o, fizeram um dreno no intestino”, lembra o pai.

A interven��o n�o deu certo. A barriga da menina n�o parava de crescer e de ficar escura. “Parecia que ia explodir, de t�o inchada”, comenta a m�e. Em 23 de dezembro, a m�dica orientou os pais a se despedirem da crian�a, por entender que ela n�o passaria do Natal. Aos pais, s� restaram as ora��es. “Eu disse: ‘Deus, se existir um milagre, que fa�a um agora’”, conta o pai emocionado. Hoje, o milagre tem 4 anos.

Dias de ang�stia com apoio da f�

A f� em Deus alimentou a esperan�a dos pais de Carol o tempo todo. Durante seis meses, tempo de perman�ncia da menina no hospital, a m�e n�o se desgrudou da filha. “Ia de manh� para o hospital e s� voltava para casa � noite. Tinha que estar por perto e passar seguran�a para a minha filha”, lembra Alexandra. “Mas tinha certeza de que ela iria para casa comigo. O quartinho dela estava esperando. N�o levei a s�rio as recomenda��es dos m�dicos e me agarrei muito na f� em Deus”, conta Alexandra, que n�o se esquece do dia em que saiu do hospital levando a filha, em 2 de maio de 2012. No dia 6 foi o Dia das M�es. “Tive o melhor presente da minha vida!”, disse a psic�loga.

J� em casa, e sob os cuidados e o carinho da m�e, Carol foi ganhando for�as at� que Alexandra conseguiu retirar a respira��o mec�nica da filha 30 dias depois. “Fui orientada pelos m�dicos a retirar o oxig�nio aos poucos. Comecei com cinco minutos, at� que ela conseguiu respirar sozinha o dia inteiro. N�o tinha enfermeira, n�o tinha nada. �ramos s� eu e Deus”, lembra a m�e, “Minha filha � uma guerreira”, disse. No ano que vem, Carol come�a uma nova etapa em sua vida: frequentar a escola.

Os pais contam que aprendem mais com a filha do que lhe ensinam. “Minha filha � um exemplo de vida, de supera��o. Ela venceu todos os obst�culos e se mostrou uma menina forte. Apesar de ter nascido t�o pequenininha, o grito dela quando nasceu foi forte, j� demonstrando que era uma guerreira”, recorda o pai.


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